quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Solução

Não descartável
Há poucos anos, não vão quatro (não precisamos com exatidão), ocorreu em Itabuna o primeiro evento em defesa da criação da Região Metropolitana de Ilhéus e Itabuna. Presentes, além de políticos e cidadãos da região interessados em discutir a RM, técnicos vários, inclusive uma arquiteta e urbanista de São Paulo (aluna e colaboradora do geógrafo baiano Milton Santos, como nos confidenciou em conversa particular).

A técnica, abordando em torno da realidade de São Paulo como exemplo de distorção no plano de centro referencial urbano de uma região metropolitana, afirmou, categoricamente, que tal é a gravidade da situação que só há uma solução viável: a evacuação de São Paulo. Ou seja, esvaziar a capital paulista.

A solução aventada - que pode parecer estranha - é viável. Tanto que tal vem ocorrendo, a partir dos últimos 12 anos de gestão federal, quando outras regiões do Brasil passaram a ser alvo de investimentos que antes eram concentrados no sudeste, tendo São Paulo como matriz da maior concentração de investimentos.


Pelo viés da distribuição de investimentos já foi materializada uma inversão na migração interna: hoje mais nordestinos deixam São Paulo para retornar ao Nordeste que em busca do antigo eldorado.

Hoje nos debruçamos em texto do jornal Estado de São Paulo, de onde retiramos o seguinte:

"SÃO PAULO VAI TRATAR ESGOTO PARA CONSUMO


Governador Geraldo Alckmin anuncia construção de estações que enviarão água de reúso de volta para bacias de dois sistemas


SÃO PAULO – O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta quarta-feira, 5, a construção de duas estações de produção de água de reúso que vão abastecer diretamente as bacias dos sistemas Guarapiranga e Alto Cotia. Serão as duas primeiras instalações no Estado para captar o esgoto e transformá-lo em água de reúso, que servirá mais tarde para consumo."


Não observamos a matéria por sua dimensão irônica - São Paulo vai beber água de esgoto, tampouco de que enquanto o nordestino começa a ver o flagelo da seca minorado com a transposição do São Francisco a antiga 'locomotiva do país' anuncia investimento em captação e tratamento de esgoto para consumo humano - mas para afiná-la com aquela proposta extrema aventada pela arquiteta e urbanista.

Sob esta vertente, por incapacidade de ofertar água aos seus milhões de moradores,  evacuar São Paulo é uma solução não descartável.

Caso não ocorra, o que é muito provável, que muito nordestino que resida em São Paulo tome a iniciativa de escolher entre beber água do rio São Francisco e aquela de esgoto anunciada pelo gênio tucano 'são Alckmin'.

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