Da cruz
A insistência de Lula e Dilma por uma
reforma política através de uma constituinte originária para tal mister encontra
óbice na classe política – que o divulga com a força de que dispõe e o instrumento que a sustenta, a
mídia – que sobrevive e se alimenta com um sistema que
somente a beneficia.
A atual campanha apresenta quão
viciados estão os mecanismos da política eleitoral. Mais próxima da degradação. O desrespeito à
orientação/decisão partidária nacional perdeu valia desde que a verticalidade
das coligações foi lançada no limbo por decisão judicial superior.
O que deveria nortear uma campanha
partidária – ou coligação – esvai-se pelo ralo do nonsense. Programas,
ideologia e princípios das agremiações nenhum significado passaram a ter. Letra
morta.
A situação leva à defesa pura e
simples de interesses de um ou outro grupo, quando não especificamente
individuais.
Situação e oposição não se apresentam por ideias e princípios. PMDB apoiado pelo PSDB/DEM e vice e versa. A situação – em nível de partido – é inversa em alguns estados,
onde candidatos do PT aliam-se ao PSDB, apoiados por este.
Na Bahia um de seus exemplos mais
ilustrativos: o PMDB – histórico aliado do PT nos últimos anos – ainda que
tendo Michel Temer na cabeça de chapa da majoritária presidencial como
candidato a vice-presidente aliado está à oposição mais radical ao atual
governo.
Por esta terra vê-se, ainda, a
dimensão dos interesses individuais superando os do partido e suas orientações.
Candidato(s) aliados a Aécio Neves nem mesmo dispõe(m) de um retrato seu em suas peças
publicitárias. De governador a deputado estadual, todos passaram a fugir de Aécio como o Diabo da
cruz.
Bem possível que Aécio se sinta esquecido.
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