Seletiva
A
minha verdade prevalece. Ainda que mentirosa. A declaração de FHC de que se sente envergonhado com os fatos
revelados (seletivamente) pela Operação Lava Jato beira o nonsense.
Primeiro
por revelar um FHC com graves problemas de memória, quando convenientemente se
esquece de que ele mesmo tentou afastar Joel Rennó (e não conseguiu),
presidente da Petrobras em seu primeiro governo, condenado em 2005 – com outros
diretores da estatal – a devolver 47,2 milhões de DÓLARES dela desviados.
Tampouco (re)lembra – para ilustrar o uso indevido da estatal no tempo – a vigorosa
atuação de Sigeaki Ueki ainda na ditadura, quando o‘presidente´ era Figueiredo.
Segundo,
por se apresentar como um oportunista, o que macula sua biografia (a dele) já
abalada como ‘príncipe da privataria’ que existiu em seu governo.
Por
fim, pretender que erro só o há nos outros. No caso de FHC, no PT.
Falta-lhe
grandeza para pedir uma apuração histórica, que atinja a todos os corruptos e
corruptores, de ontem e hoje – para evitar os de amanhã. Quando veria que a
jabuticaba não é semente de plantação petista.
Que o
diga o ‘mensalão do PSDB mineiro’, gerido pelo mesmo Marcos Valério, condenado
no petista.
Dentro
da premissa de que sua verdade prevalece, ainda que mentirosa, certamente está
a presumir que aquela declaração do diretor da empreiteira Queiroz Galvão de
que a empresa fez doações “ao PT, PP, PMDB ‘e mais alguns’” isente o PSDB e
tucanos de alta plumagem (como o ex-presidente da sigla, Sérgio Guerra, já
dedurado por haver recebido 10 milhões de reais para o partido) de não fazerem
parte do imbróglio.
Para
FHC e sua seletividade doações recebidas pelo PSDB são legais. Ilegais são as
recebidas pelo PT.
Vá à banca mais próxima
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, negou acesso, nesta terça 18, pela CPI da Petrobras instalada no Congresso, às informações contidas na delação decorrente da Operação Lava Jato.
Para Sua Excelência, as apurações correm sob segredo de Justiça, razão por que somente depois de ofertada a denúncia pelo Ministério Público tais informações se tornarão possíveis.
O ministro Barroso tem razão quando se ampara na lei para proferir sua decisão.
Para o ansioso parlamentar integrante da CPI bastaria buscar a banca de jornal mais próxima. Está tudo lá, seletivamente divulgado.
Detalhe: a Procuradoria-Geral da República foi contra a pretensão congressista. Justamente para preservar o sigilo nas investigações.
Quanto aos vazamentos, nenhuma palavra!
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