Coisa de mal-educado
A televisão tem o mérito de levar em tempo real o que está acontecendo em qualquer parte do planeta. Desta forma tivemos, particularmente, a oportunidade de assistir ao vivo e em cores o segundo ataque no 11 de setembro. Padecíamos de dengue, jogado num sofá, vendo a telinha aleatoriamente, e imaginamos estar diante de um filme quando o corte na programação mostrou exatamente o instante em que o segundo avião atingia a torre. Só nos demos conta de que aquilo era real quando o áudio começou a fazer referência ao fato, que permanecia em cena.
A desmistificação ocorre através da tela. Não nos convence o comentarista que fala uma coisa quando está acontecendo outra numa partida de futebol tevisada. O juiz agiu certo - diz ele - quando vemos que algo se apresentou muito diferente da análise. Somos titulares da opinião, não só manipulados por ela.
Isso no caso sobre o qual tenhamos domínio crítico e sensibilidade para analisá-lo. Se não dispomos deste domínio podemos nos submeter às versões que sobre o fato sejam postas. Mas há situações em que não há como não se perceber a verdade.
No julgamento do denomiando mensalão podemos não entender do mérito em discussão, cabendo-nos conferir o que dizem os interessados e como se pronunciam os julgadores. Mas não nos foge à percepção a forma como a expressão ocorre.
Nesse particular, por mais sapiente que seja, o ministro Joaquim Barbosa se apresenta como grosseiro e mal-educado. Cortesia, gentileza e respeito, todos sabemos, não se aprende nos bancos escolares. Vem de berço. De casas comuns onde famílias comuns vivem e algumas se digladiam.
E o Supremo Tribunal Federal, no alto do que representa como Poder, se torna assim uma casa comum, de periferia socialmente conturbada, quando tais manifestações ocorrem.
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