“Armai-vos
uns aos outros” I
A partir
de Fernando Brito, no Tijolaço, concluímos: em tempos de ocupação
evangélico-pentecostal do poder em dimensão castrense tornou-se possível a
releitura bíblica, com “Armai-vos uns aos outros” como nova forma de proclamar
o ‘amor ao próximo como a ti mesmo’.
O
presidente eleito já anunciou que – sem qualquer discussão técnica – vai, por
decreto, facilitar o porte de armas.
A
indústria bélica exulta. A bandidagem idem.
Detalhe
I: em cada 10 armas encontradas em poder de bandidos SETE tiveram origem em
aquisições autorizadas.
Detalhe
II: 13.867 cartuchos foram roubados do Exército somente no ano passado.
Como o
Diabo gosta!
“Armai-vos
uns aos outros” II
E para
coroar, caso aplicada a sugestão do General Guilherme Theophilo para disponibilizar armamento
pesado para as polícias podemos concluir que o Diabo não gosta, porque tende a
perder a hegemonia sobre o Mal.
Entre a vila e o forte
A propósito do que anotamos na edição passada (23/dez), em torno da proposta do General Guilherme Theophilo de criar vilas militares, nos vem o seguinte raciocínio: para o militar os pares das polícias civis e militares estão muito expostos onde moram, ao lado de criminosos e portam-se acovardados, sem mesmo poder usar a farda.
Sob essa premissa uma indagação: e as famílias de militares concentrados em um só espaço não ficariam mais vulneráveis a ataques de bandidos contra membros da corporação?
A resposta lógica seria sim. Mas – sempre um mas – não podemos esquecer de uma promessa de campanha do presidente eleito: armar a população para enfrentar o crime e se defender.
Imagine o leitor uma vila residencial de policiais armados. Não será ‘vila’, mas ‘forte’.
Como fica flagrante que a proposta não corresponde à efetiva proteção de policiais e familiares, resta concluir com o previsível: financiamento subsidiado. Alimentando mais uma manifestação do triunvirato conceitual que rege este país desde priscas eras: compadrio, patrimonialismo e corporativismo.
Leia
Não
sabemos qual. Mas os tempos anunciados pela retórica dos vencedores não
refletem nada além de guerra aos inimigos ou perseguição idem.
É a análise de Tereza Cruvinel, aqui disponibilizada através do Conversa Afiada.
Sem resposta
Entre as muitas perguntas sem resposta aquele estranho atentado cometido por Adélio, sob avaliação de Sérgio Saraiva, no GGN.
O nome
do plano I
Famoso o
título “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco.
Nome,
encontra significações várias, da antroponímia (o dado à criança para
identificação em sociedade) à designação de uma classe de coisas, pessoas,
animais etc.
Plano,
abordado em nível de conceito, traduz intenção ou projeto. Significa toda
construção de ideias que podem ou não ser postas em prática.
Os
governos em sede de ação exercitam planos. O estado traça planos de médio e
longo prazos para que a ação governamental os materialize.
No
Brasil, qualquer do povo sabe bem o que significa ‘plano’. De estapafúrdios
alguns, inclusive, tentando salvar a pátria de tacão.
Mas,
nesse instante singular onde não se tem um plano que traduza o governo
entrante, tudo no plano das
especulações, já sinaliza, segundo a turma que não perdoa, o seu plano maior, para a área econômica, experimentado
durante décadas pela família do eleito: o Plano Fabrício. Como o denomina/sugere
Fernando Brito, no Tijolaço.
O nome
do plano II
Registra
Gilberto Dimenstein que “Bolsonaro está
começando seu governo no estado em que outros presidentes acabam”.
No
momento tem um plano para enfrentar a
situação: Haddad, PT, Lula.
Não
sabemos até quando o plano funcionará ou se as fake news que o elegeram
conseguirão a proeza de esconder os escândalos que subirão com ele a rampa do
Planalto.
Ignorância
e/ou subserviência I
A
ignorância sobre o que acontece no país tem levado – o que não é surpresa para quem
se negou a discutir e a debater propostas e projetos durante a campanha – o
governante eleito a declarações que transitam do simplório à absoluta
desinformação sobre a realidade do país e de sua gente. Acaba de anunciar, com
pompa e circunstância, como “muito bem encaminhada” uma parceria com o governo
de Israel em projetos para dessalinização de águas no Nordeste.
Registre-se
que, em nível de tecnologia, o país tem domínio para a implantação do sistema.
O que sempre o inviabilizou é o alto custo. Razão por que outras iniciativas e
projetos encontram-se em funcionamento no Nordeste, desde 2004. Inclusive a
vitoriosa ação de Campelo que levou a 1 milhão de cisternas para aproveitamento
das chuvas.
Assim, como
já existe tal tecnologia – ou semelhante – para corresponder ao proposto
atuando no Nordeste desde 2004 temos a iniciativa como mais uma meta do plano
da subserviência a interesses alheios ao Brasil.
Que
interesses são esses: água. Israel ocupa a Palestina não só por controle
político, mas por água. O Nordeste possui um dos maiores lençóis freáticos do
planeta, como também o da Amazônia e parte considerável do Aquífero Guarani.
A já
anunciada visita de um ministro brasileiro a Israel em janeiro a um ‘escritório
de plantações e patentes’ cheira a negócios escusos e não custa sabermos,
dentro em pouco, se a água do sobsolo nordestino dependerá de Israel para ser
consumida.
Ou,
quanto mais custará ao brasileiro a presença israelense. Em termos políticos e
financeiros.
Ignorância
e/ou subserviência II
Pagaremos
royaltes, sim, caro leitor. Caso não acredite, acomode-se e aguarde a conta
chegar.
Apertem os sinos, o piloto chegou
Para
Tereza Cruvinel os ‘anos perdidos’ tendem a permanecer. Como biruta de
aeroporto, acrescentamos.
E
aproveitando a conclusão do artigo, ora disponibilizado a partir do Conversa Afiada, de que cabe apertar os cintos porque “O voo incerto vai começar”
recomendamos aos que tenham TV a cabo aquela série Mayday, Desastres Aéreos, da
National Geográfic ou Discovery Chanel.
Bastante
didática.
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