domingo, 28 de setembro de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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A falta que faz
Fernando Sabino escreveu, dentre muitos livros de crônicas, “A falta que ela me faz” (1980). Não o trazemos à memória em razão do trabalho em si, mas pelo título, para aplicá-lo a uma lembrança que se impõe neste final de setembro. No início da Primavera, mais precisamente no dia 30 daquele 1968, morria Sérgio Marcus Rangel Porto.Talvez para que não tivesse que viver o 13 de dezembro que viria.

Foi poupado do golpe dentro do golpe mas golpeou-nos a todos quando levou com ele Stanislaw Ponte Preta. O singular cronista da sociedade brasileira, certamente o que melhor traduzia o instante que viveu, vertendo-o em outros versos do panteão nacional que passava a ocupar e onde recepcionaria o Barão de Itararé três anos depois.

No FEBEAPÁ 2 mostrou a complexidade da fonte de suas observações: “É difícil o historiador precisar o dia em que o Festival de Besteiras começou a assolar o País”. Afinal, na obra sinalizava tais dificuldades com pérolas como “O mal do Brasil é ter sido descoberto por estrangeiros”, expressa na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por uma de suas mais profícuas ‘fontes’, o deputado Índio da Costa.

De 1961, com “Tia Zulmira e Eu”, a 1968, quando lançou “FEBEAPÁ 3”, “Na Terra do Crioulo Doido” e “A Máquina de Fazer Doido”, o heterônimo superou o próprio Sérgio Porto de “A Casa Demolida” e “As Cariocas”.

A obra de Sérgio/Stanislaw precisa ser relida. Deveria mesmo – podemos afirmá-lo – tornar-se leitura obrigatória nas escolas (em todos os níveis).

Poderíamos compreender o que ocorre hoje, onde ainda impera – bastante piorada – a ‘máquina de fazer doido’, como naquele programa em que a ‘expert’ tardou a acatar o vigor da intérprete que, antes de tudo, dominava a técnica lírica, estudada há anos. Pior não foi tardar a reconhecer, mas a explicação por que não o fizera.

Por tais coisas Deus poupou Sérgio/Stanislaw de viver o presente. Mas, que 'falta ele nos faz!'.
Stanislaw Ponte Preta, o Sérgio Porto

Carro
Só para os ricos. É o que insinua a RBS, afiliada da Globo, em relação ao número de veículos circulando em Santa Catarina. A matéria culpa o Governo petista pelo ‘desmando’.

Sob a visão dos interesses que defende a afiliada da Globo podemos concluir: caso somente os ricos continuassem a poder comprar um carro o trânsito estaria uma maravilha!

Que o leitor 'beba' a sapiência da 'toupeira comentarista' da RBS clique em https://www.facebook.com/video.php?v=749176371821587

Ainda que tardia
Ainda que tomada uma iniciativa contra a incitação ao crime cheira a tardia. Quase a mofo. Tudo pela gravidade das indigitadas declarações, de flagrante incitação ao crime em veículo de radiodifusão.

“O que resta ao cidadão de bem que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é claro! O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite”.

A declaração de Sherazade pode custar-lhe uma retratação ao vivo e uma indenização de 532 mil reais ao SBT.

Falta a responsabilização penal pelos crimes cometidos.

Que tenhamos como tardia a iniciativa do Ministério Público. É um fato, para algo acontecido há sete meses, escancaradamente, refletido nos meios de comunicação. 

Mas, não deixa de ser positiva a circunstância de que não estamos na terra de ninguém, como certamente se imaginou e se sentiu a ‘justiceira’ do SBT.



Ainda os grotões I
Os números do Ibope divulgados nesta sexta 26 provocam uma análise, se tomamos o universo dos estados alcançados pela pesquisa: 11, mais o Distrito Federal (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal), totalizando 74% do universo de eleitores, onde a candidata a reeleição lidera em dez (exceção a São Paulo – que participa com 22,4% do eleitorado nacional – e Distrito Federal – com 1,3%).

O que representam os demais estados não avaliados pelo Ibope traria, provavelmente, a definição da eleição presidencial no primeiro turno se levarmos em conta o que o peso de Dilma/PT pode representar no imaginário de estados como Paraná, Tocantins, Pará, Maranhão, Paraíba, Sergipe, Alagoas, Piauí, Amazonas. Flagrantemente contrário à reeleição somente o Espírito Santo.

Afinal, representam 26% do eleitorado brasileiro, cerca de 36 milhões de eleitores em números absolutos. Caso neles Dilma Rousseff, por exemplo disponha de uma vantagem de 10 pontos percentuais na média isto representaria – depois de afastados os 12% de brancos/nulos/não sabe, de cerca de 4,3 milhões de eleitores – o equivalente a 3,1 milhões de votos a mais para Dilma, suficiente para inibir a vantagem marinista em São Paulo, em 7% para a pesquisa, o que representa em torno de 2 a 3 milhões de votos.

Atente-se, ainda, que Marina  pela própria pesquisa Ibope  perdeu, em São Paulo, 3% (tinha 35% em 26 de agosto e agora 32%) ao passo que Dilma subiu no período de 23% para 25%, reduzindo a diferença de 12% para 7%.

Ainda nos grotões II 
Ainda que não seja este aspecto o fiel da balança, há um outro: a parcela que migrará da avaliação regular do Governo, oscilando entre 35% a 39%. 

Bastará a Dilma a captura de um terço deste contingente, por si só, para ganhar no primeiro turno.

Nenhuma linha
O fato passou despercebido. E, certamente não fosse o que representa em termos de tomada de posição judicial, teria sido execrada como aparelhamento do Judiciário pelo Governo/PT.

No entanto, de grande significação o TSE haver condenado a Veja a publicar direito de resposta por ter assacado injúrias contra a presidente Dilma Rousseff e o PT. Tão viciada está a revista que faz como e nada tivesse a responder.

Nenhuma linha na mídia - que sempre exalta 'notícias' contra o Governo e o partido que está no Poder.

Ficamos com os que entendem que o uso do direito de resposta deve limitar-se, em fundo preto, a 'Esta revista foi condenada pelo TSE por CALÚNIA e INJÚRIA ao PT'.

Dilma conquista uma página da Veja em direito de resposta
Jornal GGN - O Tribunal Superior Eleitoral entregou uma página da revista Veja à presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). Os ministros entenderam que a revista ofendeu a honra do partido, na  reportagem "O PT sob Chantagem" publicada em 17 de setembro, e concedeu o direito de resposta. 
A matéria afirmava, sem comprovação, que a legenda teria supostamente pago propina em dólares a um chantagista para se calar sobre a "participação dos principais líderes petistas num desfalque milionário" nos cofres da Petrobras. Segundo a revista, "no cenário menos otimista, os segredos dos criminosos, se revelados, prenunciariam uma tragédia eleitoral", afirmando ainda que "o PT conhece como poucos o que o dinheiro sujo é capaz de comprar", dizia a reportagem.
O Plenário do TSE julgou que a Veja "extrapolou os limites da crítica ácida, ofendendo a imagem do partido". Com a chamada de capa "O PT paga Chantagistas para Escapar do Escândalo da Petrobras”, a revista publicou, ainda, uma fotografia dos dólares que teriam sido parte do pagamento da suposta propina. 
O ministro Admar Gonzaga questionou: "se aquele que supostamente recebeu os dólares não quis se manifestar, de que forma a representada conseguiu a fotografia das cédulas que, taxativamente, afirmou terem sido utilizadas para pagamento da chantagem? A revista não explica". Caracterizou, ainda, como "ofensa infundada" e "situação de extravasamento da liberdade jornalística". 

A ministra Rosa Weber afirmou que o texto "desborda da simples manifestação e contém afirmações peremptórias e ofensivas". Teori Zavascki defendeu que o direito de resposta também é parte da liberdade de expressão, como está na nossa Constituição: "direito de resposta não significa punição", disse. A mesma linha de pensamento foi seguida pelo ministro Dias Toffoli, completando que não se pode admitir a calúnia, "algo que não se sabe até que ponto é ou não verdadeiro", como o fez a Veja.

Biografia na lama I
Não pode contribuir para a biografia de Marina Silva ir aos Estados Unidos, em véspera de eleição, admitir abertura de canais entre Brasil e States. Só falta pedir apoio da IV Frota.

O expressado pela revista Exame nos deixa a todos preocupados, tamanho o retrocesso da proposta. Sem falar na ausência de oportunidade.

"A candidata à presidência Marina Silva, do PSB, explora novos laços com os Estados Unidos, na visita nesta sexta-feira a Washington acompanhada de um de seus assessores, que defendeu a possibilidade de alianças comerciais e energéticas entre os dois países.

O Brasil terá uma “política externa muito aberta para desenvolver os laços com os Estados Unidos”, se Marina ganhar as eleições, prometeu seu coordenador de Programa de Governo, Mauricio Rands, à plateia composta por empresários.

Segundo Rands, “há uma grande possibilidade para integrar os dois países” em áreas como energia, tecnologia e investimento, retomando a ideia de um tratado de livre comércio entre os dois países.

Devemos nos esforçar seriamente em um tratado de comércio e investimentos com os Estados Unidos, afirmou Rands...".
Biografia na lama II
Que parceria pode buscar um candidato a presidente em final de campanha para o primeiro turno viajando aos Estados Unidos? Prometer alguma coisa em busca de apoio.

As propostas contidas no programa de governo de Marina Silva, no que dizem respeito à diplomacia brasileira, deixam arrepiados os cabelos dos que têm a defesa da nacionalidade como elemento de integração e de defesa da capacidade de conquistarmos espaços no planeta no âmbito da participação na geopolítica mundial. 

As ações tem sido claras nos últimos 12 anos, começando por recusar a participação na Alca e não-entrega da base de Alcântara, prometidos por FHC e José Serra. 

Paralelamente, desenvolvemos políticas de fortalecimento em relação à América Latina e África, sem desprezar (e compreender) a necessidade de compartilhar tais conquistas com outros povos que possam contribuir para a superação da dicotomia EUA-Rússia dissipada na queda do Muro de Berlim, quando EUA e Europa se tornaram partido único no comando.

Os interesses são imensos. Os Estados Unidos, que tem matriz energética pautada no fóssil e no átomo, que em relação ao petróleo enceta campanhas bélicas para ter assegurado o fornecimento que atenda à sua demanda, deve estar ouriçado para dispor do pré-sal.

“O Brasil que nós perdemos”
A expressão do título está em "50 anos do golpe: o Brasil que nós perdemos", palestra de João Vicente Goulart, para manter viva a lembrança que muitos querem jogar no limbo da História. E faz parte da campanha para construir (projeto de Oscar Niemeyer) o Memorial Liberdade e Democracia João Goulart, em Brasília.

O Brasil que lutava para consolidar a Democracia e vertia suor para defender seus valores nacionalistas se viu lançado às brumas com o golpe civil/militar de 1964. Ganhou a elite a serviço dos Estados Unidos.

A História não pode ser esquecida. E quando lembrada o é para que não repitamos erros.


Voto útil
Temos observado – ainda que poucos os interlocutores permitimo-nos tê-los como amostra estatística – uma velada reação ao voto em Eliana Calmon. A partir de figuras vinculadas ao PSB.

Como não há segundo turno para senador e dos que temos escutado não há o menor desejo de ver Geddel Vieira Lima vencedor na disputa, o voto útil em Otto Alencar começa a ser um fato concreto. 

Em semana decisiva o trabalho formiguinha está em andamento.

Melhor calada I
Marina Silva demonstrou ‘inaptidão’ – obrigado Juvenal – para conduzir-se no caudal da emocionalidade que a catapultara à posição de líder e quase eleita depois que ocupou o espaço de Eduardo Campos.

Analisam muitos que sua imagem poderia estar atrelada a do adversário perfeito para Dilma/PT porque tinha em seu currículo justamente a origem petista.

Sob este viés seria, como muitos a anunciaram, a “Lula de saias”. A menina pobre e sofrida – como Lula – que chegaria à presidência da República não para dar nova roupagem ao Brasil, mas para dar continuidade ao que estava sendo realizado.

Discurso fácil e de mais facílima digestão. A encarnação ideal do paradigma petista de governar caiu-lhe no colo. Não soube aproveitar a deixa.

Melhor calada II
No entanto, Marina começou a falar. E descobre-se que camuflava no discurso vertentes antagônicas ao que dissera ter sido. Suas alianças e assessoramento pautaram-na aos interesses inconciliáveis e ela não percebeu que se tornara espingarda de Satanás. 

Assumiu-se antítese de Lula/Dilma. Banda neoliberal disputando com a tucanagem tupiniquim quem fará melhor, passou a disputar o mesmo território adversário e deixou-se levar pelos cantos de sereia que lhe alcançaram os ouvidos. Encantou-se. E ficou imediatisticamente ambiciosa.

Pior que isso, passou a jogar com tudo e com todos que de alguma forma pudesse traduzir votos. Perdeu-se.

Deu o álibi que Dilma precisava: de ser ela (Dilma) a única a manter políticas sociais de Lula etc.

Para completar, viagem aos Estados Unidos.

Confessou a quem servia ou a quem quer servir.

Erro
A tônica da sistema financeiro – leia-se, bancos no particular – não é a de fazer-se aparecer. Imagem pessoal não faz parte de sua atuação midiática.

Talvez esse seja o erro de Neca Setúbel, que pode contribuir para a derrota de Marina Silva: assumiu protagonismo, inclusive de parecer ser a pessoa que sugeriu a ideia de um Banco Central independente.

Sabemos que o povão não morre de amores por bancos e agiotas. Pode também não morrer de amores por quem esteja vinculado diretamente a banco. Ou os defenda, e a suas idéias.

Para completar, circula na rede que Setúbal contribuiu com 1 milhão de reais para o Instituto de Marina, o que representou 83% dos recursos obtidos em 2013.

Semana decisiva I
Quando estivermos redigindo as postagens desta coluna no próximo domingo o processo de votação estará em andamento.

Até lá  no curso da semana  a onça vai beber água. Nossa 'onça' é a mídia que ocupa o espaço da "oposição fragilizada".

Tentará barrar  ou reverter  a tendência que sinaliza para a presidencial decidida no primeiro turno.

Olhando pelo retrovisor para não esquecer dos métodos, trazemos as 'lembranças' de Edivaldo Dias Oliveira, na rede:


Rede Brasil Atual
Em 1989, sequestro de Abílio Diniz foi relacionado ao PT e desmentido logo após eleições, mostra pesquisa
Investigação apontou que não houve envolvimento do Partido dos Trabalhadores no sequestro de Diniz. Envolvidos acusaram polícia de obrigá-los a vestir camisa da campanha de Lula. Clique aqui.

Teoria e Debate 
2002: Lula derrota a velha mídia
Apesar de simular neutralidade, como mostramos no artigo anterior, depois de ajudar a eliminar Roseana Sarney e afastar Ciro Gomes, o partido midiático coloca toda a sua artilharia contra o inimigo principal, Lula, até porque sua possibilidade de vitória era real, e esse risco a mídia não queria correr. Mas Lula, no segundo turno, no dia 27 de outubro, obteve mais de 61% dos votos válidos, contra pouco mais de 38% para Serra. Clique aqui.

Carta Capital
Aloprados e aloprados

Em 2006, jornalista contou a araponga de Cachoeira como escândalo da mala de dinheiro foi usado para prejudicar campanha petista. Clique aqui.

Semana decisiva II
E para fechar a campanha que o leitor acompanhe a programação dos institutos de pesquisa, conforme registrado no TSE.



BR-00888/2014----VOX POPULI/Rede Record---Data de divulgação: 29/09/2014

BR-00892/2014---MDA/CNT---Data de divulgação: 29/09/2014

BR-00905/2014 ---DATAFOLHA/Folha de São Paulo---Data de divulgação: 30/09/2014

BR-00909/2014--IBOPE/Globo-Estadão---Data de divulgação: 30/09/2014

BR-00918/2014---Sensus/Isto É---Data de divulgação: 01/10/2014

BR-00933/2014---DATAFOLHA/Globo-Folha de São Paulo---Data de divulgação: 01/10/2014

Data de divulgação: 29/09/2014

Data de início: 27/09/14 Data de término: 28/09/14 Entrevistados: 2000

Questionário completo aplicado ou a ser aplicado (formato PDF): 



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