terça-feira, 18 de setembro de 2012

Quando não são o que demonstram

Pesquisa e realidade eleitoral
A análise de dados publicados de pesquisas de intenção de votos, em qualquer eleição, precisam ser cotejados com elementos outros que devem integrar qualquer avaliação que queira refletir seriedade.

Por exemplo, dados levantados pelo Datafolha sobre a eleição de São Paulo mostram que 25% das atuais intenções de votos para Russomano têm origem em eleitores petistas, o que corresponde a 8 pontos percentuais de sua última avaliação.

O fenômeno decorre de alguns fatos, que vão desde Fernando Haddad ainda ser desconhecido para muitos eleitores paulistanos (47% nada ou pouco sabem sobre ele) e 50% dos eleitores ainda não terem assistido ao programa eleitoral. Ressalte-se que o desconhecimento que recai sobre o petista acontece justamente na periferia, onde se concentra parcela considerável de uma população beneficiada por programas sociais do Governo Federal.

Considerando os dados ofertados no primeiro parágrafo, caso ditos petistas votassem em Fernando Haddad este subiria de 17% para 25% e Russomano cairia de 32% para 24%.

A realidade dos números em Itabuna
A única afirmação, nesse instante, fruto de pesquisas analisadas, remetem a uma única certeza: incômoda situação de Juçara, com alerta vermelho ligado, buscando ingressar no amarelo.

Por outro lado, o crescimento de Vane ainda não seria suficiente para assegurar uma vitória. Tudo isso, em avaliações diretas partidas dos números imediatos oferecidos: percentuais de intenção de votos.

Não vem à tona (e em muitos casos não são postos sob avaliação) a dimensão mais interessante: o número de indecisos e, o que mais interessa a um candidato à reeleição, o índice de aprovação ou rejeição à sua administração.

O aprendiz de analista (do que nos aproximamos) tem ciência de que percentual de rejeição a prefeito que busca a reeleição dificilmente se transforma em voto útil para ele. Ou seja, indeciso, em maioria, vota contra o reelegível. Não fora assim, que razão o impediria de definir-se pela administração que busca continuar?

No entanto, não bastasse esse inconveniente, um outro dado é ainda mais preocupante: números da rejeição à administração superando os da aprovação. Aí pode ser caixão e vela.

Presumamos, como hipótese, que as respostas à indagação sobre se pretende o entrevistado ver a continuidade da administração e o conjunto de respostas contrárias venha a superar 40%.

Para o analista desapaixonado, como deve ser, precisa dispor de todos os dados que permitam uma conclusão o mais lógica possível. É como caldo de galinha e cautela; nunca é demais.

Para que não confundamos dados que nos são mostrados como a essência da pesquisa eleitoral. Que podem não ser o que demonstram.


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