Credibilidade em xeque
Uma pesquisa de intenção de votos, registrada nos termos da lei, aponta a ordem natural das coisas por ela buscada: Azevedo liderando, com 36,67%, seguido de Vane, com 29,09% e Juçara patinando abaixo dos 15 pontos percentuais, 14,73% para maior precisão. Os demais, Pedro Eliodório (3,27%), Zé Roberto (0,73%) e Zen Costa (0,18%).
O levantamento efetivado neste imediato de setembro padeceu de credibilidade quando pretendeu publicação ofertando apenas três dos seis concorrentes e não fora o enfrentamento promovido pelos "alijados" teria trazido tal aberração avaliativa, onde deixaria o todo para atender à parte. Coisa assim meio Frankeinstein.
Muitos exaltam sua publicação em razão de ter sido devidamente registrada. Sem ironias, diríamos que as de Paulo Souto que o davam como vitorioso já no primeiro turno em 2006 também estavam registradas. No entanto quem venceu no primeiro turno foi Jacques Wagner.
O que nos chama a atenção é o fato de a avaliação sinalizar para uma consolidação de resultados, visto que apenas 10% se dizem indecisos, 1,27% abstiveram-se de opinar e 4% teriam afirmado não votar em qualquer dos nomes indicados, o que totaliza praticamente 99,94%.
Um outro dado nos deixa "de orelha em pé": quando trata da rejeição, afirmando-a maior para Juçara (38,36%) e em desabalada queda para Azevedo (22,55%).
Não fora isso, deixa de oferecer um componente fundamental para qualquer análise onde haja candidatura à reeleição: a avaliação da administração.
Onde reside o perigo
Ainda que não seja posta em dúvida quanto ao método, espaços e locais pesquisados etc., a pesquisa da Séculos não só omite dados imprescindíveis a uma melhor análise como deixa dúvida quanto a algumas conclusões. Particularmente, ao omitir a avaliação sobre a rejeição à administração do candidato à reeleição e a queda vertiginosa da rejeição do mesmo candidato.
Este o vazio que a descredibiliza e pode configurar apenas atendimento a interesses, refletindo manipulação da realidade. Nem o mais leigo dos leigos admitirá a inexistência de opinião contrária à continuidade da atual gestão (como a qualquer outra em qualquer lugar) porque não há possibilidade de unanimidade quanto à gestão, mormente quando a avaliação negativa do gestor (rejeição individual) - se considerarmos a mesma pesquisa - está acima de 22%.
Tampouco não precisa ser ilustrado para saber que o número de indecisos influencia diretamente o resultado contra aquele que busca reeleição, por tender a tornar-se voto útil a ele contrário.
Para nós (e podemos estar errado) a reduzida rejeição a Azevedo apontada na pesquisa e o pequeno número de indecisos se afiguram como o sinal mais visível de que a reeleição corre perigo. Justamente porque dá a entender (a pesquisa) que não traduz, ou se preocupa com, a realidade que a fez ir a campo.
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