domingo, 18 de janeiro de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Pesos diversos
Os fatos recentes em Paris envolvendo o Charlie Hebdo desperta várias vertentes para considerações. Destas várias desejamos destacar duas.

A primeira. A evidente manipulação da opinião pública a partir de um fato concreto. Lamentável o atentado. Mas os desdobramentos em razão dele, pretendidos por diferentes atores, não enseja nenhuma contribuição para a democracia.

Segundo. Na esteira da manipulação, a seleção do que mais interessa. Não se ouve falar, com o destaque que o fato exige, da chacina de milhares em Baga (que pode ter superado 2 mil vítimas), no norte da Nigéria, consumada por extremistas do Boko Karan, no mesmo dia em que ocorreu o do Charlie Hebdo, onde nem mesmo uma mulher em pleno parto escapou.

Aos parisienses, a solidariedade, que falta aos de África, para os quais só resta o choro.

Mulher chora diante da chegada de vítimas em hospital após ataque do Boko Haram. Grupo extremista islâmico aterroriza a Nigéria desde 2009

Dilma culpada
"Indonésia nega a Dilma a clemência a brasileiro", "Governo (Dilma) recorreu ao Papa", "Indonésia nega apelo de Dilma". 

Pelo que mancheteiam O Globo e o Estadão não há dúvida: Dilma é culpada pela execução do brasileiro preso e condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas.

Comparando
Por causa de 13 Kgs traficados o brasileiro foi condenado à morte na Indonésia.

No Brasil um helicóptero com 450 Kgs de pasta de cocaína foi pego pela Polícia Federal. E nada mais se sabe além de que o helicóptero pertencia a um político mineiro, amigo de outro político mineiro... etc. etc. etc.

Choque de gestão
Considerando a proeza conseguida  fazer faltar água em São Paulo  o PSDB paulista rivaliza com outra proeza, de FHC: a do racionamento de energia em 2001/2002.

Difere, entretanto, um e outro caso: FHC (que dispunha de geração mas não tinha como distribuí-la) não teve como evitar o racionamento e, tomando as medidas administrativas que o imediato exigia (limitar e taxar consumo etc.), terminou por sacrificar a eleição de Serra em 2002.

Como o tucanato adora falar em choque de gestão aproveitamos para disponibilizar parte do texto de Saul Leblon, no Carta Maior, bastante ilustrativo.

O que não é nada ilustrável é o fato de que a crise em São Paulo pode quebrar o Brasil. (leia, neste blog, "Culpado antecipadamente definido").

O PSDB e sua obra-prima de gestão: o racionamento em SP

'Estamos fechando a torneira porque em março, no mais tardar em junho, SP fica sem água', admitiu presidente da Sabesp. Esse é o legado do choque de gestão?

por: Saul Leblon 

Arquivo

Após um ano de dissimulações, o PSDB oficializou o racionamento de água em SP nesta 4ª feira.

O novo presidente da Sabesp , Jerson Kelman, em entrevista ao SPTV, da Globo, anunciou um corte  drástico no fornecimento, que caiu de 16 mil litros/s na 3ª feira, para 13 mil l/s a partir de agora.

O racionamento anunciado  oficializa uma realidade que já atinge mais de seis milhões de habitantes, cujo abastecimento declina há um ano acumulando um corte de 60% no fornecimento padrão da Sabesp às suas torneiras (de 33 mil l/s para 13 mil l/s).

E isso é só o começo.

 'Estamos fechando a torneira porque em março, no mais tardar em junho, SP fica sem água', admitiu presidente da Sabesp na entrevista.

Nada como um copo após o outro.

Na reta final da campanha presidencial de 2014, quando o então diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, advertiu na Assembleia Legislativa de São Paulo, que o abastecimento da cidade estava, literalmente, por um fio de água, foi chamado de ‘bandido’ pelo grão tucano, vereador Andrea Matarazzo

Brinquedo perigoso
Uma criança de 11 anos soltava pipa perto de sua casa, no Rio de Janeiro, próximo a uma UPP. Foi assassinada por policiais. Que disseram ao pai da criança que ela estava armada.

Certamente será mais um caso para as calendas. Afinal, auto de resistência existe para isso.

No mais, fica o alerta: soltar pipa no Rio de Janeiro é um brinquedo perigoso.

Natural que o seja
A cada dia mais se expressa a razão por que Gilmar Mendes retém o processo que condena o financiamento empresarial de campanhas políticas. Sua Excelência – já vencido por 6 x 1 – apenas retarda o que o STF já decidiu.

O Congresso em Foco (clique em http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/quem-bancou-a-campanha-dos-senadores/) exibe Antônio Anastasia (PSDB-MG), com arrecadação de R$ 18,3 milhões e José Serra (PSDB-SP), com R$ 10,7 dentre os que mais obtiveram recursos nas eleições de 2014.

Caso entendamos as respectivas eleições em decorrência dos gastos fica fácil compreender porque o ministro Gilmar Mendes segurou desde abril de 2014 o processo.

Como bom tucano, fiel a quem o indicou (FHC), Gilmar cumpre o seu papel de agente político-partidário no STF.

Do PSDB, naturalmente.

Fonte de corrupção
Para o juiz Márlon Reis, coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e um dos que idealizaram a Lei da Ficha Limpa, “Doação por empresa é corrupção legalizada”. Íntegra do texto em http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/%E2%80%9Cdoacao-por-empresa-e-corrupcao-legalizada%E2%80%9D/

Ao segurar o processo que elimina o financiamento de empresas a campanhas políticas o ministro Gilmar Mendes – a teor da declaração do juiz Márlon – simplesmente legitima, em nível de STF, a corrupção eleitoral.

Em defesa dos amigos, claro.

Sobras
Sérgio Motta, na campanha de 1994, arrecadou recursos tantos que conseguiu sobras de campanha na ordem de R$ 120 milhões.

Esta informação (documentada) está num destes livros: “O Príncipe da Privataria”, de Palmério Dórea, ou “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Jr.

Razão por que há quem ponha em dúvida a fonte de recursos para a compra de um certo apartamento adquirido em Paris, na Avenida Foch, e de uma certa fazenda em Buritis, em nome de Motta e FHC. 


A fonte da informação 


A arte...
Um dos mais hilários comediantes – Louis de Funès – protagoniza “As loucas aventuras de Rabbi Jacob” (1973), de Gerard Oury.

Um filme que recomendamos. 

Uma lição para compreender – pela crítica humorística ali levantada em defesa da tolerância – o que ocorre na França contemporânea. Ou melhor, o que ocorre desde muito na França.

...imita a vida
Para quem desejar descobrir origens das contradições desta França assista “A Batalha de Argel” (1966), de Gillo Pentecorvo e “Lacombe, Lucien” (1974), de Louis Malle.

Vida sem arte
Podemos perceber a quantas anda Itabuna, no plano do debate das idéias, passeando pelo facebook. Temos de tudo.

Mas nos chama a atenção uma parcela de internautas que se arvora a conhecer e dominar a política. Uma lástima, os que se entendem o suprassumo da perfeição.

Percebe-se facilmente a sua fonte de (des)informação.

Atestado
Sabemos – porque não é difícil a análise – que dificilmente o prefeito Claudevane Leite aceitará a reeleição. Para muitos não nega o fastio por manter-se no poder.

Para quem não conseguiu, em dois anos, apaziguar os interesses divergentes em permanente guerra interna, tentar a reeleição é passo certo para um derrame/enfarto.

Especulações em aberto
Para as eleições de 2016 uma disputa fica flagrante à esquerda: PT x PCdoB. 

O PT precisaria estar unido para viabilizar Geraldo Simões. 

O PCdoB está mais credenciado e fortalecido para candidatar-se a representante da esquerda por dispor de mandatos (deputado federal, a assumir, e vice-prefeito).

Geraldo Simões terá pela frente a tentativa de convencer todos por ele alijados a retornarem ao seio de sua liderança.

Em política tudo pode acontecer. 

Mas tende a um resultado mais visível: candidatura de Geraldo – caso tenha o controle do partido – e uma ala dissidente apoiando um nome diverso. 

Detalhe: o PCdoB também não traduz confiança para muitas lideranças petistas.

Razão por que há no PT quem tenha a reeleição do prefeito como saída. Que Sua Excelência não quer.

Especulações em aberto.

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