Aprígio
Você estava conosco, ontem, quando
alguém levantou questionamentos em relação à saúde no Brasil. Ouviu nossa
defesa de que dispomos do melhor sistema de seguridade do planeta (onde se insere a Saúde) em razão de sua universalidade. Nenhum brasileiro – rico ou pobre –
deixará de ser atendido pelo Estado brasileiro através dos equipamentos
disponíveis. Tudo distribuído entre os denominados entes da Federação (União,
Estados e Municípios).
Também ouviu que o que está a
ocorrer na Saúde não pode ser tributada (pelo menos exclusivamente, como o faz
a mídia) ao Governo Federal, visto que Estados e Municípios estão mais na ponta
da prestação do erviçi (especialmente os Municípios) e um ente não pode
intervir no outro em razão da autonomia político-administrativa delimitada para
cada um na Constituição da república (art. 18).
Nossa defesa – dissemos – não tem
natureza apologética ou proselitista. Afinal, a Saúde pública (a privada tem
inúmeros problemas, que o digam os que pagam por um plano de saúde e não são
atendidos, ou nos casos complexos são remetidos para o SUS) não é a de nossos
sonhos.
No entanto não podemos tratá-la de
forma minimalista, como se o problema residisse pura e simplesmente no Governo
Federal. Dinheiro há – certamente não o ideal, até porque a oposição derrubou a
CPMF, que ela mesmo criara quando situação.
O que ultrapassa o racional é a
ladroeira. O dinheiro do Governo Federal chegar e ser desviado, o atendimento
ser cobrado sem que tenha sido prestado. Ainda que não o seja em termos de 100%
o será em percentual superior a 50%.
Mas, como dissemos, a maior falência
da nossa Saúde mais está no âmbito da propaganda negativa, objetivamente
negativa. Por que os meios de comunicação não orientam o cidadão para
fiscalizar/denunciar os desmandos? Porque o que desejam – sempre encontrarão
uma razão para fazê-lo – é política. Agem com a Saúde como aquele meio de
comunicação (rádio, televisão) que encontra no buraco de estrada ou de rua o caminho
para atingir o universo de uma administração que não reze por sua cartilha.
Particularmente, em relação ao que pensa
o brasileiro dos serviços de Saúde, pesquisa Datafolha recente apontou 30% para
bom e ótimo, 44% para regular e 26% para ruim e péssimo. Naturalmente, 26% para
ruim e péssimo não é número para a saúde que almejamos.
De destacar que tal revelação (do
Datafolha) não mereceu a repercussão que deveria. Afinal, o bicho não é tão
feio como dizem.
Caro Aprígio: a verdade pode ser a
que não divulgam (como não divulgado os percentuais de bom e ótimo). Melhor
falar só do ruim em tudo. Resultará em melhor ‘utilidade’ como propaganda
político-partidário-eleitoral.
A propósito, em razão da falta de
isenção de nossa grande mídia, a médica Aracy Balbani disponibilizou em http://jornalggn.com.br/blog/aracy/a-saude-na-gestao-dilma-rousseff-por-aracy-p-s-balbani:
“A divulgação das ações do Ministério da
Saúde pela imprensa comercial brasileira não contempla de forma isenta tudo o
que vem sendo feito pelo Governo Federal. Muitas reportagens e artigos
opinativos resumem-se a criticar o Programa Mais Médicos com escancarado viés
político-ideológico.
Por desinformação ou
má-fé, grandes veículos da imprensa omitem que a responsabilidade pela gestão
do SUS é compartilhada com os Estados e Municípios. Falhas graves de gestores
estaduais e municipais costumam ser ignoradas e quase toda a culpa pelas mazelas
do SUS é jogada apenas nas costas do Governo Federal.
Abaixo,
pinçamos fatos e dados mostrando que, se o Governo Dilma não é um mar de rosas
para a saúde pública – em grande parte pelo subfinanciamento do SUS –, algo
significativo tem sido criado ou ampliado.
Outro exemplo de gestão petista da saúde
é a Prefeitura de São Paulo 1, cujo site amplia a transparência a ponto de
exibir ao cidadão e à cidadã os horários e locais em que os profissionais de
saúde contratados devem estar trabalhando 2.”
Declina a médica, a guisa de
exemplos: o Programa Farmácia Popular, a Política Nacional de Atenção à Saúde
Auditiva, Portal Saúde Baseado em Evidências, Ampliação da oferta de
radioterapia para câncer do SUS, regulação da saúde complementar.
E poderia, caro Aprígio, citar o
Brasil Sorridente, o Mais Médicos etc. Sem falar nos transplantes, na rede Sara Kubitschek etc.
A Dra. Aracy Balbani não floreou em
torno do que não exista, mas não fugiu de reconhecer o que vem sendo feito.
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