Nesta
segunda (9), sol causticando, manhã alta, o verde inspirando silêncio na
azáfama urbana. As águas de março que desabaram sobre a cidade foram-se por
instantes, deixando nuvens a espreitar como sobreaviso, mas compromissadas em
deixar passar o Sol para acompanhar um de seus eleitos por entre as alamedas.
Um saxofone
melodiando o hino do Flamengo.
Um cortejo
leva à morada derradeira neste plano um ser vestido na camisa rubro-negra, a bandeira
do time que amou apaixonado engalanando o caixão.
Ali um integrante
da alta cúpula administrativa da equipe carioca em outros tempos, que deixava a
Bahia e seus negócios para ver o “mais querido” jogar.
Quando aqui chegava o
time para algum amistoso lá estava o seu Príncipe Hotel trajado, a rigor, de
vermelho e preto. No mesmo espaço onde acolhia os contemporâneos de seus
dias de Jovem Guarda no Rio de Janeiro, de Renato Barros a Ed Wilson.
Poucos
souberam – ou estiveram – no último adeus a Paulinho.
Mas a inexorabilidade
da Morte cobra dos que ainda não se foram lembrar dos entes que lhes são mais
achegados. Uns certamente o são mais que outros.
Ele dentre poucos.
Ele dentre poucos.
Fonte de
alegria pura e desinteressada, perfeito exemplo de amor ao próximo, expressão
mais exemplar de solidariedade humana, dos que nascem com a consciência de que
servir é a melhor forma de receber. Destes que nunca negam ao semelhante o que
possam dele carecer. Criança que cresceu sem perder a inocência infante.
Levou o Creador
para os seus braços a pessoa mais suave e gentil que conheci.
Paulo Ricardo Caldas Queiroz, o flamenguista por excelência. Não um flamenguista qualquer, mas Sua Excelência “Paulinho Queiroz”, portador de um sorriso largo, maior que o mundo, que carregava no lado esquerdo do peito o time que a Ciência deu de chamar ‘coração’.
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