Que fosse real
A petição do PSDB anunciada como caminho para 'apaziguar' dúvidas tucanas sobre a lisura e a legitimidade do pleito em que derrotado o seu candidato não deixa de conter uma certa razão: ainda que impossível a alteração do resultado (a não ser com um golpe nas instituições democráticas) levanta dúvida em relação ao processo eleitoral no que diz respeito à votação eletrônica, nos moldes existentes no Brasil.
Adiantamos – o que é em nós uma reiteração – que não confiamos na urna eletrônica brasileira, até que seja possível o manuseio do recurso clássico da recontagem dos votos, caso postulado tempestivamente.
A pretendida criação de uma comissão para fiscalizar o processo eleitoral findo, da captação dos votos à totalização, resultará inócua. Apenas alimento para quem não tem o que fazer e busca questionar um grão de areia na infinitude da praia.
Dizemos inócua a iniciativa em razão de um fato singular: a denunciada existência de um programa manipulável para ser utilizado (como há suspeita) no instante do ato de votação – em tendo sido utilizado – certamente já se desfez assim que encerrada a votação.
Mas – acatando a dúvida do PSDB – aproveitamos para alimentá-la com a nossa dúvida: a de não confiar em votação que não possa ser recontada/questionada.
E assim estamos esperançosos por aplaudir uma iniciativa do PSDB para moralizar de vez a urna eletrônica brasileira: impressão do voto para posterior conferência, em caso de dúvida quanto ao resultado. E mais: que a mudança na legislação faça determinar ao TSE a conferência por amostragem, independente de requerimento de cidadão ou partido.
Como ocorre na eleição venezuelana. Considerada por Jimmy Carter a mais perfeita do planeta.
Ressaltamos que estamos acatando o raciocínio expresso por Carter e não por Chávez. Razão por que a nossa recomendação deixa de ser originada da Venezuela para sê-lo de um ex-presidente dos Estados Unidos que em mais de uma eleição acompanhou como observador internacional eleições naquele país.
Ultrapassar o Rubicão se impõe. Que o dorido PSDB seja o César. Terá em nós outros os legionários.
E certamente Roberto Requião. Que já tentou no Senado ver concretizado este sonho democrático.
Melhor que fosse real e efetivamente útil o recente trilhar tucano.
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