DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Mistério
ampliado
As
cabeças de pedra da Ilha de Páscoa sempre alimentaram mistérios. A começar por saber quem conduziu e esculpiu tais gigantes.
Antes imaginaram tão somente cabeças.
Descobrem que são corpos. Muitas toneladas a mais, mais que o dobro. Alguns com inscrições.
Faltou cueiros
Os meninos da Grécia anunciaram-se ao mundo como cabeça de ponte do enfrentamento ao sistema financeiro.
Ainda que caiba aguardar pelos desdobramentos do vai-e-volta, não custa afirmar que lhes faltaram cueiros.
Yanis Varoufakis, ex-ministro da Fazenda da Grécia, em entrevista a uma emissora austríaca, destacada pelo Guardian aqui, não poupou críticas à reviravolta, que contraria a vontade manifesta no plebiscito que disse 'não' à proposta da União Europeia, denominando o acordo de 'novo Tratado de Versailles':
“Esse é um novo Tratado de Versailles que ronda a Europa. Em 1967, o Golpe de Estado que destruiu a democracia grega veio sob a forma de tanques. Bem, dessa vez foram os bancos.
Não custa lembrar o passado a que se refere Varoufakis, relendo "As consequências econômicas da guerra", de Lord Keynes. Os desdobramentos todos temos obrigação de conhecer: a ascensão do nazismo na Alemanha.
Até porque o que fazem por lá repercute aqui.
Razões imediatas
O acordo costurado por Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China com o Irã – que deve ser referendado pelo Conselho de Segurança da ONU nesta segunda 20 – não mostra a razão imediata do interesse comum: o avanço, mais que alucinante (em todos as dimensões, incluindo a psíquica) do Estado Islâmico, de quem o Irã também é adversário.
O incômodo a Israel – que perde espaço na geopolítica do Oriente Médio – será definido pelo Congresso dos EUA – onde os judeus sionistas exercem forte lobby – que legitimará ou não a participação estadunidense no acordo.
Outra observação deste provinciano observador: reflexos no preço do petróleo a médio prazo. O que nos interessa.
Semântica
Alguém na rede – é por lá que muito se interpreta – levantou a distinção elementar no plano de conceito sobre propina, vinculando-a a da Polícia Federal – órgão estatal de atuação singular na contemporaneidade:
“A PF sabe distinguir doação de
propina: doação é para a oposição e propina é para o PT”.
Sensatez
Sensatez
O
Senado da República existe originariamente como espaço de equilíbrio e
maturidade na edificação de leis. Tal maturidade e equilíbrio acabam de ser
demonstrados na aprovação ocorrida na última terça 14. Expressa uma revisão do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no que diz respeito às práticas
ilícitas cometidas por crianças e adolescentes, elevando para 26 anos o período
de internamento compulsório. Ou seja: o menor adolescente que tenha cometido
delito grave permanecerá custodiado até oito anos depois de completados os 18
que lhe dão maioridade.
Neste
particular, pode constituir-se em apenação gravíssima, uma vez que uma custódia
a partir dos 12 anos o levará ao cumprimento de 14 anos em regime fechado.
A
maturidade do Senado reside no fato elementar: não é a redução da maioridade
penal a solução. Mas a certeza de que a impunidade não beneficiará o infrator
por ser menor de 18 anos.
Não
fosse...
O
circo armado por Eduardo Cunha – culminando com sua declaração de tornar-se
oposição ao governo Dilma (o que já exercia de fato) – é parte das
consequências de uma gama de raios que caem sobre sua cabeça e põem sua
carreira política em risco. O maior deles – no momento – a recondução do
Procurador-Geral da República ao cargo.
Para
completar, se havia fatos criminosos que o atropelavam, uma delação em
depoimento que se origina na Lava Jato caiu como um tsunami sobre sua vida e
patrimônio: achaque para obter 5 milhões de dólares de uma empreiteira (mais
um), além de ameaças a investigados, estendidas a familiares, para que não seja
citado em depoimentos.
Escolheu
– como defesa – acusar/responsabilizar a presidente Dilma por tudo o que lhe
acontece como se fosse culpada pelos vários processos a que responde, desde
sua aliança com PC Farias, no final dos anos 80.
A
lona do circo de Eduardo Cunha pegou fogo. Por facilidade do próprio, que
acendeu uma fogueira onde havia combustível armazenado junto à cobertura (a
lona). Resta-lhe o vazio para o espetáculo.
Faltará
público e artistas porque – para completar – ninguém trabalha sob chuva,
oriunda da tormenta que restará do tsunami que sacode Cunha.
Não
fora o apoio da mídia – que o tem na condição de inviabilizador mor do governo –, e estivesse na condição de um Severino Cavalcanti, já estaria apeado do poder e do mandato.
Além
da queda...
Não
se considere a imagem de Eduardo Cunha trilhando a estrada de Damasco para
pregar a Boa Nova. Não bastassem os processos e a investigação oriunda na Lava
jato agora precisa responder à Receita Federal e aos auditores da
Delegacia Especial de Maiores Contribuintes, que instauraram procedimento fiscal
diante do recolhimento do Imposto de Renda entre 2010 e 2013, para que justifique os rendimentos obtidos no período,
conforme divulgado pelo noticias r7 aqui.
O
objeto de atenção nas apurações do órgão não deixa dúvidas: ‘maiores contribuintes’.
Naturalmente acusou a presidente Dilma. Quando simplesmente
deveria sair de grande. Basta comprovar os rendimentos.
Casuísmo
Atropelando
a Constituição, como tem feito, não será surpresa se a ‘base de sustentação’ de
Eduardo Cunha levar ao Congresso um projeto de lei elevando a maioridade penal
para setenta anos.
Confissão
Eduardo
Cunha anunciou e já começou: desengavetamento de tudo que possa criar embaraço
para o Governo/Dilma/PT. Para festa e gáudio da mídia e da oposição.
A
confirmação de suas ameaças, no entanto, são uma confissão de culpa.
O
circo foi armado na reunião com o ministro Gilmar Mendes.
Que – no mínimo –
assegurará a Cunha a liberdade/arquivamento de denúncias na hora necessária
através de habeas corpus.
Campanha I
Inegavelmente Eduardo Cunha foi um dos mais competentes observadores e tradutores da realidade imediático-midiática. Percebeu o que estava lançado à percepção do imaginário da sociedade desde as mobilizações de junho/2013. Delas se utilizou.
Suas ambições pessoais – antes vitoriosas nos resultados materiais – transformaram-se na precipitação de suas pretensões/ambições políticas.
Por tal viés tornou-se surrealista personagem no xadrez democrático tupiniquim, quando ocupando um dos pilares das instituições preconizados por Montesquieu para o Estado moderno (o poder legislativo) imaginou-se deter 'o poder' absoluto. (Aí reside o surrealismo, porque Montesquieu combatia justamente o Absolutismo).
Tal postura levou-o, inclusive, a violar a própria Constituição da República, para corresponder aos interesses que defendia.
Campanha II
As redes veiculam pedidos de 'Cunha na cadeia' .
É o assunto mais comentado no Twitter durante a semana que passa.
Sinal de que a farsa circense armada somente
convence a quem dela se beneficia.
No entanto, o que a turma do twitter pede depende
de decisão judicial.
Que somente será viabilizada com a pressão
concreta e efetiva da sociedade através das mais várias organizações (OAB,
CNBB, ABI etc.) e movimentos sociais.
E só ocorrerá quando as forças beneficiadas por Eduardo Cunha não mais precisarem dele. Ou sua inconveniente companhia causar respingos.
E só ocorrerá quando as forças beneficiadas por Eduardo Cunha não mais precisarem dele. Ou sua inconveniente companhia causar respingos.
O
que espanta
Uma
instituição ou um cidadão ser investigado não causa espécie. Impõe-se, tão somente, a existência de motivo – justa causa, no jargão jurídico – para a
investigação.
A
considerar as ilações de um Procurador da República o ex-presidente Lula
poderia estar influenciando autoridades de países estrangeiros para contratação
de empresas brasileiras, uma vez que estudos e padrões técnico-financeiros de
instituições nacionais não estariam no deslinde dos fatos, tanto que não aventados
nas ‘suposições’.
Não
bastasse, o ilustre personagem – dado pouco a trabalhar, tanto que sob apuração
interna em razão de sua indolência – atropelou todas as normas para ocupar o espaço
da colega enquanto de férias.
Para melhor acompanhar as circunstâncias – que espantam o cidadão, quando consideradas as várias violações cometidas pelo Procurador – recomendamos a seguinte leitura, para formação de juízo próprio clique
Eleições 2016 I
Algumas
candidaturas estão postas, em seara definitiva. Umas como peça de apoio a
outras pretensões político-eleitorais; outras, para manter posicionamentos e
evidências; e, ainda, as que se encontram no universo da pura e simples
sobrevivência.
A
oposição – aqui analisada em relação ao governo estadual – terá candidatos. No
perfil atual definidos entre candidaturas do PMDB, PSDB e DEM. Entre os nomes
naturais destacam-se: Azevedo, Fernando Gomes e Augusto Castro. Castro lidera
os melhores pontuados.
Acena
na curva Antônio Mangabeira, fortalecido pela assunção do PDT local. O que não
significa grande coisa – assumir o comando partidário em Itabuna – diante da
dependência ao estadual e ao federal.
Acertos no alto lançam por terra promessas e esperanças. Mangabeira será
mantido caso não encontre o PDT estadual e nacional acordo maior. E mais, enquanto houver a certeza de que será um compromissado cabo eleitoral para os respectivos
dirigentes.
Eleições 2016 II
PRB, PT e PCdoB caminham na moita – uns – e na muda – outros. Com possibilidade de se fazer presente no certame uma outra sigla partidária.
Claudevane Leite, Geraldo Simões e Venceslau/Davidson articulam o centro da disputa em nível de situação. Leia-se, com apoio do Governo do Estado.
Assunto para o correr desta semana neste espaço.
Dispensando pretensões
Não se pode afirmar que outras pretensões haja que não as contidas no resultado poético exposto na melodia simples que se repete a cada estrofe. Agrada, no entanto, e convence, pela mensagem proposta: o de grande e universal abraço de amizade e solidariedade.
É o que quer e diz a paraibana Flávia Wenceslau em "Te Desejo Vida", de sua autoria e interpretação.
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