O debate da BAND revelou o trivial
que norteia a campanha presidencial: bater no governo. Nada de analisar a
realidade do país, o que está sendo feito, o que falta fazer e o como fazer.
Cheira à busca pelo poder
simplesmente. É que a discussão em torno da alternância do poder ou da superação da polarização PSDB-PT não dispensa a propositura de ações claras.
Vitória da mídia
Ficou-nos claro uma coisa: a força
da atuação midiática em tornar o Brasil centro de catástrofe mundial (ainda que
a realidade seja outra), de inflação em disparada (quando em queda e há dez
anos dentro da meta), de aumento do desemprego (quando estamos quase no pleno
emprego) leva a presidente Dilma, como candidata, a fazer propaganda do que
realizou. E de ficar quase na defensiva no debate.
Dependerá muito do horário eleitoral
para mostrar o que a imprensa escondeu. Não sabemos a audiência que terá.
Dilma
Dilma apresentou dificuldades no debate: é lenta no expressar, denotando insegurança (apesar de segura quanto ao
que diz), sempre passando a língua nos lábios.
Dilma está muito acadêmica e perdendo oportunidades de ouro para capitalizar com respostas.
Caso haja uma edição de debates nos moldes como a Globo fez com o Lula X Collor em 1989 Dilma será massacrada, tanto de titubeio que expressa fisicamente (como se tivesse puxando de uma perna) e complicando a resposta quando explica mais que o necessário. Aparenta estar sem domínio do tempo. Não aprendeu com Lula.
Marina
Neste particular, Marina é mais
incisiva e objetiva no falar. Não dispõe do cabedal de informações
e domínio dos fatos como Dilma, mas não titubeia e responde com ironia para
superar o que não disponha de informação e parte para o ataque.
Deixa aquele xale – que lembra a Perpétua de Tieta – e pôs uns óculos que a deixam como a vovozinha da Branca de Neve.
Marina – esperta, como observou Bóris Casoy no final do debate – está usando o discurso como instrumento para superar a falta de propostas que ultrapassem o puro enfrentamento ao Governo. Tem capacidade de sofismar diante da circunstância de não dispor de resposta quando questionada.
Deixou claro que prefere preservar a imagem de símbolo conquistada em 2010 e com ela busca transformar-se em quem a conhece e, mais importante, afastar-se das discussões concretas.
Aécio
Está bem ensaiado e com motes prontos. Aécio não fica bem quando a câmera se aproxima. Com a fama de gostar de uns goles levanta a suspeita de que tomou umas antes de enfrentar o debate.
Deu muita sorte de encontrar por resposta de Dilma apenas o que ela disse em relação a Petrobras. O tucano parece pretender dar o pescoço à corda se insistir no tema como o abordou.
A sinceridade de Aécio Neves foi significativa, quando afirmou que seu ministro da Fazenda será o Armínio Fraga. Sua afirmação delineia, com clareza, o que pretende. Não negou FHC e deixa claro que seu norte será o neoliberalismo. Não enganou, portanto.
Na berlinda
Caso não mude a postura uma coisa ficou claro nesta terça: em nível de debate na televisão o adversário da candidata Dilma Rousseff é a própria Dilma: empostada, não demonstra estar bem articulada, reflete nervosismo e tensão e passa uma imagem de antipática.
Ainda que domine plenamente os fatos que apresenta. A forma professoral como os passa é sofrível. Ao falar muito sobre o tema dilui a objetividade necessária. Assim, joga fora um tesouro que possui.
No debate da Globo a edição a massacrará.
Nanicos
Levy Fidélis apertou
Marina ao vinculá-la aos banqueiros através de Neca Setúbal.
A atuação de Luciana Genro tocou no
ponto nevrálgico de Marina: o vazio da ‘nova política’ marinista. Aécio também o fez.
Eduardo Jorge foi taxativo – o mais
objetivo – em relação às propostas de independência do Banco Central. Contra. E justificou.
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