Bagaço
A rudeza do
golpe de 1964 em sua existência, donde brotaram a mancheia traições, delações, ambições
e a mesquinhez que norteia o que chamam vida em tais instantes, alimentou uma pérola
literária de Mário Lago: Bagaço de beira-estrada, livro de memória em
continuidade ao Na rolança do tempo.
Como a
história se repete – em muito como farsa, como já fora aquele instante – há atores
e personagens, casos e histórias no curso do presente que nada deixam a dever
aos pretérito referidos.
Chamado por
alguns de “bagaço do golpe” o juiz Sérgio Moro – hoje inteiramente
desmoralizado na cena jurídica no Brasil e no exterior, onde só encontra apoio
dos que alimentaram o golpe e o sabem ‘agente judicial’ para corresponder aos
interesses da banca – deu de, mais uma vez, exercitar seu lado
político-partidário e passou a dar pitacos sobre o que os candidatos deveriam dizer
na campanha.
Nessa de coordenador de campanha sai com pérolas, como as ditas ao jornal O Estado
de São Paulo, abaixo transcrito:
"[...]o
juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, em
Curitiba, sugeriu que os candidatos à Presidência da República sejam
questionados durante a campanha eleitoral sobre seis temas específicos
relacionados ao combate à corrupção. Moro elencou a necessidade dos candidatos
serem abordados sobre suas posições em relação ao cumprimento de pena após 2. 2ª
instância, anistia ao caixa 2, lei de abuso de autoridade, foro privilegiado,
padrão de governança pública e, por fim, concessões à corrupção para garantir
governabilidade."
A
fala de Moro foi: ‘Nós precisamos que a classe politica e nossas lideranças
politicas façam a sua parte e deem seu exemplo, não só com atitudes
consistentes contra a corrupção, mas com posições vigorosas contra ela’”.
Esquece sua
excelência (com letra minúscula revisor!) – por conveniência típica de Diabo
fugindo da cruz – de sugerir sobre o que acham os candidatos a propósito do
respeito à Constituição da República.
Ou, mais precisamente, do que acham de
violações, pelo Poder Judiciário (de juízes a ministros do STF), do quanto
disposto na Constituição como cláusula pétrea.
De tudo,
incluindo Moro, restará o ‘bagaço’. Que não dará título a livro nenhum.
Onde 'moro' prevalece tratado internacional referendado nada vale
Onde 'moro' prevalece tratado internacional referendado nada vale
A gandaia a
que chegamos alcança o desplante de autoridades dos Poderes Executivo e Judiciário afirmarem que um Tratado Internacional, da
ONU, subscrito e referendado pelo Brasil não possui nenhum valor porque não foi sancionado pelo Poder Executivo.
Natural que tal ocorra – quebra do determinado – em decorrência de uma singular coincidência: a determinação da ONU beneficia o ex-presidente Lula.
Como o país
escuta a rede Globo e esta se impôs como oráculo e divindade suprema esquecem todos
de uma lição primária de Direito Constitucional:
Tratados Internacionais subscritos pelo Brasil são referendados pelo
Congresso Nacional e dispensam sanção presidencial, porque o instrumento que os
afirma é o denominado Decreto Legislativo (das espécies legislativas o meio pelos quais a Câmara e o Senado exercem competências
exclusivas, a teor do artigo 49, da CF), para
produzir os efeitos dispostos no plano interno e acarretar encargos ao país.
O Decreto
Legislativo 311, de 16 de junho de 2009, foi publicado pelo Senado Federal e a
força do Tratado é vinculante como lei supranacional com força interna.
Quanto custa
O gritante
em tudo não está somente no fato de o Estado brasileiro, na figura de uma representação que nada representa hoje no concerto das nações, se negar a fazê-lo, mas que a principal instituição capaz de instá-lo –
porque em suas mãos as decisões – o Judiciário/STF se negar a efetivar e não
falta entre seus membros quem diga que tal não tem eficácia.
Essa gente
que mais está para fazer política partidária sem risco de eleição gosta mesmo
de uns penduricalhos, como alerta Brito no Tijolaço.
O Estado
Democrático de Direito... para eles, como casta.
Sexta-feira
última não foi 13, mas 24. Tempo de lembrar de Getúlio Vargas e o trágico suicídio.
Tantos anos, os fatos se repetem. No primeiro caso o massacre midiático voltado
apenas para o eterno projeto de elites, a subserviência aos interesses
estrangeiros e o colonialismo como prêmio, onde somente a casa-grande se
beneficia.
O dito acima e a relação com o presente parte de considerar o dito por Assis Chateaubriand ao General Mozart Dorneles, subchefe do Gabinete Militar da Presidência da República, em 1954, de que tudo o que promovia tinha por objetivo Getúlio desistir da Petrobras, criada há três semanas.
Hoje, em
nível de riqueza, a Petrobras e o petróleo são ainda joia da coroa, como as reservas de urânio, o projeto de beneficiamento de urânio, a base de Alcântara, etc. etc.
Para tanto,
o massacre para alijar do processo eleitoral quem anuncia beneficiar o povo,
incluindo quem o efetivamente o fez.
Ontem Assis
Chateaubriand e a TV Tupy (São Paulo e Rio)e a revista O Cruzeiro; hoje, a
Globo e o Globo, capitaneando as(os) que os reproduzem.
Em jogo o
país. Ainda que os instantes históricos sejam diversos os interesses são os
mesmos.
Em agosto de
1954 Getúlio Vargas deu um tiro no peito para salvar as conquistas
nacionalistas de seu período, incluindo a Petrobras.
A
insignificância e o insignificante
A
mesquinhez, aliada ao ciúme barato – diria alguém – fazem de FHC uma
insignificância no imaginário de parcela considerável de brasileiros ouvidos em
pesquisa.
O intelectual mostra-se insignificante no que prega, porque não
convence. E não convence porque não é coerente com o que propaga ou, mais grave,
apesar de insinuar dizer para o povo trabalha (e sempre trabalhou teoricamente)
contra o povo.
E esse
danado de povo – mesmo que o tenham por ignorante – tem memória e não esquece. Que o diga a avaliação ao lado (GGN), dizendo respeito à importância político-eleitoral dos referidos, onde figura o 'príncipe'.
Como
profissão de fé, em três tempos
Temos – há
muito tempo – nos posicionado contra o voto eletrônico no modelo brasileiro.
Justamente porque é o caminho natural para fraude. Sem a possibilidade de
conferência da votação – que se tornar necessária – qualquer violação ao
sistema para controle do registro de votos nunca será percebido.
Somente quem
acredita em Papai Noel admitirá seriedade num sistema criticado (com
comprovação de violações) e não reconhecido no resto do mundo. Basta que se
diga – para ilustrar – que outros sistemas de votação eletrônica não dispensam
a impressão do voto, que não tem nada a ver com a propaganda fácil de que
identificaria o votante, uma mentira deslavada, porque o voto impresso fica
depositado em urna física apenas para conferência em caso de recurso.
Também já
afirmamos não acreditar na realização de eleições em 2018, o que parece nos
levar ao pelourinho da crítica e da teoria da conspiração.
Por fim, o
corolário: temos afirmado que não acreditamos que um golpe elaborado, planejado
e engendrado por forças internacionais – apoiadas em marionetes nacionais, que
dão legitimidade interna àquelas – voltado para que o controle do país e de
suas riquezas não fuja mais do controle das ‘forças poderosas’ (diria Jânio
Quadros) alicerçadas no capital especulativo que hoje controla países, de
pequenos a grandes, venha a tolerar entrega do poder a este ou aquele candidato
que contrarie suas políticas de concentração da riqueza, controle do estado
(estado mínimo) e domínio do mercado sobre o interesse coletivo.
Havendo
eleições uma coisa é certa, assim enxergamos: ou há certeza da vitória de seu
candidato ou a manipulação da urna eleitoral mostrará a que
veio.
Pensaria
diferente caso não visse tanta resistência ao voto impresso pelo próprio
Judiciário. O exemplo melhor de que – a serviço do mercado – não só para
legitimar impeachments absurdos, condenações mais absurdas ainda, como também eleger
o presidente da banca.
No mais, o
país (e sua gente) que se lixe!
Tudo,
naturalmente, deve parecer democrático. Como a queda dos militares do poder por
eles (da banca) imposto através do golpe de 1964 e a redemocratização.
OEA
Missão da
Organização dos Estados Americanos chega ao Brasil para acompanhar o processo e
as eleições dele decorrentes.
Comumente tal acompanhamento somente ocorre em casos de suspeita de fraudes e irregularidades. Nas denominadas 'republicas (de) bananas'.
Leitura: o
Brasil caiu na boca do mundo como inconfiável à Democracia.
Acompanhamento a
eleições é sinal de que a coisa não anda boa.