A ver navios
Na primeira gestão de Geraldo Simões (1993-1996) o final transformou-se em sofrimento. Para o gestor e para o servidor. A atuação nefanda do Tribunal de Justiça da Bahia inviabilizou em muito o cumprimento das obrigações, resultando na inadimplência em relação a servidores e fornecedores.
Pode-se afirmar que ocorreu um verdadeiro massacre sobre os recursos municipais, sequestrados e bloqueados, o que fez com que quase a totalidade dos servidores ficasse sem perceber suas remunerações entre agosto e dezembro de 1996.
Ensaia a administração Azevedo um fim de festa de ressaca para os servidores. Alguns já começam a entrar em desespero, sem possibilidade de honrar os compromissos para com a própria sobrevivência, diante do atraso de salários. A insegurança no instante e a incerteza para este futuro até dezembro são o fantasma de milhares que dependem da folha municipal.
No entanto não temos conhecimento de que tenha o atual prefeito sofrido o que Geraldo viveu em final de governo em 1996, haja vista que, até este instante, não temos conhecimento da iniciativa de medidas junto ao Judiciário voltadas para bloquear recursos do município.
No caso presente parece-nos existir uma política de terra arrasada, por parte de muitos que - sob a leniência do prefeito - se imaginaram donos do cofre.
O descaso é tão aparente que obras praticamente paradas durante meses são aceleradas, o que demonstra que não se tratava de falta de dinheiro e sim de "vontade" de aplicar o que disponível estava.
As obras do canal do Lava-pés e da Urbis IV são um exemplo. Tocadas a partir de convênios com o Governo Federal, como num passe de mágica, voltaram a deslanchar, o que demonstra o descaso dos responsáveis em geri-las. A ponto de um indagação começar a circular: será que esta gente trabalhava contra a reeleição do prefeito? Isto porque, certamente o resultado eleitoral poderia ter sido outro se ditas obras estivessem pelo menos mais adiantadas e parte delas inaugurada.
O lamentável é este fim de festa. Mais para festa de assombração. Com os funcionários assustados com a possibilidade, concreta, de receberem apenas o 13º salário. Porque nem o de outubro é certo, tão atrasado está.
Tendem mesmo a nem "ver navios" por faltar-lhes dinheiro para uma passagem de ônibus até Ilhéus.
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