Matou a
charada
Ainda
que os fatos diuturnos demonstrem à saciedade a obviedade da conclusão no texto
que adiante disponibilizamos poucos, pouquíssimos mesmo, se debruçam em analisa-los.
Trata-se de entender o porquê do deslumbramento de parcela considerável da
intelectualidade jurídica – do jurista ao ministro do STF, passando por
Ministério Público (federal e estadual), procuradorias, defensorias etc. –
diante de conceitos tidos como de esquerda, dentre eles a redução das
desigualdades sociais no âmbito da prestação jurisdicional e das decisões
judiciais.
O tema
não se limita à circunstância – que tem muito de Freud – embutida na denominada
‘meritocracia’. Nesta a expressão de aspectos os mais variados dos que norteiam a sociedade brasileira: visão
escravocrata, patrimonialismo, e corporativismo. Mas, não só
isso: também a negação de valores universais, dentre eles a dignidade humana.
Mas tudo
estaria sob o prisma da compreensão se houvesse unidade de pensamento,
unicidade ideológica em torno de apenas um sistema: o capitalista.
Eis a
razão por que o quão difícil se torna compreender a subserviência ou
simplesmente alheamento de um estamento que se propõe a divergir, no caso o concreto aquele tido como à esquerda quando exercita o poder.
Isto porque, a consciência de classe, sob a ótica marxista, pressupõe a compreensão intelectual de que tal existe como uma meta humanitária a ser alcançada pela sociedade.
E em torno
desta compreensão se projeta o pensamento intelectual à esquerda como o contraponto e razão de defesa como a redução da
desigualdade.
Em meio a isso é de se esperar a concretude do pensamento por parte daqueles que registram sob a égide de sua formação intelectual não somente em nível de produção acadêmica, mas, sobretudo, no exercício de atividade que faculte materializa-lo e não apenas deslumbrar-se e viver da retórica que impressiona e deslumbra, destituída do diálogo com os destinatários (as massas).
Ao Direito, como instrumento institucional, cabe(ria) papel singular nesta construção dialógica que poderia aperfeiçoar-se em plena interação social entre diferentes estamentos. Mas, a realidade o demonstra, tal não ocorre. Muito pelo contrário o distanciamento mais e mais se aprofunda, a posto de implicação beirarem o absurdo.
O “Direito
como modelo linguístico” – como textua Luis Carlos Valois, no Justificando – bem demonstra a
razão de tantos absurdos contemporâneos quando cabia ao Judiciário distribuir
Justiça e não o faz, além da retórica de que o faz porque é ele o instrumento
institucional destinado para tanto.
Vivemos, em plenitude, esta estranha prática. Especialmente quando dependemos daqueles aos quais cabe, por lei, dirimir conflitos, definir solução e não alimentar divisões e dissenções.
A leitura bem delimita os rumos do que acontece nesta seara.
De nossa parte, a crítica expressa no que diz ao pensamento à esquerda (ou das esquerdas), traduzido em muito na conversão ao deslumbramento em detrimento do compromisso em
relação ao problema, bem materializado está na composição dos tribunais
superiores, onde o melhor exemplo e mais flagrante é o STF.
Basta perguntar:
por que estão ali Toffolly, Barroso, Weber? E aqui nos limitamos apenas a alguns dos indicados pelo PT, quando no
Poder.
Preocupante
Está na edição de 4 de abril do El Pais o resultado de avaliação sobre a preferência dos brasileiros sobre os partidos políticos.
Mas o
que fica mais evidente é a imagem dos partidos políticos, em geral, visto que 65,6%
apontaram para a opção NENHUM.
Em meio
a 2/3 que não encontram nos partidos políticos nenhuma referência válida estar
o partido mais admirado no patamar de 15,8% é demonstração cabal da
vitória dos que se utilizaram do meio como mensagem para desmoralizar a classe
política.
Não
deixa de ser preocupante.
McLuhan
O
Estudioso canadense, incompreendido no seu tempo, dimensionou a nova
configuração semiótica à luz dos meios de comunicação de então, onde a televisão
(“diálogo do monólogo” – como teria dito) já demonstrava o quanto representava
na conformação da informação da sociedade contemporânea.
Tempos
em que a internet ainda transitava simplesmente pela ficção científica.
Mais que
ser o meio a mensagem a manipulação do meio ocupa espaço como quesito preocupante haja
vista o processo de manuseio por uma classe que domina e controla os meios de
comunicação despejando a sua “verdade” para corresponder tão somente aos “seus”
interesses e não os da sociedade.
Para pesquisa da Universidade do Indiana, aqui reproduzida através do Conversa Afiada, cerca de
30.000 perfis na internet no Brasil – dos quais 4.900 claramente identificados – são utilizados
para tuitar centenas e milhares de vezes em defesa do presidente da república
(com letra minúscula, revisor!). Mensagens com espaço de tempo de dez segundos,
às vezes, entre uma e outra.
Todos robôs. Ou seja: máquina de manipulação.
E não
somente a emissão; também o reenvio multiplicando o que nasceu do nada.
Os
riscos imaginados por McLuhan para aquela ‘aldeia global’ mais que se concretizaram.
E
estouram o e no Brasil.
Não para
melhorar a vida humana. Cada dia mais deslumbrada com a ‘mensagem’ em que se
tornou o meio.
Fux e a Telessena
Um aluno
nosso, do Curso do Direito da UESC, ouvindo de nós o que representa a credibilidade de certos ministros do STF (nem todos, naturalmente) quis entender
onde localizáramos a informação de que o Ministro Luiz Fux andou envolvido em suspeita decisão, que o levou às barras dos tribunais por denúncia de advogado. Dissemos que desde as denúncias veiculadas por
Hélio Fernandes na Tribuna da Imprensa, em meados da primeira década do século
XXI.
Uma das
amostras da picaretagem legitimada por Luiz Fux quando ministro do STJ está
aqui disponibilizada. Acessando o caso no Google o leitor encontrará uma enxurrada de textos sobre o dito cujo e sua estranha decisão.
Difícil
é entender como o Governo Federal (petista) o indicou para o STF.
Rola
aquela história do “Eu mato no peito”.
Mas, pode não ser isso. Caso Sérgio
Cabral conte o que realmente sabe é muito possível que tenha sido ele o mentor
peemedebista para garantir a vaga de "um amigo", o Fux, no STF. Como veio a fazer em relação à filha
(de Fux) para TJRJ.
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