A Folha de São Paulo
Soa-nos estranha – na boca do processo eleitoral – a denúncia estampada no jornal a Folha de São Paulo no domingo 20, do gasto da Administração Aécio Neves em aeroporto construído em área que beneficia familiares, onde despejados cerca de 14 milhões de recursos públicos de Minas Gerais.
Funcionando praticamente para corresponder aos interesses de Aécio (que lá pousa) o aeroporto na pequena Cláudio (25 mil habitantes) consumiu em dinheiro quase o equivalente ao aeroporto de Aracati, no ceará (17 milhões de reais). A diferença entre um e outro é marcante: o mineiro, tem pista de 1.000 metros e nada mais; o cearense, pista de 2.200 metros e todos os demais equipamentos que viabilizam o seu funcionamento.
Naturalmente a suspeita levantada pelo jornal encontra fundamentos, a ponto de exigir investigações. Especialmente porque está funcionando sem autorização da ANAC.
No entanto – essa a razão de nossa estranheza – uma denúncia deste quilate em momento como o presente, ainda que não abalasse o resultado no plano das intenções de voto em Aécio Neves, quando nada abre campo para exploração político-eleitoral. Nesse viés a justificativa para dúvida levantada.
Sabido e consabido que entre os presidenciáveis o candidato preferido pela imprensa – qualquer que seja – é aquele que tenha condições de inviabilizar a reeleição de Dilma Rousseff e a continuidade do PT como partido cabeça-de-chave do governo. Sob essa vertente Aécio Neves se encontrar em patamar invejável. A ponto de uma pesquisa eleitoral comanda pelo Datafolha – vinculada ao jornal – ofertar a certeza de segundo turno com Aécio tecnicamente empatado com Dilma, ainda que senões sejam postos em torno da forma como apresentados os dados que isso assegura (leia nosso DE RODAPÉS E DE ACHADOS deste fim de semana.
Portanto, soa-nos estranho que a própria Folha de São Paulo tenha disparado o petardo que incomoda a candidatura Aécio Neves, mesmo que busque amenizar a denúncia transferindo-a para o "governo de Minas" (como também o fizeram outros meios de comunicação comprometidos com a campanha aecista).
Certo é que ninguém poderá atribuir a fogo adversário a matéria da Folha. Não seria crível que PT e quejandos tenham 'força' junto ao grupo Frias para impor um tema que em nada beneficia seu candidato preferido.
Há quem veja no fato uma particularidade: sendo extremamente forte a relação do jornal paulista com José Serra estaria este começando a dar o troco em Aécio. Pelo que (não) fez por sua candidatura em 2010.
Não esquecer que foi José Serra quem levantou a bola para que Aécio Neves enfrente em sua campanha o tema cocaína. Coisa que dizem Aécio gostar, não se afirme que do tema ou do uso, a ponto de ser motivo de popular reclame popular-carnavalesco em Minas Gerais (a famosa "Baile do Pó Royal" https://www.youtube.com/watch?v=2YMOKVIgkgk) e 'voz rouca' até no Mineirão, como ocorreu no jogo Brasil x Argentina.ali realizado.
O que tudo indica – com José Serra ou não por trás da artilharia – alguém, que comeu e não gostou, guardou no freezer alguma ação de Aécio.
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