Da bala de prata
Ao que parece, para superar a crise financeira que a alcançara a editora Abril buscou caminhos nada ortodoxos para dela se livrar: entrar de peito aberto na campanha político-eleitoral de 2014.
As novas tecnologias estão atingindo os meios tradicionais de comunicação e a mídia impressa é dos que mais se ressentem. Com a Abril não poderia ser diferente.
Mal começou 2015 e o desmonte da Abril se aprofunda. Acaba de fechar revistas e transferir publicações para a Caras e os carros-chefe da editora (a Veja e a Exame) sofreram profundas intervenções nas áreas comercial e editorial.
A gravidade da situação levou a editora a devolver a metade do espaço que alugava da Previ (de quase 30 andares) no prédio da Marginal Pinheiros, em São Paulo. Até o busto do velho Civita foi retirado.
Pensamos que o grupo Abril imaginou superar a crise financeira com apoio oficial. Encontrando dificuldade em 'arranjar' dinheiro com o atual governo tentou derrubá-lo (outra não pode ser a expressão depois daquela capa que ilustrou a antecipação de uma edição para atender exclusivamente a uma campanha eleitoral) utilizando sua linha editorial como instrumento de campanha.
Pretendeu ser a 'bala de prata' em favor de Aécio Neves.
A bala de prata da Veja não passava de um tiro no pé. Que pode ser um tiro de misericórdia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário