Conformação
Evidente que em andamento uma nova conformação envolvendo a hegemonia mundial em diversos aspectos. Não mais a concentração entre Estados Unidos e Rússia, muito mais simbólica ao tempo em que esta se apresentava como o conglomerado URSS-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, pautando a agenda planetária e tendo China, Japão, Alemanha, Inglaterra – entre outros – como periferia de apoio.
Recentemente – aqui em Fortaleza – foi realizada uma reunião dos denominados BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) – países que formam novo bloco de participação no xadrez da economia mundial – oportunidade em que criaram instituições financeiras e controladoras nos moldes da Banco Mundial e do FMI. Um claro recado aos Estados Unidos de que não mais são eles o centro de decisões e controle no universo terráqueo, mesmo que poder ainda detenham.
A reunião de Fortaleza não mereceu de nossa imprensa o destaque merecido, ainda que ali flagrante a inserção do Brasil no complexo das discussões mundiais em foro bastante significativo. Não fazia – a imprensa – nada mais que beber nas fontes dos mesmos interesses que alimentam significativa parcela do pensamento nacional: a de nos mantermos atrelados ao controle dos EUA.
Circula recente informação – já questionada pelos Estados Unidos – da adesão da França, Alemanha e Itália a um outro formato de participação no controle da economia mundial. Desta vez através da adesão dos europeus ao Asian Infrastructure Investment Bank, o banco de investimento da China que visa expansão geográfica para os seus interesses desde o extremo oriental de seu território (Xian) até Rotterdan (Holanda), passando por Cazaquistão, Uzbequistão, Irã, Rússia, Atenas e Veneza.
Os limites de atuação do banco voltam-se para investimentos em infraestrutura. Como já o faz a China diretamente na América Latina e África. Em relação ao Brasil, recentemente assinou acordo para construção da ferrovia que unirá nossa rede ferroviária ao Pacífico (onde tem significativa importância o novo porto de Ilhéus como referência no Atlântico).
É o mundo se movendo (pressionando os Estados Unidos), que reagem no limite do poder que ainda detém para tentar evitar o inexorável: a perda de espaços de controle antes absoluto.
Por aqui – nesta terra de são saruê, capitaneada pelo pensamento que emana dos estados unidos de São Paulo – há quem pense que a nova conformação mundial só cabe na Aliança do Pacífico, atual instrumento de controle regional pela influência estadunidense, que substituiu a ALCA, queimada por Lula quando assumiu em 2003.
Fato não perdoado pelos de lá e pelos de cá.
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