Na cronologia da história humana a periodização constitui singular capítulo a demonstrar os estágios de avanço na construção que deságua nesta contemporaneidade (Era Antiga, Era Moderna etc.).
Alguns levaram milhares de anos, outros bem menos tempo.
Mas, talvez, nenhuma tenha surgido tão rapidamente como a "era da vergonha", criação tupiniquim desenvolvida nesta terra brasilis em menos de uma semana.
Alguns levaram milhares de anos, outros bem menos tempo.
Mas, talvez, nenhuma tenha surgido tão rapidamente como a "era da vergonha", criação tupiniquim desenvolvida nesta terra brasilis em menos de uma semana.
[...} "Com Supremo e tudo" I
Vivemos
uma situação inusitada (em que pese nada mais que envolva STF e quejandos
justificar tal adjetivação): possibilidade concreta de um julgamento agendado
para o próximo dia 25 ser adiado ao sabor dos humores da nova presidente da Turma
que julgará o habeas corpus impetrado
para reconhecimento da nulidade processual por suspeição do juiz Sergio Moro.
Onde o
inusitado? Todo o planeta reconhece a postura criminosa de Moro. Inclusive não poucos magistrados e procuradores brasileiros. Sem descurar de ministros. Os fatos são
gritantes.
Temos
dito, porque sabido e consabido, que nada teria acontecido caso o STF houvesse cumprido com seu dever de
protetor da ordem jurídica.
Eis aí o
busílis: no momento Moro está às traças no quesito credibilidade; caso o STF
(Cármen Lúcia) adie a decisão promoverá o reconhecimento da responsabilidade de
muitos de seus pares na patranha que levou Lula à condenação/prisão e à
impossibilidade de candidatar-se à presidência.
Se correr
o bicho pega, se ficar o bicho come.
[...} "Com Supremo e tudo" II
Afinal,
em estágio de confirmação e ratificação o alinhamento do Poder Judiciário e
Ministério Público (por convicção) e a classe dominante e sua representação
(Congresso) com o golpe que no primeiro instante evitou Lula tornar-se ministro
de Dilma, em seguida alimentou a deposição/impeachment da presidente e se
consumou com a perseguição judicial ao ex-presidente como pessoa e como político.
A
Procuradora-Geral da República Rachel Dodge já exibiu as unhas e dentes: opina
contra a suspeição de Moro. Resta o STF confirmar. Ou tentar se redimir dentro
de um quadro irremediável.
Afinal,
todo o desenrolar desta ópera bufa ratifica, mais e mais, o grande acordo
refletido no diálogo Sérgio Machado/Romero Jucá: “A solução é botar o Michel
[...] Num grande acordo nacional, com Supremo e tudo”.
"Botar o Michel” significa ‘botar’ qualquer um, gato, rato, papagaio, periquito.
O atual inquilino do Alvorada foi apenas a solução extrema, quando não mais havia outra saída.
No
fundo, uma catarse viva e permanente muito bem ilustrada por Jessé Souza em
seus últimos escritos/revelações, do qual destacamos “A Elite do Atraso” e por Petra Costa, no
documentário “Democracia em Vertigem” (Netflix).
Mais uma da série
O
inquilino do Alvorada retirou de Ônix Lorenzoni (civil) a articulação política
com o Congresso e a transferiu para o recém nomeado General Luiz Eduardo Ramos,
da Secretaria de Governo.
Simplesmente
retirou do político de carreira o controle da articulação com os pares
políticos e o entregou a um general.
Como não
sabemos da experiência política de um general de caserna, a não ser sob o
critério do mando e da ordem unida, muito certamente o inquilino pretende que,
com um grito, o Congresso se submeta, sob o risco de baionetas embaladas
convencerem os recalcitrantes.
Busca
repetir o que já aconteceu com o STF: ameaça de general já funcionou.
Contra
Lula, naturalmente.
A preço
de ocasião
O STF
(leia-se ministro Edson Fachin) legitimou mais uma falcatrua: a venda da Transportadora
Associada de Gas, subsidiária da Petrobras.
A coisa
remete a um cheiro comum, como aquele negócio mal feito da
indenização/aquisição da Light, pelo Governo Federal, nos anos 70 do século
passado, por 390 milhões de dólares.
Para relembrar: a
Light (canadense) tinha concessão governamental para fornecer energia por 100
anos e todo o material investido no período seria do próprio governo ao final
do período, 1991.
Resultado: ainda
que fosse receber ‘de graça’ os investimentos feitos pela Light o governo
pagou, para antecipar a entrega, a bagatela acima referida.
O negociador,
eufórico, declarou a um amigo a inconfidência (entreouvida pelo Jornalista
Sebastião Néry, que a publicou no Tribuna da Imprensa) que só ele receberia 39
milhões. Supimpa.
Dias
atuais: nesta entrega na bacia das almas a Petrobras vende um gasoduto em
valores de mercado por aquilo que ora transporta.
Por mera coincidência, logo
depois anuncia mega campo em Sergipe de petróleo e gás.
Ou seja: o valor transportado poderia ser bem maior do que aquele que justificou o atual preço.
Apoteose:
caso a francesa adquirente resolva vender hoje a TAG, sem mesmo tomar posse do que
comprou, ganharia bilhões de dólares.
Viva o
Brasil!
E para não perder o mote: "Com Supremo e tudo".
Perfeito
Do muito pouco que assisti da midiática sessão da Comissão (o que se tornou comum, especialmente quando se pretende utilizar – no caso a própria mídia – da contextualização conveniente para atingir este ou aquele objetivo) não alcancei a expressão deste senador.
Cansei em razão de dois instantes: um deles, a mediocridade intelectual de uma senadora do PSL, que se proclamou advogada, tentando explicar e defender o inexplicável e indefensável; outro, o de dois senadores petistas, que – mais uma vez (os petistas) – transformam em palanque uma oportunidade de deixar a singular nada 'triste figura' na rés do chão, bastando que perguntassem ao dito cujo se "verdade ou não" o que foi divulgado.
Cansei em razão de dois instantes: um deles, a mediocridade intelectual de uma senadora do PSL, que se proclamou advogada, tentando explicar e defender o inexplicável e indefensável; outro, o de dois senadores petistas, que – mais uma vez (os petistas) – transformam em palanque uma oportunidade de deixar a singular nada 'triste figura' na rés do chão, bastando que perguntassem ao dito cujo se "verdade ou não" o que foi divulgado.
Caso assim fizessem deixariam o "artista" na condição de: 1. ou confirmava; 2 ou negava. No primeiro caso, a confissão; no segundo, a prática de crime, a ser apurado, por mentir perante a comissão.
Mas assim não agiram Suas Excelências.
E mais uma vez – não conseguem fazer a leitura da realidade (de que são 'o Cão chupando manga') – e alimentam a mídia favorável a tudo que a aí está, aquela para quem tudo "é coisa do PT".
A postura do senador capixaba foi perfeita. Lembramo-nos, respeitosamente, da então senadora Marina Silva, interrogando ACM no caso da violação do painel, quando se limitou apenas a perguntar – de forma arrasadora – dispensando o discurso.
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