Para a soberania
A prisão do Almirante Othon – baseada em delação premiada – reforça a gravidade por que passa nosso Estado Democrático de Direito. Não mais importa a idade, tampouco a necessidade de apurar. Simplesmente prende-se, e condena-se antecipadamente, para assegurar a prova que o indiciamento exige e que ainda não foi obtida.
No caso específico do Almirante Othon – não enveredamos por defendê-lo de possível responsabilização – se faz presente um fato de singular simbolismo: trata-se do homem que enfrentou os interesses dos Estados Unidos – que até buscou se utilizar da Agência Internacional de Energia Nuclear para acessar os segredos desenvolvidos pela equipe de Othon – e dotou o Brasil de tecnologia nuclear suficiente a beneficiar/processar urânio.
Na esteira da descoberta toda a cadeia que deságua na indústria de submarinos nucleares, onde também presente a Odebrecht.
Há muito mais – muito mais mesmo – que simples apuração de atos ilegais praticados por quem quer que seja. Tanto que escândalos outros, como o da meia tonelada de cocaína flagrada em helicóptero de um político, propina em trens e metrô paulistanos, 100 a 120 mil dólares mensais desviados de Furnas em favor de Aécio, o arrecadador Paulo Preto da campanha de Serra em 2010, etc. continuam no limbo.
Quando a Petrobras e a indústria nuclear brasileira entram na rota de apurações não cremos que se pretenda apurar a bandidagem deste ou daquele, mas ferir de morte conquistas que deram ao país um espaço no cenário internacional.
Como afirmou um desses debiloides que engrossa a convocação do PSDB de Aécio contra a presidente Dilma do por quê de não inserir campanha contra Eduardo Cunha: estando ele contra Dilma interessa ao nosso movimento.
A indignação norteia os que defendemos a nacionalidade, a soberania, como bem posto por Paulo Henrique Amorim aqui ou que encontram no currículo do Almirante Othon aqui algo que os que o prendem (dispensando de fazê-lo em relação a outros sabidos criminosos) nunca fizeram ou farão pelo Brasil.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
terça-feira, 28 de julho de 2015
Poemas à Itabuna
Parabéns!
Sem prejuízo de acesso a dois outros poemas ("Alquimia" e "Awa' pé") disponibilizados na janela "Poesia" deste blog, eis nosso singelo expressar às origens deste chão e ao artístico Cachoeira vivido na alma de cada itabunense por ele acolhido.
_________________________________________________________________________________
Vaapt... planc
–
Vaapt... planc
Vaapt... planc
Chhaaaptuuum...
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A lâmina
Sem prejuízo de acesso a dois outros poemas ("Alquimia" e "Awa' pé") disponibilizados na janela "Poesia" deste blog, eis nosso singelo expressar às origens deste chão e ao artístico Cachoeira vivido na alma de cada itabunense por ele acolhido.
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Gênesis
Vaapt... planc
– Vaapt... planc
Vaapt... planc
– Vaapt... planc
Vaapt... planc
– Vaapt... planc
...
Reeeeeeeeec...
Chhaaaptuuum...
– Taboca!!!!
______________________________________________________________________________
A lâmina
serena
deixa-se tocar
pela leveza da brisa
Imagens
impressionistas
traduzem
na manhã calma
do domingo
a alma
de Rafael
perante a água/tela
que não mais
existirá
domingo, 26 de julho de 2015
Destaques
DE RODAPÉS E DE ACHADOS
___________________
Grécia
x Brasil
Afirmado
que o Governo Federal não se havendo bem na condução de seus gastos entrou no perigoso estágio de déficit fiscal. Ou seja, gastou mais do que
podia. O
natural teria de suceder: reduzi-los para equilibrar a conta e manter a
credibilidade.
Mas
não precisava exagerar.
Economizar encontra uma solução simples: aumentar o
ganho, a arrecadação. Não foi feito nos moldes inovadores: reduzir a sonegação, tributar o capital, a riqueza e herança.
No entanto, a receita aplicada é por demais conhecida: redução de gastos, corte de despesas,
inibição da atividade econômica. Leitura pelna do receituário neoliberal.
A fonte da receita é também por demais conhecida: a da especulação financeira.
No embalo a equipe econômica
cortou gastos com programas sociais e atacou os pequenos do país, esquecendo-se
do ganho dos grandes. "Ajuste de meia tigela", como ironiza Paulo Henrique Amorim.
Uma
lição que leva a Grécia ao amargor, como Espanha e Portugal.
Quem fez diversamente – como a Islândia – viu situação resolvida a contento. Do
país e do seu povo. Com a concordância da banca.
Da
Grécia querem até o histórico porto de Pireu. Do Brasil, apenas o pré-sal.
Porque o Cristo Redentor é muito pouco.
AFP/Getty Images
Relativo
Em
mais uma matéria sobre tema ('Da guerra ao comércio', assinada por Marcelo Pellegrini), a semanal Carta Capital volta a tratar da liberação
da maconha, partindo
de uma indagação: "não seria mais inteligente legalizar e controlar o comércio
do que deixá-lo sob o domínio dos narcotraficantes?"
A
matéria transita a partir do sucesso econômico-financeiro ocorrido no Colorado, EUA,
onde gerados, segundo a Drug Policy Alliance, mais de 10 mil postos de
trabalho, entre janeiro e julho de 2014, e 27 milhões de dólares em tributos,
com a estimativa de uma movimentação de 2,7 bilhões em todo o país, ainda que
não haja uma permissão federal para tanto.
Também
destacado que a maconha é a terceira substância psicoativa consumida no planeta
– o álcool e o tabaco são as primeiras.
Um
outro ponto abordado é o custo oriundo da não liberação, não só no aparato da
repressão, que nos EUA já consumiu 1 trilhão de dólares nos últimos 20 anos, sem
que tenha reduzido o consumo, ao passo que fez demandar um aumento da população
carcerária e o dos efeitos da violência sobre o sistema da saúde.
O
polêmico tema ouriça parcela considerável da sociedade brasileira que tem na
cannabis não somente uma droga mas o portal para o universo dos demais psicoativos
negociados na ilegalidade.
No
entanto, a discussão anda posta. Inclusive no Congresso,com projeto do deputado Jean
Wyllys, do PSOL, que cria regras para o plantio, comércio e consumo, para quem –
segundo a matéria – “Hoje se adquire drogas em praticamente qualquer esquina,
ou seja, na prática o comércio é liberado. A diferença é que esse dinheiro, em
vez de beneficiar o Estado, vai para o bolso de máfias e corrompe funcionários”.
O
deputado não precisa dizer ‘quais’ funcionários públicos. É simples: quando
alguém está levando vantagem tudo é permitido; inclusive o proibido.
Onde o “domínio
dos traficantes” pode ser muito relativo.
Risco
de saturar
James
Brow, traduzindo sua vivência daqueles anos 60 – de conflitos onde confrontado
o pacifismo de Martin Luther King por Malcolm X e Panteras Negras na busca/luta
pela igualdade dos direitos civis – afirmou que os negros queriam algo
imediato, tanto o esperar por serem reconhecidos como pessoas.
Distante
a época e o lugar, de certa forma vivemos a ansiedade por resolver problemas
históricos. Postos diante de nós nos convocam a enfrentá-los. No entanto, não
temos o imediato referido por Brow, tampouco as lições de Martin Luther King, menos
ainda a consciência da assunção do enfrentamento de Malcolm X ou dos Panteras
Negras.
Zuenir
Ventura em texto publicado em O Globo aqui toca no fato de que o brasileiro quer
resultados imediatos em tudo. E põe em evidência o desgaste por que passa a
campanha judicial de combate à corrupção nos moldes postos por alguns, onde se
destaca no instante a dos que dirigem e comandam a Operação Lava Lato, por
estar fazendo tardar a resposta esperada. Assim – deduzimos – tardando a resposta e repetida a ladainha diariamente, a tendência é sentir-se
cansado o povo e saturada a mensagem.
Em tempos de tarja preta
Nestes augustos tempos em que a informação seletivada traduz-se na festa dos interesses particulares e político-eleitorais, um jantar/festa na casa de Marcelo Odebrecht faz destacar a presença de Lula no evento como se fosse obra de Satanás.
Omite-se – naturalmente – outros nomes e quejandos.
O caviar da esquerda.blogspot.com listou uma singular relação de convidados, norteado pela cultura atual.

Há
36 anos
Para idênticas atitudes o instante e a conveniência dão tons diferentes.
A propósito das ilações de um Procurador da República sobre a atuação de Lula em defesa de interesses nacionais, Maurício Dias, na Carta Capital, traz significativa informação no Reagan pode. Lula, não!
Para idênticas atitudes o instante e a conveniência dão tons diferentes.
A propósito das ilações de um Procurador da República sobre a atuação de Lula em defesa de interesses nacionais, Maurício Dias, na Carta Capital, traz significativa informação no Reagan pode. Lula, não!
Detalhe: no centro do mesmo fato a
mesma empreiteira (Odebrecht).
Ironia
necessária
No
atual estágio de apurações e investigações no Brasil corremos o risco de morrer
de indignação – os que defendemos as instituições de um Estado Democrático de
Direito – ou sobrevivermos pelo viés da ironia. Neste particular aspecto muito
devemos a Paulo Henrique Amorim e seu sarcástico jornalismo. Afinal, quando não
há como enfrentar o absurdo deboche-se do absurdo.
É
o que faz PHA aqui com a absolvição – tardia – de um exposto e condenado pela mídia na Lava jato e absolvido pelo juiz Moro, que legitima aquelas operações.
O
comentarista Paulo Coutinho acertou na mosca: “É o expectro
(sic) da ditadura que continua vigiando nas atitudes do pig e dos filhotes
ainda encastelados nas instituições”.
Mais
uma de Moro
Já
registramos em outros instantes do grande risco – e grave, pelas consequências
– de a Operação Lava Jato cair em desgraça em razão dos abusos cometidos pelas
autoridades nela envolvidos: de delegados da Polícia Federal a titulares do Ministério Público federal e o juiz Sérgio Moro.
Mais
uma, a partir do que observa o advogado Thiago Gomes Anastácio em O crime e o homem: a Justiça está incitando um delito
Pior
que o soneto
As
redes abriram espaço para qualquer um postar o que entende. Algumas são típicos
absurdos, produto de mentes alienadas, mesquinhas em várias abordagens, reflexo
de limitações que vão da intelectual à mental.
Mas,
por outro lado, abre espaço para que muito do que é escondido pela mídia no
poço de seus interesses seja escancarado, às vezes – e em muitos casos – com deboche.
Como algumas montagens a partir da tarja preta sobre as iniciais que podem ser
de José Serra em relatório da Polícia federal, divulgadas pelo Estadão.
A tentativa de proteger
Serra deu com os burros n’água. Típico do ‘a emenda foi pior que o soneto’.

MAIS
Tardio recurso
Ocorre que o nome de Serra
já havia aparecido em relatório.
Quem tem... tem medo
Basta que acompanhemos os argumentos e explicações de Antonio Lassance no Observatório da Imprensa leia para compreender o gráfico abaixo, que traduz a relação desproporcional entre os

São resultantes dos seguintes dados analisados a partir dos critérios do próprio Governo federal, através da SECOM.
Tardio recurso
Lula (man)ter contato com Marcelo Odebrecht é sinal de prática criminosa, como se
alardeia pela imprensa a partir dos vazamentos da Polícia Federal.
Mas
quando José Serra aparece em telefonema com Marcelo – o que não significa
irregularidade – aí a PF põe uma tarja preta sobre as iniciais JS.
Quem tem... tem medo
O atual presidente da CBF (diante do que fazem outros tantos o nome de cada um fica dispensado) se recusa a viajar par atender aos reclamos
da FIFA.
Tá explicado.
Novo proponente a uma delação premiada lá nos
EUA-FBI pode ser a razão.
Del Nero tem razão. Quem tem... tem medo.
Del Nero tem razão. Quem tem... tem medo.
Até
quando?
Neófito
nos cueiros ginasianos, idos de 1960, tempo em que no curso daqueles quatro
anos vivenciava-se Latim, Música, Francês (3 anos), Inglês (3 anos).
No
emaranhado das descobertas nos debruçávamos sobre “Le ciel il’est bleu”, "The book on the table" etc.
E
muito especificamente – graças às exigências do professor padre Sebastião
Bezerra, o Latim se nos afigurava mais importante que qualquer outra
aprendizagem: Quosque tanden Catilina abutere patientia nostra, Alea jacta est, Rosa, rosae, rosarum etc.
Que falta nos faz o Latim: quosque tanden Eduardus, Calheirus, Aecius etc.
Queimando dinheiro
O gasto do Governo Federal com a mídia contraria
seus critérios postos a distribuição dos recursos: número de telespectadores, de leitores etc.
A palavra
distribuição encaixa-se perfeitamente à circunstância de que o que ora ocorre é
desperdício, quando se trata dos gastos com televisão, o que não ocorre com rádio, revistas, jornais e internet.
Basta que acompanhemos os argumentos e explicações de Antonio Lassance no Observatório da Imprensa leia para compreender o gráfico abaixo, que traduz a relação desproporcional entre os
São resultantes dos seguintes dados analisados a partir dos critérios do próprio Governo federal, através da SECOM.
A pergunta: "Em que medida, então, os gastos de publicidade da Secom e das estatais refletem os hábitos midiáticos dos brasileiros? Aí é que está: não refletem. Eis a fábula da mídia técnica desmentida:
Portanto – afirma-o Lassance –, com base em dados técnicos; dados de audiência; dados de pesquisa; dados oficiais; a mídia técnica do Governo Federal, de técnica, só tem o nome. Desrespeita os dados que a própria Secom tem em mãos, pelo menos, desde 2011.Fonte: tabela do autor com base em dados disponíveis em http://www.secom.gov.br/pdfs-da-area-de-orientacoes-gerais/midia/total-administracao-direta-todos-os-orgaos-indireta-todas-as-empresas.pdf"
Itabuna e as eleições municipais I
No elenco de candidaturas surgiu a de Carlos Lear. Respaldada no capitalismo grapiúna, caso possamos afirmar que a turma disponha de alguns milhões de reais em recursos para garantir uma eleição.
Caso disponha, onde a crise?
Itabuna e as eleições municipais II
Definido – de forma mais tranquila – o quadro sucessório no que diz respeito à oposição ao Governo da Bahia, com PMDB, PSDB e DEM. Prontos a se concentrarem torno de um só nome, se conveniente for.
No que se refere a possíveis candidatos que encontrariam seu apoio (do Governo) os nomes girariam em torno dos encontrados no PRB, no PT e no PCdoB.
A grande incógnita continua representada naquele nome que seria (e será se o quiser) candidatura à reeleição: o do prefeito Claudevane Leite.
No entanto, ainda que nome natural, o atual prefeito não demonstra publicamente disposição para reenfrentar as urnas.
Sua postura – abrindo caminho para especulações e até mesmo candidaturas dentro de suas hostes – poderia ser interpretada como um jogo bem urdido visando detonar algum nome que pretenda ser o ungido pelo Governo estadual.
Dando vazão ao terceiro até – o escolhido já, ou que se sinta nesta condição – que não corresponda à vontade ou participação da cúpula estadual.
Sob esse viés, estaria aguardando findar prazos legais para inviabilizar a saída deste alguém a tempo de conseguir uma sigla que o permitisse concorrer.
Uma outra especulação – deste escriba – gira em torno da possibilidade de assegurar o controle da gestão para quem fosse vice em sua chapa de reeleição, que assumiria depois de um certo tempo de curto cumprimento do novo mandato.
Tal considerar levantaria a ambição dos dois rivais imediatos, tanto do PT como do PCdoB. Muito interessante para o PT, que poderia indicar um nome sem riscos de um débâcle interno de maiores consequências.
Ocorre que também poderia estar cozendo o galo em fogo brando enquanto os interessados buscam espaço, quando então definiria seu apoio a algum deles.
O difícil neste jogo é que o Governo venha a aceitar – sem definir antecipadamente – uma aventura capitaneada por Claudevane Leite que beneficie alguém que não esteja como fiel de balança no processo.
Outras duas incógnitas (PT e PCdoB) serão mais adiante analisadas.
Itabuna e as eleições municipais I
No elenco de candidaturas surgiu a de Carlos Lear. Respaldada no capitalismo grapiúna, caso possamos afirmar que a turma disponha de alguns milhões de reais em recursos para garantir uma eleição.
Caso disponha, onde a crise?
Itabuna e as eleições municipais II
Definido – de forma mais tranquila – o quadro sucessório no que diz respeito à oposição ao Governo da Bahia, com PMDB, PSDB e DEM. Prontos a se concentrarem torno de um só nome, se conveniente for.
No que se refere a possíveis candidatos que encontrariam seu apoio (do Governo) os nomes girariam em torno dos encontrados no PRB, no PT e no PCdoB.
A grande incógnita continua representada naquele nome que seria (e será se o quiser) candidatura à reeleição: o do prefeito Claudevane Leite.
No entanto, ainda que nome natural, o atual prefeito não demonstra publicamente disposição para reenfrentar as urnas.
Sua postura – abrindo caminho para especulações e até mesmo candidaturas dentro de suas hostes – poderia ser interpretada como um jogo bem urdido visando detonar algum nome que pretenda ser o ungido pelo Governo estadual.
Dando vazão ao terceiro até – o escolhido já, ou que se sinta nesta condição – que não corresponda à vontade ou participação da cúpula estadual.
Sob esse viés, estaria aguardando findar prazos legais para inviabilizar a saída deste alguém a tempo de conseguir uma sigla que o permitisse concorrer.
Uma outra especulação – deste escriba – gira em torno da possibilidade de assegurar o controle da gestão para quem fosse vice em sua chapa de reeleição, que assumiria depois de um certo tempo de curto cumprimento do novo mandato.
Tal considerar levantaria a ambição dos dois rivais imediatos, tanto do PT como do PCdoB. Muito interessante para o PT, que poderia indicar um nome sem riscos de um débâcle interno de maiores consequências.
Ocorre que também poderia estar cozendo o galo em fogo brando enquanto os interessados buscam espaço, quando então definiria seu apoio a algum deles.
O difícil neste jogo é que o Governo venha a aceitar – sem definir antecipadamente – uma aventura capitaneada por Claudevane Leite que beneficie alguém que não esteja como fiel de balança no processo.
Outras duas incógnitas (PT e PCdoB) serão mais adiante analisadas.
sábado, 25 de julho de 2015
Entre o dito
E o não dito
No
correr desta semana acompanhamos manifestações – as mais diversas – envolvendo o
nome do ex-presidente Lula. Desde sua possível incriminação como favorecedor
da Odebrecht – na inusitada forma de tráfico de influência aventada por um titular
do Ministério Público Federal de Brasília – ao texto de Marcos Coimbra na Carta
Capital deste fim de semana (disponibilizado pelo Conversa Afiada aqui),
passando por entrevista de Ciro Gomes na TVAfiada. aqui
A
destacar – no plano da observação que norteia este escrever – que a carga
recebida por Lula em sede da imprensa hegemônica repete-se, como em outros
instantes, desde o inesquecível destaque à declaração de um prócer do
capitalismo paulista em 1989, afirmando que a eleição do nordestino metalúrgico
‘expulsaria’ do país 300 mil empresários. Ou seja: quebraria o Brasil.
No
plano da carga que lhe move a mídia – e ao PT, e, por tabela, ao Governo
Federal petista – para enfraquecer (e massacrar) o projeto de Governos que
sustentam uma reformulação na política de Estado brasileira, Lula permanece no
centro do tiroteio. Nos moldes em que esteve no imediato do denominado ‘mensalão’
petista, quando caminhava para a reeleição em 2006. Portanto, no quesito alvo
de avaliações negativas Lula permanece o mesmo – assim vemos.
No
entanto – este o móvel deste textuar – duas vertentes estiveram no horizonte: a
fala de Ciro Gomes – em que afirma que Lula perderá as eleições de 2018 –
e a análise de Marcos Coimbra – de que o ex-presidente dispõe de capital
eleitoral para vencer as mesmas eleições, caso seja candidato.
Ao
leitor, a disponibilização dos fatos, vídeo de Ciro e texto de Coimbra, para
contribuir na formação de um juízo de valor.
De
nossa parte, mais nos aproximamos do que pode estar impregnado no imaginário do
brasileiro (naturalmente afastado aquele que ingressa no atual cenário e formula
sua consciência a partir da ‘verdade’ da imprensa) e posto em rodapé neste
espaço (temos dificuldade na busca, em razão de nosso limitado domínio técnico
com a ferramenta): ainda que parcela considerável do eleitorado que votou no PT e Dilma
esteja decepcionada, quando no debate entre experiências petista e as
imediatamente anteriores (FHC) a comparação entre um e outro período tende a
quem se beneficiou de qualquer deles – particularmente o do PT – a votar pela
manutenção que lhe beneficia.
Entre o dito e o não dito cabe esperar pelo 'sentido/experimentado'.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
A dúvida
Afogando a Democracia
Muito
interessante – pelo viés de sua abordagem – o texto de Paulo Moreira leite publicado no 247 aqui. Trata dos riscos – típica espada de
Dâmocles – que pesa sobre a cidadania, que se vê lançada aos porcos a partir da
atuação do Ministério Público no exercício pleno da atividade investigativa,
quando dela caberia ser fiscal.
Em
que pese a Constituição da República haver-lhe outorgado autonomia – que Sepúlveda
Pertence diz ter sido a “criação de um monstro” – o atual Supremo Tribunal
Federal – em mais uma de suas interpretações’ – entendeu caber ao MP também a plena
capacidade investigatória.
A propósito – é o próprio PML quem chama a atenção –
o ministro Marco Aurélio Mello, em voto contrário ao resultado, considerou o fato uma inversão “da ordem natural das coisas. Quem surge como responsável pelo
controle não pode exercer atividade controlada. O desenho constitucional
relativo ao Ministério Público na seara penal pauta-se na atividade de controle
externo da polícia. Deve ser tutor das garantias constitucionais.”
Em linguagem simples, direta e popular – ainda que exagerada no mutatis mutandi – Sua Excelência simplesmente
afirma que a situação se assemelha ao próprio investigado conduzir a
investigação.
A situação – posta no âmbito da particular e singular fragilidade histórico-sócio-cultural que norteia a ainda incipiente Democracia brasileira,
tende a nos levar ao estágio de típico estado policial, onde não mais as
garantias constitucionais – esteio da cidadania – hão de sustentar a
investigação (como já ocorre no instante, em inúmeros casos apurados na esteira
da Operação Lava jato) mas a ‘dúvida’, a ‘suspeita’, deste ou daquele titular
deste ou daquele órgão investigativo (por origem) ou fiscalizador (tornado
aquele, por derivação/interpretação pretória).
Para demonstrar o quanto incipiente nossas instituições democráticas
basta ver-se o que faz e como age a imprensa (originalmente informativo-opinativa), tornada órgão de acusação e de
condenação, baste que ‘entenda’ – ao seu alvitre e interesse – que alguém deva
ser culpado.
O drama surrealista é tamanho, a ponto de um prócer do TCU denunciar pressão para rejeitar contas de Dilma. Ou seja, não são os dados técnicos que estão a definir uma decisão, mas o como responder às pressões externas (leia-se, da mídia).
O drama surrealista é tamanho, a ponto de um prócer do TCU denunciar pressão para rejeitar contas de Dilma. Ou seja, não são os dados técnicos que estão a definir uma decisão, mas o como responder às pressões externas (leia-se, da mídia).
Bem diferente – como observa PML – do que ocorre nos EUA – país que
muitos por aqui gostariam de ver como nosso tutor, mas que se comporta, pela
força de suas instituições democráticas, em outro patamar: “informações sobre um
inquérito criminal não podem ser veiculadas por jornais nem pela TV. Isso
provoca — obrigatoriamente — a anulação do julgamento. É que por lá “Vale a convicção de que a
mídia tem o poder de influenciar os cidadãos comuns que irão compor o júri.”
Nesta Itabuna – porção desta terra de São Saruê – já vimos, em mais de
uma oportunidade, iniciativas do Ministério Público estadual destituídas de ‘justa
causa’. Ou seja, destituídas de motivos.
A presunção levou um determinado
promotor a promover – contra uma gestão em que a Procuradoria-Geral não
aceitava ilações – um inusitado ‘inquérito civil preventivo’ (nem mesmo um mísera denúncia anônima o amparava), ainda que devesse compreender um princípio sustentáculo universal do Direito, de que dolo não se presume.
Talvez até quando levantasse uma 'dúvida', como pondera Paulo Moreira Leite.
No fundo – entre um e outro exemplo – a dúvida afogando a Democracia.
No fundo – entre um e outro exemplo – a dúvida afogando a Democracia.
domingo, 19 de julho de 2015
Destaques
DE RODAPÉS E DE ACHADOS
___________________
Mistério
ampliado
As
cabeças de pedra da Ilha de Páscoa sempre alimentaram mistérios. A começar por saber quem conduziu e esculpiu tais gigantes.
Antes imaginaram tão somente cabeças.
Descobrem que são corpos. Muitas toneladas a mais, mais que o dobro. Alguns com inscrições.
Faltou cueiros
Os meninos da Grécia anunciaram-se ao mundo como cabeça de ponte do enfrentamento ao sistema financeiro.
Ainda que caiba aguardar pelos desdobramentos do vai-e-volta, não custa afirmar que lhes faltaram cueiros.
Yanis Varoufakis, ex-ministro da Fazenda da Grécia, em entrevista a uma emissora austríaca, destacada pelo Guardian aqui, não poupou críticas à reviravolta, que contraria a vontade manifesta no plebiscito que disse 'não' à proposta da União Europeia, denominando o acordo de 'novo Tratado de Versailles':
“Esse é um novo Tratado de Versailles que ronda a Europa. Em 1967, o Golpe de Estado que destruiu a democracia grega veio sob a forma de tanques. Bem, dessa vez foram os bancos.
Não custa lembrar o passado a que se refere Varoufakis, relendo "As consequências econômicas da guerra", de Lord Keynes. Os desdobramentos todos temos obrigação de conhecer: a ascensão do nazismo na Alemanha.
Até porque o que fazem por lá repercute aqui.
Razões imediatas
O acordo costurado por Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China com o Irã – que deve ser referendado pelo Conselho de Segurança da ONU nesta segunda 20 – não mostra a razão imediata do interesse comum: o avanço, mais que alucinante (em todos as dimensões, incluindo a psíquica) do Estado Islâmico, de quem o Irã também é adversário.
O incômodo a Israel – que perde espaço na geopolítica do Oriente Médio – será definido pelo Congresso dos EUA – onde os judeus sionistas exercem forte lobby – que legitimará ou não a participação estadunidense no acordo.
Outra observação deste provinciano observador: reflexos no preço do petróleo a médio prazo. O que nos interessa.
Semântica
Alguém na rede – é por lá que muito se interpreta – levantou a distinção elementar no plano de conceito sobre propina, vinculando-a a da Polícia Federal – órgão estatal de atuação singular na contemporaneidade:
“A PF sabe distinguir doação de
propina: doação é para a oposição e propina é para o PT”.
Sensatez
Sensatez
O
Senado da República existe originariamente como espaço de equilíbrio e
maturidade na edificação de leis. Tal maturidade e equilíbrio acabam de ser
demonstrados na aprovação ocorrida na última terça 14. Expressa uma revisão do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no que diz respeito às práticas
ilícitas cometidas por crianças e adolescentes, elevando para 26 anos o período
de internamento compulsório. Ou seja: o menor adolescente que tenha cometido
delito grave permanecerá custodiado até oito anos depois de completados os 18
que lhe dão maioridade.
Neste
particular, pode constituir-se em apenação gravíssima, uma vez que uma custódia
a partir dos 12 anos o levará ao cumprimento de 14 anos em regime fechado.
A
maturidade do Senado reside no fato elementar: não é a redução da maioridade
penal a solução. Mas a certeza de que a impunidade não beneficiará o infrator
por ser menor de 18 anos.
Não
fosse...
O
circo armado por Eduardo Cunha – culminando com sua declaração de tornar-se
oposição ao governo Dilma (o que já exercia de fato) – é parte das
consequências de uma gama de raios que caem sobre sua cabeça e põem sua
carreira política em risco. O maior deles – no momento – a recondução do
Procurador-Geral da República ao cargo.
Para
completar, se havia fatos criminosos que o atropelavam, uma delação em
depoimento que se origina na Lava Jato caiu como um tsunami sobre sua vida e
patrimônio: achaque para obter 5 milhões de dólares de uma empreiteira (mais
um), além de ameaças a investigados, estendidas a familiares, para que não seja
citado em depoimentos.
Escolheu
– como defesa – acusar/responsabilizar a presidente Dilma por tudo o que lhe
acontece como se fosse culpada pelos vários processos a que responde, desde
sua aliança com PC Farias, no final dos anos 80.
A
lona do circo de Eduardo Cunha pegou fogo. Por facilidade do próprio, que
acendeu uma fogueira onde havia combustível armazenado junto à cobertura (a
lona). Resta-lhe o vazio para o espetáculo.
Faltará
público e artistas porque – para completar – ninguém trabalha sob chuva,
oriunda da tormenta que restará do tsunami que sacode Cunha.
Não
fora o apoio da mídia – que o tem na condição de inviabilizador mor do governo –, e estivesse na condição de um Severino Cavalcanti, já estaria apeado do poder e do mandato.
Além
da queda...
Não
se considere a imagem de Eduardo Cunha trilhando a estrada de Damasco para
pregar a Boa Nova. Não bastassem os processos e a investigação oriunda na Lava
jato agora precisa responder à Receita Federal e aos auditores da
Delegacia Especial de Maiores Contribuintes, que instauraram procedimento fiscal
diante do recolhimento do Imposto de Renda entre 2010 e 2013, para que justifique os rendimentos obtidos no período,
conforme divulgado pelo noticias r7 aqui.
O
objeto de atenção nas apurações do órgão não deixa dúvidas: ‘maiores contribuintes’.
Naturalmente acusou a presidente Dilma. Quando simplesmente
deveria sair de grande. Basta comprovar os rendimentos.
Casuísmo
Atropelando
a Constituição, como tem feito, não será surpresa se a ‘base de sustentação’ de
Eduardo Cunha levar ao Congresso um projeto de lei elevando a maioridade penal
para setenta anos.
Confissão
Eduardo
Cunha anunciou e já começou: desengavetamento de tudo que possa criar embaraço
para o Governo/Dilma/PT. Para festa e gáudio da mídia e da oposição.
A
confirmação de suas ameaças, no entanto, são uma confissão de culpa.
O
circo foi armado na reunião com o ministro Gilmar Mendes.
Que – no mínimo –
assegurará a Cunha a liberdade/arquivamento de denúncias na hora necessária
através de habeas corpus.
Campanha I
Inegavelmente Eduardo Cunha foi um dos mais competentes observadores e tradutores da realidade imediático-midiática. Percebeu o que estava lançado à percepção do imaginário da sociedade desde as mobilizações de junho/2013. Delas se utilizou.
Suas ambições pessoais – antes vitoriosas nos resultados materiais – transformaram-se na precipitação de suas pretensões/ambições políticas.
Por tal viés tornou-se surrealista personagem no xadrez democrático tupiniquim, quando ocupando um dos pilares das instituições preconizados por Montesquieu para o Estado moderno (o poder legislativo) imaginou-se deter 'o poder' absoluto. (Aí reside o surrealismo, porque Montesquieu combatia justamente o Absolutismo).
Tal postura levou-o, inclusive, a violar a própria Constituição da República, para corresponder aos interesses que defendia.
Campanha II
As redes veiculam pedidos de 'Cunha na cadeia' .
É o assunto mais comentado no Twitter durante a semana que passa.
Sinal de que a farsa circense armada somente
convence a quem dela se beneficia.
No entanto, o que a turma do twitter pede depende
de decisão judicial.
Que somente será viabilizada com a pressão
concreta e efetiva da sociedade através das mais várias organizações (OAB,
CNBB, ABI etc.) e movimentos sociais.
E só ocorrerá quando as forças beneficiadas por Eduardo Cunha não mais precisarem dele. Ou sua inconveniente companhia causar respingos.
E só ocorrerá quando as forças beneficiadas por Eduardo Cunha não mais precisarem dele. Ou sua inconveniente companhia causar respingos.
O
que espanta
Uma
instituição ou um cidadão ser investigado não causa espécie. Impõe-se, tão somente, a existência de motivo – justa causa, no jargão jurídico – para a
investigação.
A
considerar as ilações de um Procurador da República o ex-presidente Lula
poderia estar influenciando autoridades de países estrangeiros para contratação
de empresas brasileiras, uma vez que estudos e padrões técnico-financeiros de
instituições nacionais não estariam no deslinde dos fatos, tanto que não aventados
nas ‘suposições’.
Não
bastasse, o ilustre personagem – dado pouco a trabalhar, tanto que sob apuração
interna em razão de sua indolência – atropelou todas as normas para ocupar o espaço
da colega enquanto de férias.
Para melhor acompanhar as circunstâncias – que espantam o cidadão, quando consideradas as várias violações cometidas pelo Procurador – recomendamos a seguinte leitura, para formação de juízo próprio clique
Eleições 2016 I
Algumas
candidaturas estão postas, em seara definitiva. Umas como peça de apoio a
outras pretensões político-eleitorais; outras, para manter posicionamentos e
evidências; e, ainda, as que se encontram no universo da pura e simples
sobrevivência.
A
oposição – aqui analisada em relação ao governo estadual – terá candidatos. No
perfil atual definidos entre candidaturas do PMDB, PSDB e DEM. Entre os nomes
naturais destacam-se: Azevedo, Fernando Gomes e Augusto Castro. Castro lidera
os melhores pontuados.
Acena
na curva Antônio Mangabeira, fortalecido pela assunção do PDT local. O que não
significa grande coisa – assumir o comando partidário em Itabuna – diante da
dependência ao estadual e ao federal.
Acertos no alto lançam por terra promessas e esperanças. Mangabeira será
mantido caso não encontre o PDT estadual e nacional acordo maior. E mais, enquanto houver a certeza de que será um compromissado cabo eleitoral para os respectivos
dirigentes.
Eleições 2016 II
PRB, PT e PCdoB caminham na moita – uns – e na muda – outros. Com possibilidade de se fazer presente no certame uma outra sigla partidária.
Claudevane Leite, Geraldo Simões e Venceslau/Davidson articulam o centro da disputa em nível de situação. Leia-se, com apoio do Governo do Estado.
Assunto para o correr desta semana neste espaço.
Dispensando pretensões
Não se pode afirmar que outras pretensões haja que não as contidas no resultado poético exposto na melodia simples que se repete a cada estrofe. Agrada, no entanto, e convence, pela mensagem proposta: o de grande e universal abraço de amizade e solidariedade.
É o que quer e diz a paraibana Flávia Wenceslau em "Te Desejo Vida", de sua autoria e interpretação.
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