Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
Adylson Machado
E a vida(?) continua
A foto, de Mike Wells, é ganhadora do World Press de 1980. Registra a mão de uma criança faminta depositada sobre a de um missionário, em Uganda.
Mais de três décadas depois a miséria e a fome continuam a mesma. Dados oficiais divulgados pela ONU falam de 1 milhão de mortos anualmente na esteira da fome.
E não é falta de alimentos e sim de dinheiro para comprá-los.
Banana
Vislumbram os especialistas a possibilidade, diante da crise climática, de redução da produção de batata, arroz e trigo (três das grandes fontes de calorias).
A solução virá da banana, que se tornará uma fonte alimentar fundamental para milhões de pessoas. (Da BBC Brasil).
De armas em punho I
Ultrapassada a fase pré-eleitoral do “mensalão petista”, como denominam o caixa 2 do PT (parece que o PSDB e o DEM não existem) entra-se na fase pós-eleitoral de massacre em relação ao PT. Agora a meta é Lula. Com aliados de peso (os ministros do STF, aptos a desenvolverem em sede judiciária o golpe que a casa-grande não consegue), buscam o ex-presidente, acusado, até agora sem provas, por Marcos Valério na sede tradicional: a revista Veja.
Buscando uma delação premiada Valério se propõe até a informar sobre a morte de Celso Daniel.
Seria interessante que Marcos Valério, o mesmo publicitário repassador do mensalão do PSDB em Minas Gerais, com recursos comprovadamente desviados da Cemig principalmente (onde Daniel Dantas mantém interesses) e distribuídos para campanhas do PSDB e do DEM Brasil a fora, quando se diz informado sobre a morte de Celso Daniel, aproveitasse a oportunidade e trilhasse por caminhos mais simples e mais próximos e explicasse a morte daquela modelo de Belo Horizonte, “sacrificada” por saber demais sobre dito mensalão mineiro e seus destinatários.
De armas em punho II
A tese para levar Lula aos tribunais já foi desenvolvida pelo STF com, por exemplo, a teoria do domínio do fato, através da qual o julgador passa a condenar presumindo a culpa. A inexistência de provas passa ao largo, como no caso de José Dirceu, apenas acusado por uma testemunha, Roberto Jefferson, também réu na AP 470, louvado e incensado por ministros pelo serviço prestado à nação.
O próximo a ser elogiado pode ser o próprio Marcos Valério e sua “delação premiada”. Desde que não traga à tona os “amigos” do PSDB e de Minas Gerais.
Escondendo
Descobrimos recentemente o material acima. Em nenhum instante veiculado pela mídia nacional no curso do processo eleitoral. Satisfeita e gratificada por dispor do “mensalão”.
Quando querem...
São Paulo tornou-se referência nos noticiários. A violência, de policiais matando bandidos a bandidos matando policiais. Parece falecer ao governo paulista a competência para resolver a pendenga.
Já quando precisou ajudar Nagi Nahas a “competência” foi indiscutível, no Pinheirinho. Retiraram da “área” entre seis e sete mil famílias.
Pisando na Lua
Há uma euforia que nos parece desmedida, talvez sustentada no calor dos resultados, com a eleição de ACM Neto para a prefeitura de Salvador. Lideranças nacionais enxergam ali o sinal de que o DEM não está morto, como muitos deram de afirmar.
Vemos este esgarço de alegria como aquela melhora de moribundo, quando todos à sua volta rezam desesperados pela saúde da vida que se esgota. Assim que entendem haver melhorado o suficiente e pensam assegurada a sobrevivência saem para tomar um cafezinho e retornam para encontrá-lo morto. A reconhecida “melhora de moribundo”, como a traduz a sabedoria popular.
Em nível de Bahia, por exemplo, o DEM deixou-se sangrar como partido para siglas variadas, à direita, ao centro e à esquerda, que vão do PSD, passando pelo PP e alcançam o PSB. De centenas de prefeituras restaram-lhe menos que uma dezena, ainda que dentre elas os dois maiores colégios eleitorais baianos.
Sob este particular (dos dois maiores colégios eleitorais) registre-se que um deles é instável, o soteropolitano. O feirense, mais sólido e mais irradiante, não bastará à ressurreição anunciada do partido nem em nível de Bahia, muito menos de Brasil.
De olhos e ouvidos atentos
As expectativas em Itabuna estão voltadas para possível anúncio do secretariado do prefeito eleito. O jornalista Ederivaldo Benedito, em seu programa de rádio “Bom Dia Bahia” deste sábado na Nacional afirmou que tal ocorreria no máximo até quarta-feira 7.
Vane tem mantido contatos com entidades locais, ouvido pessoas, perscrutando intenções e reações.
As preocupações imediatas da futura administração, por aquilo que temos lido nas entrelinhas, mais centradas estão no volume da dívida pública municipal. Para uns supera 100 milhões, para outros 150.
A dívida e a capacidade de investimento
De imediato não se atribua a exclusividade da dívida à administração Azevedo, até que nos provem o contrário. Parece-nos, independentemente do que tenha sido gerado pelo ainda prefeito, que há uma rolagem histórica, em muito alimentada em “confissões”, que elevam significativamente a dívida fundada, aquela de longo prazo, a partir de obrigações para com o INSS, FGTS, PASEP, dentre outras.
Há obras por concluir. Não é essa a questão, e sim o dinheiro para realizá-las, caso tenham se originado de convênios (como o canal do Lava-pés).
Não bastasse isso, a capacidade de investimento do município de Itabuna com recursos próprios é muito baixa. Não sabemos se hoje ultrapassa 5% do orçamento.
A grande preocupação
O que temos de aguardar, com ansiedade, são os projetos e estratégias da nova administração para o médio e o longo prazo. Itabuna está prestes a repercutir uma gama de problemas por integrar um complexo de investimentos do denominado intermodal e da educação, com a implantação da Universidade Federal.
Estes problemas se farão mais amiúde porque será a cidade mais procurada. A imigração se acentuará, demandando oferta de meios para atender ao verdadeiro avanço, típica ocupação, sobre Itabuna.
Tem sido o centro de discussões que envolvem médias e grandes cidades o planejamento para longo prazo.
Itabuna precisa fazê-lo já para curto e médio prazos. Este, o nó górdio a ser desatado.
Ações políticas
Ações políticas precisam ser imediatamente buscadas para reverter situações que parecem definitivas como no presente. Dentre elas, a voltada para a redefinição dos limites entre Ilhéus e Itabuna.
O novo prefeito precisa exercer o comando efetivo desta luta, convocando o apoio de toda a sociedade.
Rainha
Morreu ontem, no Rio de Janeiro, a cantora Carmélia Alves, a “Rainha do Baião”, aos 89 anos. Vivia no recanto dos Artistas, onde foi velada antes de ir a sepultamento.
Trazemos do álbum “Estão Voltando as Flores – Com as Cantoras do Rádio” um pout-pourri integrado de Sabiá Lá na Gaiola (1950), de Hervé Cordovil e Mário Vieira, Esta Noite Serenou (1951) e Cabeça Inchada (1951), de Hervé Cordovil, e Trepa no Coqueiro (1929), de Ary Kerner.
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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum
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