E conhecimento
Sentimo-nos no dever, pautado na cidadania, de trabalhar com
informações não centradas na mídia tradicional. Mais que isso: de denunciar o
mais que pudermos a manipulação da informação – que leva à desinformação – como
posta por muitos em torno da realidade.
Entendemos que o acesso à informação qualificada somente o será quando
polemizada na expressão, amparada em visões distintas, o que leva muito mais à
plena consciência do domínio dos fatos que a pura e simples pauta escolhida ‘a
dedo’ por quem detém o seu controle, onde se encontra em especial destaque a
mídia hegemônica.
Neste particular – a mídia hegemônica – é necessário a
tomada de consciência de que ela existe, como feudo, na concentração do
pensamento brasileiro a partir do eixo Rio de Janeiro e São Paulo, como se o
Brasil contemporâneo estivesse obrigado a reconhecer caráter de infalibilidade
à política do café-com-leite e a paulicéia ainda fosse a locomotiva a arrastar
os pesados vagões da federação.
A ruptura é um processo em andamento. Ainda que a resistência
se esgarce para manter-se centro de ideias, expostas como dogma de fé e
elevadas à circunstância de axiomas das ‘ciências exatas’ por aquela
estabelecida.
No entanto, já é visível, o teorema esvai-se no sopro ao
castelo de cartas que o sustentou durante décadas desde que levantada a cortina
por quem decidiu gritar que o rei está nu.
Nesse passo é inegável – em nível de importância – o papel
desenvolvido pelos blogues via internet. Na esteira deles e dela jornais vários
espalhados por este país podem ser lidos sob viés crítico, ainda que não o sejam na dimensão que
sonhamos.
A esse propósito, de reconhecida importância a atuação de
jornalistas que enfrentam a mesma mídia hegemônica – muitos dela originados – abrindo
espaços antes nunca imaginados, para a discussão e o debate de fatos e de ideias.
Não será exagero afirmar que há na mídia tradicional quem
viva hoje mais da fama do que de leitores, ouvintes ou telespectadores. Os que
deixaram de ver certos programas televisivos, por exemplo – e mesmo certas redes – não são
poucos e já pesam nos índices de audiência.
Por tal razão não falta quem tema a universalização da rede,
o acesso à banda larga nos moldes prometidos pelo atual governo brasileiro.
É sabido que o acesso certamente levará o internauta a
buscar música de péssima qualidade, programações chinfrins veiculadas pela
televisão e leituras oriundas do pensamento tradicional aqui criticado. Natural,
porque isso o que lhe ensinaram e ofereceram.
Mas será também o caminho para a curiosidade. Que poderá
levá-lo a descobrir de Beethoven a João Gilberto, de Fernando Pessoa a Machado
de Assis, da National Geografic a TV Educativa.
O resto fica a débito do que possa fazer a escola. Para que nossa
juventude não tenha na redação uma Hidra de Lerna.
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