Em pingo d'água
Os meios de comunicação deveriam estar a serviço da informação. Deveriam, caro leitor! Há muito tornaram-se porta-vozes do sistema a que servem. Compreenderá o leitor qual o 'sistema' a que ervem partindo de uma elementar premissa: quem são seus proprietários/controladores.
Caso seja o Estado –– em regimes totalitários –– estará servindo à propaganda oficial, sempre ufanista, anunciadora das grandiosidades do regime e de seu dirigente (comumente um ditador). Caso o particular, atenderá aos reclamos dos interesses a que serve, econômica ou ideologicamente.
Considerando que raros são os instrumentos a serviço da isenção o que melhor fará o leitor/telespectador/ouvinte é tudo enxergar e fazer a triagem, a separação entre o dito e a realidade.
No Brasil contemporâneo os grandes grupos de comunicação estão sob controle de um punhado de proprietários/famílias que não chega a uma dezena. Imaginar que tal punhado tenha influência da massa/povo é acreditar piamente em Papai Noel, Boitatá, Saci Pererê e quejandos.
No preciso instante fica flagrante a quem serve a quase unanimidade/totalidade dos meios de comunicação no país. Basta que se acompanhe os fatos, as notícias e –– o mais importante –– a ênfase com que são tratados.
O caixa 2 do PT –– denominado mensalão ––, por exemplo, teve um tratamento inteiramente distinto do caixa 2 do PSDB, denominado pela imprensa de 'mensalão de Minas Gerais', para desviar os fatos do tucanato mineiro. E por aí vai!
Os mais recentes exemplos de como se trata/manipula a informação para 'agradar' os amigos pode ser visto no tratamento a dois fatos gravíssimos: a crise no abastecimento de água em São Paulo e o(s) aeroporto(s) construído(s) por Aécio Neves, enquanto governador de Minas, em terras e áreas próximas a propriedades de parentes, quando não próprias.
Tomando-se o(s) aeroporto(s) o silêncio do Jornal Nacional, da Globo, por exemplo, é emblemático para demonstrar a blindagem que a TV dos Marinho dá ao candidato Aécio Neves. No caso da crise de abastecimento de água em São Paulo em nenhum momento é discutido que tudo ocorre por falta de planejamento e investimento em captação e distribuição nos últimos 30 anos, vinte deles administrados pelo PSDB.
Então, o(s) aeroporto(s) vão caindo no esquecimento e a falta de água passa a ser culpa de São Pedro pela estiagem prolongada.
E para mostrar a competência tucana mostra-se o lado positivo do racionamento que já existe (mas negado): a limpeza dos rios. Ou seja, se não fosse a seca os rios não teriam sido limpos da sujeira de anos.
Enquanto isso, a transposição do São Francisco –– ainda que as obras estejam concluídas em torno de 70% –– caso seja lembrara em razão da importância e da dimensão e grandeza do investimento público é apresentada sempre com um "mas...".
Na verdade, na verdade, essa turma vive de dar nó em pingo d'água. Maravilha viver!
quinta-feira, 31 de julho de 2014
terça-feira, 29 de julho de 2014
Entre anões
E gaviões
Estamos filiados ao universo dos não tão poucos que buscam na verdade real a explicação para a tragédia que acomete o povo palestino desde que a ONU deu parte de seu território para criar o estado de Israel.
Pelo mundo levantam-se vozes contra o absurdo. Incluindo a de judeus.
Nos meios de comunicação, no entanto, trata-se de um enfrentamento 'normal' e 'necessário' à sobrevivência israelita. Terrorismo, para ela, somente entre palestinos. O do sionismo de Israel é canto de anjos.
Não sabemos até quando tamanha barbárie permanecerá. Talvez a sugestão de Santayana fizesse mais efeito.
Estamos filiados ao universo dos não tão poucos que buscam na verdade real a explicação para a tragédia que acomete o povo palestino desde que a ONU deu parte de seu território para criar o estado de Israel.
Pelo mundo levantam-se vozes contra o absurdo. Incluindo a de judeus.
Nos meios de comunicação, no entanto, trata-se de um enfrentamento 'normal' e 'necessário' à sobrevivência israelita. Terrorismo, para ela, somente entre palestinos. O do sionismo de Israel é canto de anjos.
Não sabemos até quando tamanha barbárie permanecerá. Talvez a sugestão de Santayana fizesse mais efeito.
A TRAGÉDIA PALESTINA E A VITÓRIA DOS “ANÕES DIPLOMÁTICOS” SOBRE OS ISRAELENSES NA ONU

Mauro Santayana
(Jornal do Brasil)
(Jornal do Brasil)
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, deve estar achando o máximo ter sido repentinamente elevado, pela rançosa e entreguista direita latino-americana – como o Sr. Andrés Oppenheimer – à condição de “superstar”, depois de ter chamado o Brasil de “anão diplomático” e de ter nos lembrado, com a autoridade moral de um lagarto, que “desproporcional é perder de 7 x 1”, referindo-se à Copa do Mundo, e não, matar e ferir mais de 3.000 pessoas e desalojar quase 200 mil, para “vingar” um número de vítimas civis que não chegam a cinco.
Com acesso a drones e a sofisticados satélites de vigilância norte-americanos, e a compra de espiões em território “controlado” pelo Hamas – traidores e mercenários existem em todos os lugares – Israel poderia, se quisesse, capturar ou eliminar, com facilidade, em poucos meses, os responsáveis pelo lançamento de foguetes contra seu território, assim como alega contar com eficaz escudo que o protege da maioria deles.
O governo de Telaviv – e o Mossad – não o faz porque não quer. Prefere transformar sua resposta em expedições punitivas não contra os responsáveis pelos projéteis, mas contra todo o povo palestino, matando e mutilando – como fizeram os nazistas com os próprios judeus na Segunda Guerra Mundial- milhares de pessoas, apenas pelo fato de serem palestinos.
Essa atitude, no entanto, não impediria que surgissem novos militantes dispostos a encarar a morte, para continuar afirmando – pelo único meio que bélico lhes restou – que a resistência palestina continua viva.
AO ESTILO GANDHI
Do meu ponto de vista, nesse contexto de cruel surrealismo e interminável violência do confronto, para chamar a atenção do mundo, os palestinos, principalmente os que não estão ligados a grupos de inspiração islâmica, deveriam não comprar mais pólvora, mas tecido.
Milhares e milhares de metros de pano listrado, como aqueles que eram fabricados por ordem do Konzentrationslager Inspetorate, e das SS, na Alemanha Nazista, para vestir entre outros, os prisioneiros judeus dos campos de extermínio.
Os milhões de palestinos que vivem na Cisjordânia e na Faixa de Gaza poderiam – como fez Ghandi na Índia – adotar a não violência, raspar as suas cabeças, as de suas mulheres e filhos, como raspadas foram as cabeças dos milhões de judeus que pereceram na Segunda Guerra Mundial, tatuar em seus braços, com números e caracteres hebraicos, a sua condição de prisioneiros do Estado de Israel, costurar, no peito de seus uniformes, o triângulo vermelho e as três faixas da bandeira palestina, para ser bombardeados ou morrer envoltos na mesma indumentária das milhões de vítimas que pereceram em lugares como Auschwitz, Treblinka e Birkenau.
SÃO PRISIONEIROS
Quem sabe, assim, eles poderiam assumir sua real condição de prisioneiros, que vivem cercados dentro de campos e de guetos, por tropas de um governo que não é o seu, e que, em última instância, controla totalmente o seu destino.
Quem sabe, despindo-se de suas vestimentas árabes, das barbas e bigodes de seus homens, dos véus e longos cabelos de suas mulheres, despersonalizando-se, como os nazistas faziam com seus prisioneiros, anulando os últimos resquícios de sua individualidade, os palestinos não poderiam se aproximar mais dos judeus, mostrando-lhes, aos que estão do outro lado do muro e aos povos do resto do mundo – com imagens semelhantes às do holocausto – que pertencem à mesma humanidade, que são, da mesma forma, tão vulneráveis à doença, aos cassetetes, às balas, ao desespero, à tristeza e à fome, quanto aqueles que agora os estão bombardeando.
As razões da repentina e grosseira resposta israelense contra o Brasil – que ressaltou, desde o início, o direito de Israel a defender-se – devem ser buscadas não no “nanismo” diplomático brasileiro, mas no do próprio governo sionista.
29 A 1 NA DIPLOMACIA
É óbvio, como disse Yigal Palmor, que no esporte bretão 7 a 1 é um número desproporcional e acachapante. Já no seu campo de trabalho – a diplomacia – como mostrou o resultado da votação do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que aprovou, há três dias, a investigação das ações israelenses em Gaza, os “anões” diplomáticos – entre eles o Brasil, que também votou contra a posição israelense – ganharam por 29 a 1, com maioria de países do BRICS e latino-americanos. Só houve um voto a favor de Telaviv, justamente o dos EUA.
Concluindo, se Palmor – que parece falar em nome do governo israelense, já que até agora sequer foi admoestado – quiser exemplo matemático ainda mais contundente, bastaria lembrar-lhe que, no covarde “esporte” de matar seres humanos indefesos – entre eles velhos, mulheres e crianças – disputado pelo Hamas e a direita sionista israelense, seu governo está ganhando de goleada, desde o início da crise, pelo brutal – e desproporcional placar – de quase 300 vítimas palestinas para cada civil israelense.
__________
A propósito da comparação das forças em conflito:

__________
A propósito da comparação das forças em conflito:
segunda-feira, 28 de julho de 2014
A verdade
Perene
A verdade pode tardar a ser reconhecida, mas o será inexoravelmente. Diferentemente da mentira, que tem pernas curtas –– como o afirma a sabedoria popular.
Há coisas acontecendo em Itabuna que não chegam ao conhecimento de sua população. O evento do Programa VivArte, da Fundação Marimbeta, testemunhou isso, ao levar mais de 4 mil jovens, acompanhados de familiares, em sua 1a. Caminhada pela Avenida do Cinquentenário.
Ainda que de curta existência (cerca de oito meses) o Programa –– que reúne crianças, jovens e adolescentes em projetos de resgate da autoestima em várias dimensões artísticas –– já se apresenta vivo e atuante.
O espetáculo exibido na sexta-feira 25 dispensa outros comentários em relação ao quesito participação. Tantos reunidos em tão pouco tempo reflete a credibilidade do trabalho e a seriedade com que vem sendo conduzido.
O trabalho dessa gente não é somente para ser visto, mas acompanhado em todas as dimensões. Porque consiste em atuação concreta no enfrentamento ao vazio que leva tantos jovens a desvios sociais por falta de apoio e motivo para existir.
Surpreende-nos que um projeto dessa magnitude não encontre a divulgação que merece pelos setores de comunicação do município.
Ainda assim, por si mesmo, passa a ser reconhecido.

A verdade pode tardar a ser reconhecida, mas o será inexoravelmente. Diferentemente da mentira, que tem pernas curtas –– como o afirma a sabedoria popular.
Há coisas acontecendo em Itabuna que não chegam ao conhecimento de sua população. O evento do Programa VivArte, da Fundação Marimbeta, testemunhou isso, ao levar mais de 4 mil jovens, acompanhados de familiares, em sua 1a. Caminhada pela Avenida do Cinquentenário.
Ainda que de curta existência (cerca de oito meses) o Programa –– que reúne crianças, jovens e adolescentes em projetos de resgate da autoestima em várias dimensões artísticas –– já se apresenta vivo e atuante.
O espetáculo exibido na sexta-feira 25 dispensa outros comentários em relação ao quesito participação. Tantos reunidos em tão pouco tempo reflete a credibilidade do trabalho e a seriedade com que vem sendo conduzido.
O trabalho dessa gente não é somente para ser visto, mas acompanhado em todas as dimensões. Porque consiste em atuação concreta no enfrentamento ao vazio que leva tantos jovens a desvios sociais por falta de apoio e motivo para existir.
Surpreende-nos que um projeto dessa magnitude não encontre a divulgação que merece pelos setores de comunicação do município.
Ainda assim, por si mesmo, passa a ser reconhecido.


domingo, 27 de julho de 2014
Destaques
DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Aperto de mão
O controle da informação tornou-se o instrumento da verdade. Ainda que não o seja. Absurdos tem sido cometidos desde que o domínio da comunicação passou a ser exercitado para traduzir a superioridade de um indivíduo ou de uma nação. De tempos pretéritos, quando os sacerdotes e anciãos detinham a 'verdade revelada' ao manuseio da História ao alvitre da versão/verdade de quem a registrou.
Para não irmos longe –– tanta a velocidade da informação que nos chega –– nestes últimos 10, 11 anos assistimos a destruição de países, de pessoas e mesmo da história ao sabor das versões postas por quem controla a informação.
Assim o foi com o Iraque, depois a Líbia. Para situarmo-nos apenas em dois exemplos mais distantes. Dentre a "existência" de armas que ameaçariam a segurança mundial ao "desejo" de liberdade a informação manipulada realizou destruição.
Dois fatos na atualidade imediata tornam-se objeto de manipulação escancarada: a derrubada de um avião na Ucrânia (atribuída a separatistas) e a continuidade do processo de genocídio na Faixa de Gaza.
No primeiro caso, tudo indica que foram agentes do governo ucraniano que dispararam o foguete que atingiu o avião. Mas insiste-se na 'certeza' de que foram os separatistas sob ordens da Rússia. No segundo, o sionismo que governa Israel é apresentado em luta defensiva em relação ao povo palestino como se ambos estivessem belicamente em igualdade de condições.
Tanta estupidez somente pode ser compreendida –– caso possa ser admitida compreensão para tanto –– pelos interesses de minorias em torno de tudo.
No fundo o que está em jogo é a hegemonia de um sobre outro. Que poderia ser resolvida –– caso civilizados fôssemos –– com um simples aperto de mão sincero.
Imprensa e verdade
A deselegante postura da
(não)diplomacia israelense faz exibir, em nível local, como permanecemos sob a
égide do complexo de vira-lata. A agressão de um agente israelense foi por aqui
apresentada como se tivéssemos sofrido uma humilhação nos moldes de embaixador
brasileiro em tempos de FHC tirando sapato em aeroporto dos Estados Unidos.
Para nossa imprensa extremistas o
são somente os palestinos do Hamas, nunca os sionistas de Israel.
A
propósito, oportuna a ponderação de J. Carlos de Assis:
"O Governo de Israel disse que o Brasil é irrelevante e
criador de problemas, segundo manchete de O Globo. Há nisso uma contradição. Se
é irrelevante não pode criar problemas. Se cria problemas não é irrelevante.
Aliás, se fosse mesmo irrelevante, não teria levado o Governo israelense ao
extremo de quebrar todos os códigos diplomáticos ao ponto de insultar o
Governo brasileiro com uma ironia chula envolvendo a Copa, como se nós,
brasileiros, fôssemos uns idiotas capazes de confundir massacre de inocentes com
jogo de futebol.
Ainda pior que o insulto
israelense a um país que sempre tratou com simpatia Israel, mesmo em momentos
em que ele não merecia isso, é o comportamento da grande mídia brasileira. A
invasão truculenta de Gaza é tratada como uma guerra entre iguais. O massacre
de crianças e mulheres numa área confinada, sem saída, é apresentado como
consequência natural do conflito. O recurso a uma violência extrema aparece
como natural. E o Governo brasileiro é ridicularizado porque fala do óbvio, a
saber, do uso desproporcional da força."
Revelação
Toca-nos profundamente ver o que acontece com o povo palestino. Mais que isso: apresentado como massa terrorista para justificar a permanente agressão de um Israel dirigido por sua vertente extremista, encastelada no sionismo que o fez nascer.
Nesse quixotismo de enfrentar os moinhos da informação manipulada em favor dos extremistas israelenses, encontramos o texto abaixo, de Motta Araujo, aqui reproduzido na íntegra, para registro e acesso por nossos leitores.
"O GENERAL MARSHALL ERA CONTRA O
RECONHECIMENTO DO ESTADO DE ISRAEL - O Secretário de Estado do Presidente
Truman, o lendário General George Marshall, o grande estrategista aliado da
Segunda Guerra, autor do Plano Marshall que reconstruiu a Europa devastada, era
terminantemente contra a criação do Estado de Israel e lutou tenazmente contra
a decisão do Presidente Truman de aprovar o reconhecimento em 29 de novembro de
1947, atendendo a uma máxima pressão do lobby de 26 Senadores pró-Israel no Senado
americano.
A decisão do reconhecimento da partição
do mandato britânico da Palestina seria, segundo Marshall, um IMENSO ERRO
POLÍTICO que traria um conflito permanente no Oriente Médio. A partição
entregou 56% da Palestina a 650.000 habitantes judeus e 44% para 1.300.000 árabes palestinos, dos quais mais de 30% eram cristãos.
Contra a decisão do reconhecimento não
estava apenas o General Marshall mas também todos aqueles que CONHECIAM O
ORIENTE MÉDIO, a nata da diplomacia americana, Robert Lovett, Dean Acheson,
Charles Bohlen, George Kennan, eram a cúpula do Departamento de Estado,
nºs 1, 2, 3 e 4, todos se reuniram com Truman em 10 de novembro de 1945 para
debater sobre o tema.
David Ben Gurion, primeiro mandatário de
Israel, aceitou a partilha contra a vontade, como manobra tática, pois sua
intenção era ter TODA A PALESTINA para os judeus, não somente 56% mas preferiu
aceitar na ONU a proposta na mesa, por razões táticas, segundo disse a seu
circulo íntimo, detalhes no link abaixo.
Às 0 horas de 15 de maio de 1948, o
Exército Britânico se retirou da Palestina e um minuto depois começaram as
hostilidades entre árabes e judeus.
O registro completo dessas discussões,
negociações, demarches está nas memórias do grande advogado, conterrâneo de
Truman em Saint Louis, Clark Clifford, que veio para Washington junto com
Truman assim que este assumiu a Presidência, sendo nomeado muito depois por
Truman Secretário da Defesa. Clifford publicou suas memórias, em parceria com
Richard Holbrooke, o principal diplomata americano para o Oriente Médio no
pós-guerra, memórias que foram publicadas na revista New Yorker em 25 de março
de 1991.
Cifford tinha 37 anos quando chegou a
Washington, viveu muito e suas memórias são um relato preciso de como seu deu a
criação do Estado de Israel pelas mãos de Truman, declaradamente por causa do
lobby judaico na política americana.
Ao ser interpelado pelos diplomatas com
Marshall à frente porque iria cometer esse erro, Truman declarou "porque
eu preciso dos votos dos eleitores judeus e aqui nos EUA não tem eleitores
árabes".
Quem quiser maiores detalhes ler o relato
abaixo com completa narrativa desses acontecimentos históricos que repercutem
até hoje."
Mas...
Desemprego cai em junho, mas o Brasil
permanece em estágio caótico segundo a imprensa econômica. Ainda que o mundo europeu-estadunidense
permaneça esfacelado na UTI da recuperação anunciam como aqui o lugar das
mazelas da aflição planetária.
Particularmente não negamos a existência de uma grande tragédia nacional –– a por em risco um processo de gestão positiva no plano do simbolismo
nacionalista: a comunicação do Governo Federal. Não consegue enfrentar – se não
desejássemos apenas saber do que ocorre –– o consenso da grande mídia que faz da
gestão de Dilma um antro de incompetência e corrupção, inflação desenfreada e
estagnação econômica.
Tudo de bom –– quando apresentado pela mídia diante da inevitabilidade –– está sempre comprometido com um “mas” em viés negativista.
Exibe-se o nordestino com água na torneira, mas... A transposição do rio São Francisco, anunciada por Dom Pedro II há mais de século, está prestes a ser concluída, mas... A inflação permanece sob a meta há pelo menos 10 anos, mas... a Petrobrás já retira do pré-sal mais de 500 mil barris/dia, mas...
Eleitor
Há quem veja em Joaquim Barbosa o
eleitor mais importante depois de Lula. Por tal raciocínio uma recomendação de
Barbosa levaria parcela significativa(?) de eleitores a votar em quem o
ministro indicasse.
Em singular observação não
entendemos esta força de Joaquim Barbosa. Mesmo porque ensaiou candidatar-se e
não assumiu o ensaio, ainda que apoiado por uma parcela considerável da mídia
que o tinha como paladino da moralidade e novo ‘salvador da pátria’. 
Mas, voltam a falar em Joaquim
Barbosa, como o eleitor preferencial. Certamente diante da empacada situação de
Aécio Neves alguém imagine JB pedindo votos para ele.
Joaquim Barbosa pode ser
destemperado. Mas não temos informação de que tenha apresentado atestado de
burrice em algum instante.
Nada muda
Na caça às bruxas e aos culpados pela derrota do futebol brasileiro na última Copa discute-se de tudo. E não se vai ao(s) cerne(s) da questão. Que não está(ão) somente nas quatro linhas.
No jogo Corínthians x Bahia, no
Itaquerão, um singular e inusitado espetáculo: torcedores (que andam pagando caro pelos ingressos) tiveram que
deixar o estádio antes do término da partida para que não perdessem o metrô,
que funciona até a maia-noite.
Surgiram sugestões. Dentre algumas,
a de que o metrô em dia de jogos no local funcione até mais tarde (ainda que
prejudique a manutenção dos próprios trens e trilhos).
Uma imposição da TV Globo. Para não prejudicar a sua novela.
E por falar na platinada
Ainda que candente o tema nada se vê na Globo que diga respeito ao aeroporto de Cláudio.
Em que pese envolver fatos que são glicerina pura.
Farinha pouca...
Dos prometidos e anunciados 14
aeroportos do ProAero de Minas Gerais de Aécio Neves somente dois foram
efetivados. (Há quem fale que o nome melhor para o programa seria “Meu Aeroporto, Minha Vida”).
Coincidência, ou não, o do município de Cláudio, em terras de um
tio-avô e de propriedades de familiares. E aquele outro, em Montezuma. Que –– por fatal coincidência –– fica muito próximo de propriedades de Aécio.
Farinha pouca, meu pirão primeiro.
A turma da ironia afirma que a diferença entre os anunciados 14 e os
dois realizados fica sob controle da margem de erro de 85% para mais ou para
menos do Datafolha.
Maldade!
Aécio estaria arrependido de não ter incluído no ProAero a construção de um espaçoporto em Varginha.
Pelo menos teria apoio de outros ETs que
não os da imprensa que o protege e de aliados do PSDB.
Por enquanto –– até que o esquecimento sepulte o inconveniente presente, como anda sepultando o mensalão do PSDB de Minas Gerais –– vai sendo solapada a imagem de Aécio
Neves.
Anunciou-se como a modernidade política, exemplo de administrador que
gere recursos públicos sem desperdício e com transparência. Uma vestal da
moralidade encantado a serpente do eleitorado. Para anunciá-lo uma mídia
servil.
A imoralidade –– ainda que legal
sejam os gastos –– deleta qualquer perfil do tucano. Com o risco de até a
legalidade estar alimentando corrupção, haja vista o custo do aeroporto.
Alta blindagem
Enquanto mais se enrola Aécio Neves
em cada justificativa que busca oferecer ao singular investimento feito em
Cláudio parece se ampliar e fortalecer o escudo de proteção mantido por setores
da imprensa televisada.
Ficamos de nossa parte a imaginar se
fosse algum petista – de baixo ou alto coturno – envolvido pelo menos em assinar
um bilhete autorizando uma quentinha para um trabalhador no aeroporto...
Fantamagórico
O aeroporto de Cláudio, como o de Montezuma, levanta a cortina de grossa bandalheira com recursos públicos em Minas Gerais, na administração de Aécio Neves.
Jogada a farinha no ventilador vai se espalhando o resultado. Descobriram que o PSDB espalhou anúncios, na campanha de 2010, de Aécio para Senador e Anastasia para governador, sobre gastos do governo Aécio de 5 milhões para recuperação e melhorias do aeroporto de Itabira.
Detalhe: não existe nem campinho de aviação na Terra de Carlos Drumond de Andrade.
Eduardo na espreita
Não que o rapaz deseja a desgraça
alheia. Mas, certamente anseia pelo afundamento/avoamento da campanha
tucano-aecista.
Dúvidas de então
Difícil – comprovavam os
investigadores – que o helicóptero de Perrela (aquele que transportava 450 quilos de pasta de cocaína) não tivesse abastecido em outros
pontos.
Especulam em torno do aeroporto de Cláudio.
No olho alheio
A blindagem alcança Aécio. Nada se
fala de corrupção. Mas, a Época denuncia o aumento patrimonial de Manuela
D´Ávila (PCdoB-RS) por variação de 14 mil para 184 nos 8 anos
em que foi deputada (poupança de 94 mil reais).
Um colunista denominado Patury
descobre que Manuela fez crescer o patrimônio em 1200%.
Mesmo que seus
subsídios (Decreto Legislativo 805/10) superem 26 mil reais entende o ilustrado
matemático colunista que a deputada não possa economizar uns poucos mil reais
por mês.
Considerando a possibilidade de fazê-lo em torno de 5 mil, conseguiria
ao fim dos três últimos anos (36 meses), sem qualquer rendimento em aplicação,
a quantia de 180 mil.
Ocorre que Manuela não é do PSDB.
Fernando Gomes
No final dos anos 70 o governo da
Bahia cuidou de melhorar o aeroporto Tertuliano Guedes, em Itabuna. Tempo em
que Fernando Gomes governava o município em confronto com Antônio Carlos
Magalhães.
Acusando ACM de investir no aeroporto para beneficiar Manoel Chaves,
de quem o então governador da Bahia era amigo leal, a verve fernandina não
perdoava: ACM construiu a maior pista de patinação da América Latina –– dizia.
O aeroporto de Cláudio, em terras de
um tio-avô de Aécio Neves, próximo 6 quilômetros de propriedades do
presidenciável e familiares tem servido como pista de aeromodelismo.
Está faltando Fernando Gomes em
Minas. Só há um inconveniente: o político baiano está ao lado de Aécio nas
próximas presidenciais.
Em “Cartas Chilenas”, de Tomaz
Antônio Gonzaga, o governador de então da Minas colonial –– Luiz da Cunha
Menezes –– retratado como déspota e tirânico, estava alcunhado no poema como
Fanfarrão Minésio.
Temem que Aécio Neves se torne um fanfarrão, caso continue a apresentar as explicações para sua sede por aeroportos.
Bomba!
Do Goiás Século 21 (@goiasseculo21) no Twitter:
"24/07/14 11:00
Diretório Municipal do PSDB de Alvorada do Norte (GO), por maioria esmagadora, defendeu a substituição de Aécio Neves por José Serra."
A sorte de Aécio é que o diretório propositor é de Alvorada do Norte!
De fazer inveja
A preocupação de José Carlos Aleluia em proibir pesquisa de determinado instituto na Bahia beira o hilário.
Ainda que falte encontrar apoio do Judiciário enveredou pelo anedótico.
Itabuna e a Fé
Foto
A foto no alto à esquerda bem poderia ser de nossa Itabuna.

Um certo galileu"24/07/14 11:00
Diretório Municipal do PSDB de Alvorada do Norte (GO), por maioria esmagadora, defendeu a substituição de Aécio Neves por José Serra."
A sorte de Aécio é que o diretório propositor é de Alvorada do Norte!
De fazer inveja
A preocupação de José Carlos Aleluia em proibir pesquisa de determinado instituto na Bahia beira o hilário.
Ainda que falte encontrar apoio do Judiciário enveredou pelo anedótico.
Itabuna e a Fé
Apresentações musicais fazem parte das comemorações por mais um aniversário de emancipação de Itabuna.
Nossa terra conseguiu a proeza de transformar o profano em espetáculo de fé religiosa.
Com detalhe inusitado: enquanto a turma canta louvando a Deus a "capeta" corre solta.
As barraquinhas que servem a dita cuja não poderiam faltar. É que não há fé que se aguente sem "capeta".
Foto
A foto no alto à esquerda bem poderia ser de nossa Itabuna.
Rogando por Paz na terra por onde andou este galileu. Onde hoje são assassinadas, sem razão, as criancinhas que Ele anunciou como exemplo de convidados para ingressar no Reino. Nos versos, melodia e voz de Padre Zezinho.
quinta-feira, 24 de julho de 2014
Duas fotos
Dois olhares
Às vezes – mais frequentemente a cada dia – nos sentimos no limite da impotência quando buscamos nos enxergar como indivíduo que integra uma espécie brindada com a consciência e o livre arbítrio. Escrever – desabafo – se perde na realidade do não-ler entre os que pretenderíamos conviver a reflexão.
Colhemos, a partir de Santayana, um verso. Que encontra com a outra vertente da realidade. Em cores.
Duas, as fotos exibidas. A segunda fizemos inserir. Falta aquela outra: da criança morta sob os escombros em Aracaju.
Todas refletem a dimensão da estupidez humana, no plano do que chamam Civilização.
O PRÍNCIPE E O SEM-TETO
Faltou alguém somar os dois meninos, e pensar, ao menos por um segundo, em seus diferentes destinos. Perguntando-se, porque, em pleno Século XXI, algumas crianças ainda nascem em suntuosos palácios, enquanto outras continuam morrendo debaixo de bombas em Gaza, ou sob os escombros de uma marquise, porque não tinham – como certo menino que nasceu em uma manjedoura – outro lugar para se abrigar.
Às vezes – mais frequentemente a cada dia – nos sentimos no limite da impotência quando buscamos nos enxergar como indivíduo que integra uma espécie brindada com a consciência e o livre arbítrio. Escrever – desabafo – se perde na realidade do não-ler entre os que pretenderíamos conviver a reflexão.
Colhemos, a partir de Santayana, um verso. Que encontra com a outra vertente da realidade. Em cores.
Duas, as fotos exibidas. A segunda fizemos inserir. Falta aquela outra: da criança morta sob os escombros em Aracaju.
Todas refletem a dimensão da estupidez humana, no plano do que chamam Civilização.
O PRÍNCIPE E O SEM-TETO
Mauro Santayana
(Hoje em Dia)
(Hoje em Dia)
O príncipe George, filho de Catherine Midleton e do príncipe William, da Inglaterra, completou ontem um ano de vida. Segundo a AFP, “em comemoração à data, a coroa britânica divulgou imagens exclusivas do menino de cabelo louro, vestindo um macacão azul e uma camisa azul marinho”, registradas, há alguns dias, em um museu londrino. “ao qual o duque e a duquesa de Cambridge levaram seu filho para ver uma exposição sobre borboletas”. Em uma das imagens George aparece andando, cena saudada como “Os primeiros passos seguros do futuro rei da Inglaterra”, pelo Sunday Telegraph.
É triste. Mas devemos cumprir o doloroso dever de informar, que, segundo um último balanço, também publicado ontem, 143 crianças palestinas, 80 delas com menos de 12 anos de idade, não poderão ver as borboletas do museu britânico, nem nenhuma outra que estiver voando por aí, por terem perecido, segundo a UNICEF, desde que começou a ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
Nem elas poderão fazê-lo, nem o pequeno bebê de onze meses, que morreu no hospital, depois de ter ficado trinta e cinco horas, soterrado, com sua família, sob um prédio em construção que desabou em Aracaju.
CADA VEZ MAIS FÚTIL
A humanidade está – infelizmente – cada vez mais fútil. Incapazes de revestir sua própria vida de maior interesse, enriquecendo-a com um pouco de cultura, ou dos sentimentos de justiça e solidariedade, milhões de pessoas mergulham no culto a “celebridades”, às vezes tão efêmeras e descartáveis como lâminas de barbear, e acompanham suas peripécias pelas publicações disponíveis nas salas de espera e nos salões de cabeleireiro.
O pequeno príncipe britânico, herdeiro da opulência de um império que cresceu pela exploração de dezenas de colônias e povos como os indianos, ou os aborígenes canadenses e australianos, acaba de entrar na lista – tão ridícula como absurda – das “dez crianças mais poderosas do mundo”.
SEM-TETO BRASILEIRO
O pequeno sem teto brasileiro, um mês mais novo que ele, morreu de frio e inanição, no escuro, debaixo das ruínas do prédio em construção – no qual sua família dormia por não ter outro lugar para ir – porque sua mãe não conseguia se mover para aquecê-lo e amamentá-lo.
Os meios de comunicação noticiaram os dois fatos, cada um, naturalmente, em sua correspondente seção. Uma, festiva, perto das notas de variedades ou editoriais de moda. A outra, nas notícias de polícia, ou de cidades, lamentando, como não poderia deixar de ser, o desabamento do prédio e as vítimas do acidente de Aracaju.
quarta-feira, 23 de julho de 2014
Conselho
Não escutado
Atribui-se a Tancredo Neves – está na primeira edição do Folclore Político, de Sebastião Néry, publicado nos idos de 1973 – o sábio conselho: político não compra, não vende, não recebe presente. A sabedoria mineira se faz traduzida na lição de Tancredo: evitar ostentação, fugir às observações, evitar ser alvo da malícia do olhar comum em razão da visibilidade natural a qualquer político.
A denúncia do jornal Folha de São Paulo envolvendo a construção de um aeroporto na cidade mineira de Cláudio vai ocupando foros de enredo policial a cada nova explicação dada pelo gestor responsável por sua ordem de serviço: o Estado de Minas Gerais então governado por Aécio Neves.
Nada de estranho – até apurações e investigações outras – a construção de um aeroporto, não fosse o enredo que o envolve.
O palco onde construído é terreno pertencente a um tio-avô do presidenciável Aécio Neves, indenizado pela bagatela de 1 milhão de reais (já depositados, valor questionado uma vez que o ilustre tio pretende em juízo 8 milhões) próximo poucos quilômetros (em torno de 6) de terras pertencentes ao próprio Aécio e familiares.
Pedro Venceslau, em texto publicado no Tribuna da Imprensa on line faz referência à pérola ofertada por Aécio, como defesa, diante da denúncia da Folha de São Paulo:
Ainda que provada a legalidade do negócio entre o Estado de Minas e o tio-avô do governador e mesmo nenhuma outra irregularidade tenha existido (como o custo equivalente a 14 milhões de reais para uma pista de 1.100 metros) e seja mera coincidência servir de pouso (mesmo sem autorização da ANAC) para aviões particulares (inclusive dele, Aécio), desde que autorizado pelo próprio tio-avô, tudo esbarra na lição/conselho do tio Tancredo.
Não bastasse, o PSDB de Aécio mais vai embaralhando o meio de campo: acaba de ajuizar medida contra o Governo Federal, culpando-o pelo fato de a ANAC informar que o aeroporto não tem autorização para pousos. E mais: o próprio Aécio implica o PT como responsável pela denúncia!
Há pedido junto à Procuradoria-Geral da República para apurar os fatos, encaminhado pelo PT. Jogo político que o seja pode haver um velado temor em setores tucanos que se descubra que aquele pouso intermediário do helicóptero de Perrela com quase meia tonelada de pasta de coca tenha ocorrido naquele aeroporto.
Certo que muita água pode rolar por baixo da ponte. Tudo porque uma lição familiar não foi escutada. Há quem afirme que a mineira lição de Tancredo Neves não foi levada ao extremo pelo sobrinho Aécio porque este mais vive no Rio de Janeiro do que em Minas.
Preferimos concluir com o expresso pela sabedoria popular: "Quem não ouve conselho ouve coitado!" A lição inserta no imaginário popular não foi aprendida e posta em prática por Aécio Neves.
Resta saber os limites do 'coitado!'
Atribui-se a Tancredo Neves – está na primeira edição do Folclore Político, de Sebastião Néry, publicado nos idos de 1973 – o sábio conselho: político não compra, não vende, não recebe presente. A sabedoria mineira se faz traduzida na lição de Tancredo: evitar ostentação, fugir às observações, evitar ser alvo da malícia do olhar comum em razão da visibilidade natural a qualquer político.
A denúncia do jornal Folha de São Paulo envolvendo a construção de um aeroporto na cidade mineira de Cláudio vai ocupando foros de enredo policial a cada nova explicação dada pelo gestor responsável por sua ordem de serviço: o Estado de Minas Gerais então governado por Aécio Neves.
Nada de estranho – até apurações e investigações outras – a construção de um aeroporto, não fosse o enredo que o envolve.
O palco onde construído é terreno pertencente a um tio-avô do presidenciável Aécio Neves, indenizado pela bagatela de 1 milhão de reais (já depositados, valor questionado uma vez que o ilustre tio pretende em juízo 8 milhões) próximo poucos quilômetros (em torno de 6) de terras pertencentes ao próprio Aécio e familiares.
Pedro Venceslau, em texto publicado no Tribuna da Imprensa on line faz referência à pérola ofertada por Aécio, como defesa, diante da denúncia da Folha de São Paulo:
"Depois de passar o dia recolhido em Belo Horizonte preparando sua defesa no caso do aeroporto construído em Minas em um terreno que pertenceu ao seu tio-avô, o senador Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, desembarcou em São Paulo no fim da tarde desta terça-feira, 22, e fez uma declaração à imprensa.
O tucano apresentou dois pareceres assinados por ex-ministros do STF, Carlos Velloso e Ayres Brito, para reforçar o argumento de que não houve ilegalidade na construção de um aeroporto no município de Cláudio, no interior do Estado, em um terreno que foi desapropriado de seu tio-avô.
Segundo o documento, o procedimento adotado foi 'correto'. 'Estando o Estado já investido na posse de bem imóvel, é licita a realização da obra para a qual o ato de desapropriação ocorreu'. Em sua defesa, Aécio alega que o terreno de seu tio-avô foi desapropriado pelo Estado a um preço muito abaixo do que ele valia. 'O Estado pagou R$ 1 milhão pelo terreno e meu tio apresentou proposta de R$ 9 milhões. Se houve algum favorecido foi o Estado, não meu tio-avô', disse Aécio.
O candidato disse ainda que a denúncia é motivada por seus adversários na campanha eleitoral. 'A campanha começou como nossos adversários gostam, com mentiras e ataques, essa é uma praxe de nossos adversários do PT'. O senador encerrou a declaração sem responder às perguntas dos jornalistas sobre a frequência com a qual utiliza o aeroporto, que fica a 6 km da fazenda de sua família".
Como facilmente pode-se observar Aécio Neves transita em terreno pantanoso, onde o cheiro agride mais que o aroma do rio Cachoeira nos limites urbano-itabunenses.Ainda que provada a legalidade do negócio entre o Estado de Minas e o tio-avô do governador e mesmo nenhuma outra irregularidade tenha existido (como o custo equivalente a 14 milhões de reais para uma pista de 1.100 metros) e seja mera coincidência servir de pouso (mesmo sem autorização da ANAC) para aviões particulares (inclusive dele, Aécio), desde que autorizado pelo próprio tio-avô, tudo esbarra na lição/conselho do tio Tancredo.
Não bastasse, o PSDB de Aécio mais vai embaralhando o meio de campo: acaba de ajuizar medida contra o Governo Federal, culpando-o pelo fato de a ANAC informar que o aeroporto não tem autorização para pousos. E mais: o próprio Aécio implica o PT como responsável pela denúncia!
Há pedido junto à Procuradoria-Geral da República para apurar os fatos, encaminhado pelo PT. Jogo político que o seja pode haver um velado temor em setores tucanos que se descubra que aquele pouso intermediário do helicóptero de Perrela com quase meia tonelada de pasta de coca tenha ocorrido naquele aeroporto.
Certo que muita água pode rolar por baixo da ponte. Tudo porque uma lição familiar não foi escutada. Há quem afirme que a mineira lição de Tancredo Neves não foi levada ao extremo pelo sobrinho Aécio porque este mais vive no Rio de Janeiro do que em Minas.
Preferimos concluir com o expresso pela sabedoria popular: "Quem não ouve conselho ouve coitado!" A lição inserta no imaginário popular não foi aprendida e posta em prática por Aécio Neves.
Resta saber os limites do 'coitado!'
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