Para a soberania
A prisão do Almirante Othon – baseada em delação premiada – reforça a gravidade por que passa nosso Estado Democrático de Direito. Não mais importa a idade, tampouco a necessidade de apurar. Simplesmente prende-se, e condena-se antecipadamente, para assegurar a prova que o indiciamento exige e que ainda não foi obtida.
No caso específico do Almirante Othon – não enveredamos por defendê-lo de possível responsabilização – se faz presente um fato de singular simbolismo: trata-se do homem que enfrentou os interesses dos Estados Unidos – que até buscou se utilizar da Agência Internacional de Energia Nuclear para acessar os segredos desenvolvidos pela equipe de Othon – e dotou o Brasil de tecnologia nuclear suficiente a beneficiar/processar urânio.
Na esteira da descoberta toda a cadeia que deságua na indústria de submarinos nucleares, onde também presente a Odebrecht.
Há muito mais – muito mais mesmo – que simples apuração de atos ilegais praticados por quem quer que seja. Tanto que escândalos outros, como o da meia tonelada de cocaína flagrada em helicóptero de um político, propina em trens e metrô paulistanos, 100 a 120 mil dólares mensais desviados de Furnas em favor de Aécio, o arrecadador Paulo Preto da campanha de Serra em 2010, etc. continuam no limbo.
Quando a Petrobras e a indústria nuclear brasileira entram na rota de apurações não cremos que se pretenda apurar a bandidagem deste ou daquele, mas ferir de morte conquistas que deram ao país um espaço no cenário internacional.
Como afirmou um desses debiloides que engrossa a convocação do PSDB de Aécio contra a presidente Dilma do por quê de não inserir campanha contra Eduardo Cunha: estando ele contra Dilma interessa ao nosso movimento.
A indignação norteia os que defendemos a nacionalidade, a soberania, como bem posto por Paulo Henrique Amorim aqui ou que encontram no currículo do Almirante Othon aqui algo que os que o prendem (dispensando de fazê-lo em relação a outros sabidos criminosos) nunca fizeram ou farão pelo Brasil.
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