Em pingo d'água
Os meios de comunicação deveriam estar a serviço da informação. Deveriam, caro leitor! Há muito tornaram-se porta-vozes do sistema a que servem. Compreenderá o leitor qual o 'sistema' a que ervem partindo de uma elementar premissa: quem são seus proprietários/controladores.
Caso seja o Estado –– em regimes totalitários –– estará servindo à propaganda oficial, sempre ufanista, anunciadora das grandiosidades do regime e de seu dirigente (comumente um ditador). Caso o particular, atenderá aos reclamos dos interesses a que serve, econômica ou ideologicamente.
Considerando que raros são os instrumentos a serviço da isenção o que melhor fará o leitor/telespectador/ouvinte é tudo enxergar e fazer a triagem, a separação entre o dito e a realidade.
No Brasil contemporâneo os grandes grupos de comunicação estão sob controle de um punhado de proprietários/famílias que não chega a uma dezena. Imaginar que tal punhado tenha influência da massa/povo é acreditar piamente em Papai Noel, Boitatá, Saci Pererê e quejandos.
No preciso instante fica flagrante a quem serve a quase unanimidade/totalidade dos meios de comunicação no país. Basta que se acompanhe os fatos, as notícias e –– o mais importante –– a ênfase com que são tratados.
O caixa 2 do PT –– denominado mensalão ––, por exemplo, teve um tratamento inteiramente distinto do caixa 2 do PSDB, denominado pela imprensa de 'mensalão de Minas Gerais', para desviar os fatos do tucanato mineiro. E por aí vai!
Os mais recentes exemplos de como se trata/manipula a informação para 'agradar' os amigos pode ser visto no tratamento a dois fatos gravíssimos: a crise no abastecimento de água em São Paulo e o(s) aeroporto(s) construído(s) por Aécio Neves, enquanto governador de Minas, em terras e áreas próximas a propriedades de parentes, quando não próprias.
Tomando-se o(s) aeroporto(s) o silêncio do Jornal Nacional, da Globo, por exemplo, é emblemático para demonstrar a blindagem que a TV dos Marinho dá ao candidato Aécio Neves. No caso da crise de abastecimento de água em São Paulo em nenhum momento é discutido que tudo ocorre por falta de planejamento e investimento em captação e distribuição nos últimos 30 anos, vinte deles administrados pelo PSDB.
Então, o(s) aeroporto(s) vão caindo no esquecimento e a falta de água passa a ser culpa de São Pedro pela estiagem prolongada.
E para mostrar a competência tucana mostra-se o lado positivo do racionamento que já existe (mas negado): a limpeza dos rios. Ou seja, se não fosse a seca os rios não teriam sido limpos da sujeira de anos.
Enquanto isso, a transposição do São Francisco –– ainda que as obras estejam concluídas em torno de 70% –– caso seja lembrara em razão da importância e da dimensão e grandeza do investimento público é apresentada sempre com um "mas...".
Na verdade, na verdade, essa turma vive de dar nó em pingo d'água. Maravilha viver!
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