segunda-feira, 17 de setembro de 2012

DE RODAPÉS E DE ACHADOS-Dia 16 de Setembro


Adylson Machado

                                                                           

Mortalidade infantil

Dados divulgados pela UNICEF fazem do Brasil o quarto país que mais avançou na prevenção de doenças infantis. A decorrente redução da mortalidade infantil fez com que o número de mortes de crianças com menos de cinco anos caísse 73% em duas décadas, considerando que a informação diz respeito a dados referentes a 2011. Nos últimos dez anos a redução alcançou 56%.
De 58 mortes por cada mil crianças nascidas vivas, em 1990, os números de 2011 apontam para 16 em cada mil.

Legado I

Enquanto o PT respeitar a agenda que Lula elaborou para o denominado “subproletariado” este lhe será fiel: a ele ou ao que André Singer denomina de “lulismo”. Para o analista, Lula desconstruiu a dicotomia “esquerda-direita” substituindo-a por outra, a do “rico-pobre”, a partir da experiência de 1989 (quando descobriu que tinha que fazer aliança com os pobres e não com os ricos, que nunca votariam nele). Naquele instante percebera que Collor havia sido eleito por este “subproletariado”, enquanto ele se encontrava apoiado tão somente na classe média, que não bastava para elegê-lo.
Para tanto, alimentou o “reformismo fraco”, que caminha para um realinhamento político que pode durar muitos anos. Esse “reformismo”, à maneira de Getúlio, abriu espaços para o “subproletariado” sem desprezar os privilegiados. Apenas cuidou de protegê-lo, através de políticas que sustentam um aumento mais rápido da renda dos pobres (aumento real do salário mínimo, bolsa família, Minha Casa Minha Vida, crédito consignado, empréstimos subsidiados etc.), ainda que a desigualdade de renda entre pobres e ricos tenha caminhado a passos de cágado, o que confere aos fatos o paradoxo de tornar-se Lula, como Getúlio, uma espécie de “pai dos pobres” sem deixar de ser “mãe dos ricos”.

Legado II

Essa aliança, assegura Singer, está amparada num universo populacional (o “subproletariado”) que representa em torno de metade da população econômica ativa que se vincula ao “lulismo” por encontrar nele uma confiança que se achava perdida, razão por que de ser-lhe fiel; e a de ter certeza de que dispõe de um Estado que o protege. Não à toa, a mais expressiva votação para as últimas presidenciais se deu nos bolsões de pobreza, sejam eles o Nordeste e o Norte ou os do Sudeste.
A agenda reformista do “lulismo” impõe-se hoje, observa Singer, até à oposição, que terá de se reorientar pelo eixo central dessa política, sob pena de não encontrar espaço político-eleitoral nos próximos anos, suficiente a (re)conquistar o Poder Central.
As análises de André Singer, postas no Entrevista Record Atualidade, na sexta 14 na Record News (mais detalhes no www.conversaafiada.com.br) estão amparadas em seu livro “Os sentidos do lulismo – reforma gradual e pacto conservador”, editado pela Companhia das Letras.

Legado III

O deputado Jutahy Júnior, entrevistado no Bom Dia Bahia da rádio Nacional no sábado 15, discorreu em determinado instante sobre o erro que atribui ao PT de haver tentado nacionalizar os pleitos municipais, buscando transferir para as comunas uma visão nacional em prejuízo da realidade local, o que, segundo ele, leva o petismo a derrotas em muitos espaços anteriormente conquistados.
Tudo porque, analise do tucano, esqueceu de que os problemas locais são os que a população quer ver discutidos e debatidos, pois diretamente vinculados à sua realidade.
Avaliando a análise de André Singer em cotejo com o expressado pelo Deputado temos que a oposição pretende ocupar espaços a partir das células municipais, como estratégia – à maneira do PMDB – para a reconquista.
Caso não disponha dos meios para ocupar os espaços dentro do realinhamento trazido a lume pelo “lulismo”, não sairá dos rincões. Especialmente se perder em São Paulo.
E por lhe faltar o centro nacional de decisões.

Na esteira de legados

féLegado 1: As eleições paulistanas, até este instante, caminham para confirmar uma circunstância antes inimaginável: Lula /Haddad como surpresa no processo.
No atual estágio – Serra despencando – a “vitória” de Lula é insofismável e a eleição de Haddad se torna complemento. Isto porque, para o PSDB (paulista e nacional) o estrago é irrecuperável.
Legado 2: Para completar, FHC entra na disputa, falando mal de Lula, recebendo o troco devido, diretamente da Presidente Dilma, que afirmou ter sido Lula “Um democrata que não caiu na tentação de fazer mudança constitucional que o beneficiasse”, numa clara alusão à compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição.
Enquanto isso Serra transita pelos caminhos mais díspares.

A dieta de Gurgel

gurgelNada a comentar. Dele, além de sua atuação questionada, a informação de que tem ligações afetivas com Itabuna.
Quanto à sua dieta, indigesta, quem está engoli-la é a turma julgada no Supremo.

Monotonia

Escrever sobre o processo eleitoral itabunense, a partir das propostas que nos chegam via horário eleitoral, nos aproxima do registrar sobre melancolia. De dar depressão. Coisa para divã.
Quando não é o lugar comum da despoluição do Cachoeira (não porque não seja importante, mas pelo retalho da abordagem, que nega os problemas alheios ao comando do município) nos deparamos com soluções que não estão sob o condão itabunense, como segurança.
Não vimos, até agora, uma só proposta que convença em torno da mobilidade urbana. Quando tratam de estacionamento, por exemplo, a “zona azul” é trazida como solução única, sem observar que o problema não mais gira em torno do ordenamento do espaço, mas da disponibilização desse espaço, que está a exigir o verdadeiro milagre da sobreposição física (se mantido como está) ou nova localização, uma vez que a atual forma de ocupação passou a inviabilizar o fluxo de tráfego.
Coisa de falta de assessoria técnica.

Livro

Sione Porto, imortal da Academia de Letras de Itabuna-ALITA, lança no próximo dia 21, no Tarik Fontes, 19 horas, “Corpo e Alma”, reunindo 60 poemas.
“Uma celebração do amor à vida” – afirma a poeta – em tempos de conturbada valorização de bens materiais como circunstância do existir.

Varandas

Aguarde o leitor o que diremos sobre varandas.

Faltou Lula

Andou pela Bahia. E não veio a Itabuna. Detalhes em “Moeda de troca”, no nosso Rastilhos da Razão Comentada, em  http://adylsonmachado.blogspot.com.
Especulam que o Ministério da Cultura para Marta Suplicy traduz permuta pelo apoio da petista a Haddad em São Paulo. As relações entre São Paulo e Itabuna podem estar bem próximas, afastada a diferença capital: Lula está por lá; por aqui só retrato e depoimento.
Quando dizemos de “equilíbrios” entre uma e outra capital (a daqui, do Cacau) nos amparamos na especulação desenvolvida no texto acima, publicado na última sexta, que transcrevemos:
“Geraldo Simões afirma que não comporá com Vane. Ao contrário, aprofunda os ataques ao ex-companheiro até de forma deselegante, o que não é de sua tradição, marcada por uma visão republicana.
Renúncia, nem pensar! Sua cartada, sabe, é decisiva. Já o fizera em 2004 no plano municipal E agora o faz no plano de seu futuro político, que muito depende do presente. E seu presente é Juçara eleita.
Já ponderamos neste espaço, na quarta ("Abraço de afogados") que a esperança de eleição de Azevedo passa pela melhora na atuação de Juçara. Geraldo visualiza um confronto direto entre a mulher e o alcaide. Para tanto, ataca Vane, seu obstáculo imediato.
No tabuleiro do Governo, jogando para 2014, Juçara e Vane integram a base de sustentação. O inconveniente é a reeleição de Azevedo.
Se Juçara cresce, beneficia Azevedo. O Governo sabe disso. Geraldo também o sabe. 
Hoje, uma indagação se impõe: os interesses de Geraldo Simões são os mesmos do Governo Wagner?
Temos que a estratégia de Geraldo é cobrar caro pela derrota. Caso tenha de recuar da atual posição.
Trocando-a por cargos e apoios em 2014. Inclusive para uma tentativa de manter a mulher em evidência.
Tanta resistência não faria sentido se não fosse moeda de troca”.

Desrespeito

O sociólogo e professor Flávio Simões, morto esta semana, foi velado na Câmara Municipal. Vereador em mais de uma legislatura, presidiu, inclusive, mais de uma vez, a Mesa Diretora da Casa do Povo. Não fora o que representou para a Educação Superior da região, além de professor em graduações – inclusive Direito, desde a FESPI – foi Secretário do município, incluindo ter sido o Presidente da FICC na última gestão de Fernando Gomes.
Estranho o fato de que nenhum vereador apareceu no velório para homenagear o colega falecido.
A Câmara de Itabuna, não fora seus integrantes andarem alcançados por denúncias, dá exemplo de falta de educação.

Faltando

Demonstrando intimidade com a área cultural o programa de Juçara mostrou o grande músico Márcio Tadeu. Melhor depoimento não poderia trazer.
Esperamos o de Aldo Bastos.

Revolucionário

E por falar em Aldo, o indicado de Geraldo Simões para o Centro de Cultura Adonias Filho inova como dirigente. Deu de cobrar pauta por turno. Ainda que seja a livre (aquela que está disponível por determinação da Secretaria de Cultura).
Perguntam se presta contas deste expediente. Por que se o fizer a Secretaria vai estranhar a novidade, que não está determinada pelo órgão.
Para que o leitor entenda a revolução trazida pelo inusitado Aldo Bastos, basta verificar que um espetáculo ou apresentação exige ensaios, montagem, delimitação de espaço a ser ocupado etc. O que só ocorre em muitas horas de trabalho que antecederão à função. Ou seja, manhã, tarde...
Para Aldo, que paguem para ensaiar, para testar o som e a iluminação, para montar o cenário...

Coisas da FICC

A área cultural anda às moscas em Itabuna. A FICC fiasco deu de fornecer apoio cultural, ou seja, contribuir para espetáculos etc. A pergunta é que, se a entidade não anda fazendo nada, também nada se sabe ou se vê de tais espetáculos. A não ser apresentar o recibo.
Bom tema para uma auditoria!

Estranha unanimidade

Toda unanimidade é burra, vaticinou Nelson Rodrigues. Não sabemos a razão por que editorial do programa petista na propaganda eleitoral só mostrava matéria do jornal A Região.
Dá para o leitor de outras regiões pensar que ou o jornal é do partido ou não tem outro na cidade.
Ou, ainda...
Outros rodapés sobre política e eleições em Rastilhos da Razão Comentada nohttp://adylsonmachado.blogspot.com

Beatles

Dispensados de comentários sobre o que representaram, lá se vão 50 anos do surgimento da inesquecível turma de Liverpool.
Ei-los em nossa memória, com “Yesterday”.

Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

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