quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A região cacaueira

Na geopolítica comercial
Destacamos do jornal Folha de São Paulo: PAÍSES FECHAM ACORDO PARA A CRIAÇÃO DA FERROVIA BIOCEÂNICA PERU-BRASIL


"Os presidentes da China, Xi Jinping, e do Peru, Ollanta Humala, assinaram nesta quarta-feira (12) um memorando de entendimento para a criação de um grupo de trabalho trilateral, que permitirá o avanço do projeto de conexão ferroviária bioceânica entre Peru e Brasil com participação chinesa.


Este foi um dos sete acordos que Xi e Humala assinaram na reunião realizada no Grande Palácio do Povo de Pequim. O roteiro faz parte da visita oficial que o líder peruano realiza à China após sua participação na cúpula do fórum da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na sigla em inglês)."

...
A matéria, disponível no http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/11/1546901-xi-e-humala-fecham-criacao-de-grupo-de-trabalho-para-a-ferrovia-peru-brasil.shtml ainda registra:

"O acordo trilateral foi assinado pelo Ministério de Comunicações e Transportes do Peru, o Ministério dos Transportes do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China", ocorrido nesta quarta-feira 12.

O que não traz o jornal é o que está embutido na informação, que temos reiterado neste espaço: o porto de Ilhéus será a referência atlântica para a ligação com o Pacífico, o que se dará através de ferrovia.

Não temos percebido
Os estudos de viabilidade ocorrem há anos, desde o início do governo Lula, que já inaugurara ponte entre Brasil e Peru para viabilizar a ligação rodoviária.

A política brasileira nestes últimos anos tem sido de fortalecimento das relações do Brasil com o resto do mundo de forma a priorizar a plena inserção do país na geopolítica econômica mundial. Utilizando-se, para tanto, de novos atores (os BRICs) como contraponto ao controle absoluto dos Estados Unidos, desde os tempos em que 'tio Sam' olhava as Américas (Central e do Sul) como 'repúblicas de bananas".

Na quarta-feira conversávamos com um empresário local e levantamos o fato ora confirmado pela matéria do Folha. Dizíamos que os municípios da região não estão se preparando a contento para o que está por acontecer à região em nível de investimentos, que se desdobrarão no aporte populacional que, somente em Itabuna, chegará a 50 mil pessoas em cinco anos.

No plano da nova geopolítica econômico/comercial buscada pelo Governo brasileiro Ilhéus se fará presente através do novo porto. E a ferrovia Oeste-Leste que a ele aportará é o passo para uma outra ligação, dela com o oceano Pacífico.

O porto de Ilhéus será a porta do Atlântico para chegar-se (através de ferrovia) ao Pacífico. Algo para elevar nossa autoestima aos píncaros.

Não seremos mais tão somente a 'região cacaueira', da monocultura que servia ao capital estrangeiro. 

A propósito, não custa a recomendável retomada de leituras como "Terras do Sem fim" e, especialmente, "São Jorge de Ilhéus", do ferradense Jorge Amado.

Para compreendermos a mudança de paradigmas que está em andamento. 

Como já percebido pela 'nova' CEPLAC, hoje integrada à nova concepção de 'economia cacaueira' e na ampliação de seus projetos ao lado da Universidade Federal do Sul da Bahia.

O que muitos não temos percebido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário