Registramos em trecho na postagem anterior que a concentração
do pensamento nacional centrava-se na ‘infalibilidade’ com que a mídia
hegemônica também dotava São Paulo de locomotiva do país, tornando tal pensamento em axioma das ciências exatas por ela
estabelecido.
A força econômica de São Paulo, às custas do restante do
país, é inegável. O percentual de investimentos no curso de um século todo se
concentrou na pauliceia, assim que o café deixou de ser a riqueza e Getúlio
Vargas começa a implantar o processo de industrialização.
Ainda que nos últimos anos a descentralização dos
investimentos industriais tenha se deslocado também para outras regiões em São
Paulo não deixou de aportar parcela considerável dos recursos investidos.
Durante a campanha eleitoral aquela mídia hegemônica – que defende
os seus interesses e dos que a sustentam – deixou passar ao largo a crise no
abastecimento de água que ocorria em São Paulo. Tudo para salvaguardar a reeleição
de Geraldo Alckmin e o feudo tucano de duas décadas.
Os anos todos de PSDB governando o estado mais rico da
federação mais está para descontrole e incompetência. Além da privatização do
sistema de água da região metropolitana, da venda da companhia de energia
elétrica – e não incluímos aqui sua contribuição à roubalheira que grassa (e
sempre grassou) o país – o governo paulista não cuidou das lições de casa tanto
em um como outro caso. Hoje São Paulo vive crise de energia e de água. Por
falta de investimentos. Ou seja, de planejamento.
Mas. Alckmin e seu PSDB foram reeleitos. E tem os aplausos
da mídia hegemônica.
Passadas as eleições, e logo que reempossado, anuncia Sua Excelência que São Paulo vive estado de ‘restrição
hídrica’. É racionamento anunciado, para a grave crise de desabastecimento. O novo presidente da SABESP, Jerson Kelman, já disse com todas as letras: ‘Estamos fechando a torneira porque em março, no mais tardar em junho, SP fica sem água.'
Não explica Geraldo Alckmin como manterá o PIB paulista (o
maior do país), a ponto de sua redução comprometer o nacional. Não terá como
dizer o que acontecerá com a atividade econômica do estado que governa, sem água
(e energia) para indústria, restaurantes, agricultura, aeroportos, hotéis etc.
A redução do PIB paulista repercutirá em qualquer evolução
do PIB brasileiro. Todo o esforço que venha a fazer o Governo Federal para
avançar na economia encontrará o efeito negativo do paulista, o maior do
Brasil.
No Nordeste de ontem conhecemos por demais ‘restrição
hídrica’ pelo nome natural: seca, falta d’água. Quem nos salvou – os nordestinos
– quando tal ocorria foram os jumentos e ancorotes.
Mas São Paulo é muito grande para a quantidade de jumentos
que precisa. E mais: a indústria de ancorotes não terá como atender à demanda.
Por outro lado, São Paulo não tem rio São Francisco nem governo para planejar (e realizar) uma transposição.
Não há jeito. São Paulo vai parar. E quebrar o Brasil.
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