Nossa homenagem à mulher, através da poesia de Eduardo Ramos.
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...do Gênesis I, reescrito por um deus poeta...
"E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem e semelhança..."
E criou Deus o homem
do pó da terra...
e viu o deus-poeta
a incompletude do homem
o pragmatismo tosco
a ausência de graça
a falta dos mistérios
que ardessem na alma
a busca do que é lindo
a procura do essencial...
e chamou a um canto o Criador,
o deus-poeta,
e fez-lhe ver
aquela força bruta
indomável
e apontando a natureza,
disse assim:
"Deus perfeito, Criador,
repara no vazio dessa tua criatura
criada assim do pó da terra...
onde as flores, a sensibilidade?
onde as águas, os mistérios imprevisíveis?
onde a Lua, bela, insondável?
onde as árvores, os benditos frutos?
onde os pássaros, o voo lindo, a cantoria?
onde, onde, Senhor,
a Poesia...?"
Cai em si o Criador,
pega o pó da terra,
o perfume das flores, sua fragilidade,
a força, o calor do sol,
a beleza insondável da Lua,
os mistérios dos abismos e das águas,
a majestade das árvores frondosas,
a doçura dos frutos,
a essência dos lindos pássaros,
os voos sem fim, a cantoria,
e por fim,
a Poesia...
corria o dia oito de março,
do primeiro ano da criação...
E viram,
O Criador e o deus-poeta,
satisfeitos,
sua obra definitiva
e plena...
___________"E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem e semelhança..."
E criou Deus o homem
do pó da terra...
e viu o deus-poeta
a incompletude do homem
o pragmatismo tosco
a ausência de graça
a falta dos mistérios
que ardessem na alma
a busca do que é lindo
a procura do essencial...
e chamou a um canto o Criador,
o deus-poeta,
e fez-lhe ver
aquela força bruta
indomável
e apontando a natureza,
disse assim:
"Deus perfeito, Criador,
repara no vazio dessa tua criatura
criada assim do pó da terra...
onde as flores, a sensibilidade?
onde as águas, os mistérios imprevisíveis?
onde a Lua, bela, insondável?
onde as árvores, os benditos frutos?
onde os pássaros, o voo lindo, a cantoria?
onde, onde, Senhor,
a Poesia...?"
Cai em si o Criador,
pega o pó da terra,
o perfume das flores, sua fragilidade,
a força, o calor do sol,
a beleza insondável da Lua,
os mistérios dos abismos e das águas,
a majestade das árvores frondosas,
a doçura dos frutos,
a essência dos lindos pássaros,
os voos sem fim, a cantoria,
e por fim,
a Poesia...
corria o dia oito de março,
do primeiro ano da criação...
E viram,
O Criador e o deus-poeta,
satisfeitos,
sua obra definitiva
e plena...
Da redação do blog:
Nossa particular homenagem às mulheres que morreram em defesa do respeito ao gênero. Muito especialmente às operárias de Nova York, naquele 8 de março de 1857, trancadas e incendiadas na fábrica em que trabalhavam porque simplesmente exigiam igualdade de tratamento no trabalho.
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