Da
própria imagem
Outro não pode
ser o entendimento do observador à margem das paixões que se fazem presentes
quando em análise o comportamento funcional do presidente do STF Joaquim
Barbosa.
Avolumam-se as críticas a sua postura autoritária, que se sustenta em
violar direitos e garantias, não fora a própria lei. Entre os que o aplaudem
estão os que nele vêem encarnado o perseguidor de corruptos (desde que
petistas), o salvador da pátria, o símbolo de uma nova era para o país.
Entre os
primeiros os juristas e mesmo associações de magistrados; entre os segundos, os
que encontram na vingança o meio que não têm encontrado por caminhos
democráticos.
Joaquim Barbosa
consegue ser uma peça que constrói a desmoralização do conceito de Justiça. A
imparcialidade e o afastamento das paixões humanas norteiam o conceito do poder
que nasce para moderar os litígios, assegurando decisão equilibrada para
solucioná-los, e não para alimentá-los.
Consegue desenvolver o conceito de que julgador pode (e deve, no caso particular) fazer política enquanto julga, em que pese não se dê por impedido diante do flagrante interesse que defende.
Como ministro
presidente do Supremo Tribunal Federal avoca para si não o exercício sereno do
cargo (o que se espera de um magistrado) mas o de uma potestade, jogando para
uma plateia que imagina se tornará público cativo e lhe corresponderá quando convocada
para o périplo que Deus sabe qual(!) pretende liderar.
Desequilibrado emocionalmente
avança o seu desequilíbrio sobre os pilares da instituição que preside, porque
tudo que faz nela repercute como se fosse ela a sua alma e essência. Imagina-se
um deus grego – certamente não um Apolo – capaz de dominar até mesmo as
Pitonisas do Oráculo de Delfos, pois transforma em templo
a Corte que preside, como se no Planalto Central estivesse erguendo o seu Parnasso.
Dois pesos e duas
medidas em suas decisões já não bastam a Joaquim Barbosa. Avança sobre tudo e
sobre todos. Inclusive sobre os pares: ou para desconstituir suas decisões monocráticas ou para impor-lhes seu ponto de vista.
Joaquim Barbosa torna-se – a cada
instante mais – o predador da própria imagem.
Não percebe que o
inocente útil que foi no curso da AP 470 pode não mais atender – por ausência
de interesses – aos que o incensaram durante meses.
Desconhece, do próprio
Oráculo de Delfos, a inscrição atribuída a sábios: “Ó homem, conhece-te a ti
mesmo e conhecerás os deuses e o universo”.
Joaquim
ResponderExcluirE agora, Joaquim?
O teatro acabou,
a luz apagou,
a mídia sumiu,
a noite esfriou,
e agora, Joaquim?
e agora, você?
você que era deus entre os homens,
que zombava dos outros,
você que desmontava as leis,
que jogava para a plateia, condenava?
e agora, Joaquim?
Será que emissora global tornará esses versos de "domínio público"?