Não há como exigir
desses jovens estrelas do futebol brasileiro, capitaneados por Neymar, uma
postura profissional na expressão da palavra quando em confronto o compromisso
para com o país/Pátria. São postos, pela imprensa, como atores de uma ópera
(bufa!) para assegurar audiência, em que só falta flagrar o instante do xixi e
do cocô.
Militam no futebol-finança, transformados
em ativos-celebridades, dotados de idêntica arrogância e prepotência de ideólogos
e operadores do sistema que envolve as finanças e seus comentaristas, donde presentes em nível idêntico os esportivos, com honrosas e raras exceções.
Não há porque cobrar de um jovem ex-pobre que possua os sonhos
de infância que hoje lhe representam 80 milhões de reais em carros, avião e iate. Falta
em muitos, inclusive, um exemplo de dignidade no seio da própria família, que se
vê, de uma hora para outra, na seara do ‘nouveau riche’, aureolado por bajulações várias e apologia ao vazio como essência.
O comprometimento
para com o time fica em segundo plano. Faturando como faturam o evento Copa do
Mundo se torna tão somente mais uma vitrine. Caso percam a Copa a vida e os
salários não diminuirão. Uma mais vultosa contratação/transferência pode até
faltar, mas não prejudica o essencial em suas vidas: o estrelismo. Caso vençam,
melhores oportunidades financeiras (mais remuneração, mais ganhos com publicidade
etc. etc.).
Em meio a tudo –
enquanto o país da seleção está à deriva – vivemos a vida de gado e nem
atônitos ficamos com a perda do patrimônio nacional, da soberania, da educação,
da saúde e da vida que melhorara para muitos descamisados através de programas
de inclusão social.
O capital se
apropria de tudo e tudo faz para que se mantenha sob sua tutela. E nem falemos
do jogo na seara da apropriação política, da manipulação de mentes, dos
variados tipos de suborno que estão hoje presentes no futebol mundial e neste
particular brasileiro.
Por isso os mais
sensatos vão perdendo o gosto e a paixão pelo esporte. O povo está percebendo.
E conclui, como
Armando Coelho Neto, no GGN:
"Não
há quem me faça vestir a tal camisa que me traz péssimas lembranças. Bandeira
do Brasil? Foi usada para solapar meu voto e içar ao poder a gangue do
impostor. O pavilhão do qual se queixou Castro Alves no passado, por acobertar
a infâmia e a covardia contra os negros, serve de manta para dilapidação do
patrimônio nacional. É ela quem cobre o circo da vergonha, acoberta os
suspeitos encontros entre Temer, Carmem Lucia, Maia, Aécio e representantes da
Shell, e acoberta tenebrosas transações. Coitado de meu escorpião!"
A seleção a eles pertence. Deles
este escriba nem mesmo cobra que cantem o Hino Nacional!
Post. scriptum, às 21:25h: Já havíamos postado este dominical quando acessamos Lukaku e seu "Tenho algumas coisas a dizer", traduzido pelo Trivela, do Player's Tribune.
Post. scriptum, às 21:25h: Já havíamos postado este dominical quando acessamos Lukaku e seu "Tenho algumas coisas a dizer", traduzido pelo Trivela, do Player's Tribune.
Enigmas
Enigma decifrado I
Lula, como ator político, está cada vez mais em evidência. Seja-o por
sua pontuação em pesquisas de opinião, seja-o como ponto de referência para as
eleições presidenciais. O recado mandado há dias – contrariando até mesmo figuras
da cúpula petista – demonstra quão determinante é sua opinião, que pode definir
rumos.
Aqueles que prenderam Lula imaginando afastá-lo do processo eleitoral
caíram do cavalo, como diz a turma do andar de baixo.
Poucos o têm como culpado. A maioria o vê como um perseguido pelo Ministério
Público e Judiciário. Que poderiam desmentir tudo. Basta apresentarem ao povo as provas
da culpa.
Enigma decifrado II
Enigma decifrado II
A insistência com que o ministro Gilmar Mendes libera das grades o
Paulo Preto, do esquemão do PSDB, contém, às escâncaras, uma confissão
perigosa: muita gente grande embarcada na canoa furada do Afrodescendente.
Mas deste insuspeito ministro de opiniões cristalinas quando em jogo
interesses do PSDB, partido que o levou ao STF, indicado por FHC, a declaração
de que constitui um enigma a preferência dos eleitores por Lula, em razão da
contradição: o mesmo povo que não quer a corrupção prefere quem está preso
acusado de praticá-la.
Não cumpre a Sua Excelência expor o que possivelmente compreende (até
porque faz parte do objeto de estudo e mesmo autoanálise). Decifrar o enigma
não é complexo: o povo percebeu que o Judiciário abusou ao condenar Lula.
O
enigma, para nós, passa a ser outro: tamanho o massacre midiático, onde se acentua a omissão em
torno da verdade (não haver prova nos autos), a verdade em si prevalece,
estampada nos fatos concretos, dentre eles não haver riqueza patrimonial em
Lula.
Enigma decifrado III
Um outro enigma – escondido a sete chaves – que envolve membros do
Poder Judiciário na articulação político-eleitoral deixou de sê-lo nesta
sexta-feira: o ministro Fachin, ainda na noite da sexta, menos de hora depois da publicação eletrônica da decisão
do TRF-4, despachou pela prejudicialidade do Recurso Extraordinário interposto
por Lula perante o STF, com julgamento designado para o próximo 26 e mandou
para as calendas a tentativa judicial de libertar Lula, através do STF, para participar das
eleições.
O processo, em qualquer dimensão (civil, penal, administrativo etc.
etc.) adquiriu autonomia que supera muitas vezes o Direito Material que dele se
instrumentaliza para a decisão. É o caso concreto: o rito prevalece sobre o
essencial.
Dirão muitos, como repetindo um mantra, que, apesar de tudo, as
instituições estão funcionando.
Uma pergunta carece de ser posta diante de
tanta tranquilidade: que estejam funcionando, mas a serviço de que ou de quem?
De nossa parte resta a conclusão de que a melhor pergunta está no
título de Hemingway: “Por quem os sinos dobram”.
Enigma por decifrar (?)
Enigma por decifrar (?)
Apenas 45 minutos, como revela o 247 – entre 19:00 e 19:45h de uma sexta-feira à noite,
véspera de sábado e de São João etc. etc. – foi o tempo dispendido por Edson Fachin
para derrubar a sessão do próximo dia 26 no STF.
A decisão do TRF-4, sediado em Porto Alegre, e a do STF, em Brasília.
Edson Fachin de plantão, em plena sexta-feira à noite.
E depois falam de morosidade do Judiciário!...
Cnfirmando o que refletimos acima: as instituições estão funcionando...
Estimado professor, sempre discordo de boa parte de suas análises, mas não vejo como não apreciar a forma como escreve seu texto.
ResponderExcluirAbraço do seu aluno de Serrinha!