Em: 01 de julho de 2012 - 17:49 - Por: Editor
Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
Adylson Machado
Proibida a concentração na mídia
Nos Estados Unidos está mantida a proibição contra a concentração na mídia. Assim decidiu a Suprema Corte, que “recusou o pedido de empresas de mídia para suspender a proibição de possuir um jornal e uma emissora de televisão no mesmo mercado”. (Do MSNBC.com no Luís Nassif deste sábado, 30.
Por aqui é um (rádio), mais um (jornal), mais um (revista), mais um (televisão), mais UM que não se acaba. E qualquer que pense trazer ao debate as razões por que nos Estados Unidos (e não só lá) não é admitida a concentração de mídia é tido como arauto do retorno à “censura”.
Quem diria!
Essa é a imagem de uma criança que nos encantou e fez rir a partir de 1990, hoje aos 31 anos. Assim estampado no jornal El Pais, da Espanha, o ator da série que por lá foi exibida como “Solo em casa”, Macaulay Culkin, o menino de “Esqueceram de mim”.
De volta ao passado
A indústria automobilista anuncia mudanças evolucionárias e revolucionárias para motores a gasolina, o que inclui motores menores e muito mais econômicos, que chegarão a 30 k/l de combustível, como o turbo de dois cilindros da Fiat, e um Focus, da Ford, com um de três cilindros. (Informações da BBC de 25 de junho no Luís Nassif Online no www.advivo.com.br – “A inovação nos motores a gasolina”).
Nos anos 60 alcançamos o DKW-Vemaguet, com motor de dois tempos que dispensava buchas, casquilhos e bronzinas em favor de rolamentos em suas partes móveis (o que o tornava infinitamente mais durável), fabricação brasileira, altamente econômico para a época com o consumo em torno de 8,5 k/l. O motor da Fiat acima referido era utilizado em 1957.
Ponderando em torno das informações e dos carros atuais e sua relação com o consumo e durabilidade dos motores e retomada de tais possibilidades para o futuro nos remetem a concluir que ainda estão nos enganando.
Política de Estado
Não mais uma simples política de governo, que pode ser alterada ao alvitre do gestor de plantão, mas de Estado, o que significa a perenidade de ações de todos os governos diante deste singular centro de consolidação de nacionalidade e de cidadania: a Cultura.
O relator Antônio Roberto (PV-MG) encontrou apoio unânime para o seu parecer sobre o Projeto de Lei 757/2011, da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) que cria a Política Nacional de Cultura, Educação e Cidadania, o que faz consolidar em seu bojo os atuais projetos “Cultura Viva” e “Pontos de Cultura” como política permanente de Estado.
Há, segundo o IPEA, cerca de 8 milhões de pessoas em atividades várias nos hoje mais de 3 mil iniciativas culturais em todo o país.
Ainda que tardio
Temos particularmente a Cultura, quando bem administrada (o que significa ter como gestor alguém que compreenda a sua dimensão em grau de importância) como um dos principais vetores de desenvolvimento de uma Nação.
Há em tramitação na Câmara dos Deputados uma iniciativa ainda do governo Lula, elaborado na gestão de Gilberto Gil/Juca Ferreira, o Projeto de Lei 5798/2009, já aprovado pelo Senado em 2011, que institui o Programa de Cultura do Trabalhador e cria o Vale-Cultura, inicialmente fixado em 50 reais (Lula queria 100) para corresponder a gastos do beneficiário com livros, jornais, DVDs, CDs, revistas culturais, teatro, museu, cinema, espetáculos (musicais, circenses etc.) para o trabalhador que ganhe até cinco salários mínimos.
Cumpre registrar que iniciativa pioneira ocorreu nos Estados Unidos, no início dos anos 30 do século passado, como instrumento de atuação concreta contra a depressão. O projeto fez desenvolver a indústria do entretenimento estadunidense aos píncaros que hoje conhecemos.
O projeto retornou à Câmara em razão da inclusão de emenda pelo Senado que generalizou a concepção de revista, o que fez levantar a crítica de que uma publicação tipo Playboy fosse compreendida como destinatária dos recursos.
Há uma estimativa de que recursos superiores 7 bilhões de reais sejam injetados no mercado cultural do país.
Seleção
Há uma escancarada campanha de setores da imprensa no que diz respeito à composição do STF para o julgamento do que denominam mensalão. Dias Tófolli deveria se dar por suspeito, dizem.
Ninguém fala em afastar Gilmar Mendes do julgamento, que já declarou sua posição antecipadamente.
São Paulo
O prefeito Kassab pretende proibir que as muitas instituições que oferecem uma sopa/quentinha aos moradores de rua o façam se estes estiverem no centro de São Paulo.
Nem Hitler pensou nisso! Utilizava uma solução mais imediata: a câmara de gás. Para Kassab a solução final é a fome, como aquela de João Cabral de Melo Neto, em Morte e Vida Severina: “um pouco por dia”.
Perdeu o controle
A reação do governador Jacques Wagner às vaias recebidas em Campo Formoso, rebatidas por ele com a ameaça de continuar a não pagar os salários, contraria a tradição wagneriana de conciliador. Profundamente infeliz ao dizer que “Se depender de mim vocês não terão salários”.
Se não o conhecêssemos há tantos carnavais (eleições) diríamos que estava embriagado. Mas, como perdeu o controle da situação, temos a sua reação como resultado da indignação.
Afinal, vaia insistente é difícil de engolir até pelo mais cordato conciliador. Além de que é o som que ouve aonde vá.
Estávamos certo
Em texto duvidamos da unidade da frente PRB-PCdoB-PSC-PPS-PV-PP-PDT e mesmo chegamos a dizer que não chegaria inteira ao final de junho. Também acreditamos (o que não se deve fazer em política e com políticos) que se consolidara.
Faltando oito dias o PDT roeu a corda. Para confirmar que estávamos certo, anteriormente.
Ferindo
Dizem que em sede de decisões do PTdoG a coisa não anda boa. Tem gente pondo o carro adiante dos bois, trazendo gente de fora para opinar e lançando a turma local no ostracismo.
Ampliando as feridas.
A surpresa
Acácia Pinho, vice de Juçara. Depois de transitar durante cinco dias com a ideia de uma chapa suicida à majoritária, assim que rompera com a frente que a alimentava durante meses, por nela não ter permanecido como vice, cai no colo do PTdoG e faz respirar Geraldo Simões.
Tornou-se a “surpresa” antecipadamente anunciada como tal pelo PTdoG, que ia assim desviando a atenção do fato concreto: não havia candidato a vice.
Terá Acácia a ingrata missão de explicar e convencer em torno do que mudou em Juçara de 2008 para cá. Ou porque não descobriu as virtudes da petista desde o início.
Isso sem falar que Acácia vice de Juçara também constituiu, para muitos formadores de opinião, a não-surpresa: afinal, de Acácia em política tudo se espera.
Daí porque surge a adjetivação “pragmatismo acaciano”.
É justamente aí
Eduardo Anunciação, em sua coluna de quinta 28 no Diário Bahia levanta um argumento patético em defesa de Geraldo Simões, refletindo sob sua ótica o que entende como não-reconhecimento ao trabalho político de Geraldo. Com a palavra Eduardo: “Importantes lideranças partidárias, políticas aqui de Itabuna priorizam desqualificar, exterminar, liquidar Geraldo Simões”.
E prossegue: “Geraldo Simões. Na atualidade, por enquanto, momento, agora, hoje, quem tem visibilidade para se viabilizar liderança, líder do PT daqui de Itabuna nas urnas? De memória: Everaldo Anunciação? Miralva Moutinho? Eduardo Barcelos? Juçara Feitosa? Quem consegue descobrir, revelar, apontar um petista de sangue impuro, sangue puro para substituir Geraldo Simões? Que os interessados organizem a fila”.
Perfeito Eduardo em sua provocação. E com ele concordamos com diversa interpretação: por isso é que não mais há, “na atualidade, por enquanto, no momento, agora, hoje” o PT em Itabuna.
Há o PTdoG.
Para análise dos botões
Por outro lado, desconhecemos que queiram ou que alguém tenha tomado a iniciativa para “desqualificar, exterminar, liquidar Geraldo Simões”. É o próprio GS que vem cavando um fosso profundo entre o castelo que constrói e os muitos (tornando-se cada dia menos) que o ajudaram a construir e “na atualidade, por enquanto, no momento, agora, hoje” por se verem convidados apenas para amarrar seus cadarços deram de dispensar a “honrosa” atribuição.
Como não têm aceito, estariam priorizando “desqualificar, exterminar, liquidar Geraldo Simões”. E assim Geraldo, o bondoso e magnânimo, se faz de vítima.
Como tantos homens de bem, companheiros de primeira hora deixaram o seu barco algo está errado: o que pode não estar neles e sim em GS.
Fato que Eduardo Anunciação, com sua perspicácia e competência jornalística, avaliará em futuro não distante. Ainda que para seus botões.
O que difere o PT feirense do itabunense?
Feira de Santana é o primeiro colégio eleitoral do interior, seguido de Vitória da Conquista. Itabuna, o terceiro.
O lançamento da candidatura petista em Feira de Santana na sexta 29 mobilizou o governo da Bahia, para lá acorrendo o governador Jacques Wagner, oito secretários, políticos de cúpula.
Em Itabuna apenas o senador Walter Pinheiro foi a expressão maior do petismo baiano a comparecer à convenção que homologou a dobradinha feminina Juçara-Acácia, não fora o presidente estadual Jonas Paulo, por dever de ofício.
Considerando que o PT por aqui enfrentará o seu maior adversário, o DEM/PFL (como ocorre em Feira), estranha o menor interesse dado pelo Governador à campanha itabunense.
Que pode não ser somente o PTdoG.
Intenções hoje
Pesquisa que envolve a majoritária em Itabuna assegura Azevedo com o dobro de intenções em relação ao segundo colocado. O terceiro nome está com 80% das intenções do segundo. O segundo é Vane.
Cabe aguardar a campanha e as pesquisas registradas na Justiça Eleitoral.
Transfere ou não transfere, eis a questão
Acácia saiu ferida da frente porque esta não respeitou os 8% de intenções de votos que teria, o que a deixava à frente de Wenceslau.
Salvou a pátria do PTdoG como nome visível para integrar a majoritária, missão que ninguém quis assumir.
Alguns petistas eufóricos cantam a transferência integral das intenções de voto de Acácia para Juçara. Outros, mais prudentes, duvidam que isso aconteça.
Por uma razão simples: o problema que a chapa enfrenta é a rejeição ao PTdoG, ou em palavras diretas, a Geraldo Simões.
Moralidade I
A convenção do PTdoG ocorreu no Centro de Cultura Adonias Filho, gerido(?) por Aldo Bastos, indicação de Geraldo Simões, que o mantém no cargo apesar de investigado por corrupção.
O espetáculo “A Bofetada” não conseguiu a pauta deste fim de semana porque Aldo a reservara para o PT. Como a pauta é remunerada em favor da Fundação Cultural do Estado da Bahia fica a perguntinha: o PTdoG pagou pelo espaço?
Se pagou poderia tê-lo feito em espaços privados, como o Grapiúna, a AABB.
Moralidade II
Tendo o PT sede própria em Itabuna e sendo partido do Governador não demonstrou dar bom exemplo no âmbito da moralidade para com a coisa pública ao se utilizar de um equipamento público voltado para a cultura para promover campanha política.
Dirão muitos que isso não causa estranheza: na eleição de 2008 o mesmo espaço também servia para café da manhã oferecido por Aldo Bastos a então candidata Juçara.
Confirmando
Amigos nos indagaram se efetivamente verdadeira a afirmação por nós posta no final do rodapé “O que faltou dizer” na edição de 24 de junho.
Verdade absoluta amigos. De fonte fidedigna.
Do baú
A ativista sul-africana Miriam Makeba, por muitos conhecida por seu sucesso entre nós com “Pata Pata”, aqui nos mostra a dimensão de intérprete da raça em “Amampondo”, apresentada em espetáculo nos anos 60, onde localizamos Sivuca acompanhando-a com violão. Todo mundo novinho!
Pelos experimentos vocais de Makeba faz sentido Sivuca acompanhando-a.
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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum
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