Certo que não estamos no Paraíso.
Mais chegamos ao Purgatório – depois de considerável período no Inferno – e nos
preparamos para vôos mais altos. Há, no entanto, os que se beneficiaram do
Inferno e o querem de volta, sob seu inteiro controle.
Controlá-lo é exercitar ao bel
prazer a retomada de políticas antinacionalistas (privatizações e quejandos)
onde, neste instante, não só a entrega do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e
dos Correios (apenas exemplos do que restou de uma época) mas – e
principalmente – o pré-sal (que já sinaliza mais de 1 trilhão para a Educação
nos próximos 15 anos) e o espólio da Petrobras.
O escrito acima é reflexo da comparação entre duas posturas de governo (anos recentes versus anos FHC –– PT versus PSDB).
Não há pejo, nem comiseração, para os que defendem esta turma. Não o
demonstrou quando ocupou o poder. Na sua busca tudo usa – da mentira ao
desrespeito – como agora o faz em relação à morte de Eduardo Campos.
A seu serviço, o noticiário ‘formador de opinião’
debruça-se sobre o espólio de Eduardo Campos trabalhando em duas vertentes: 1. Para quem os
votos que teria serão transferidos; 2. Valorizar o que representava pelo crivo
do sentimentalismo/emoção gerado pela tragédia.
Com o segundo pretende
internalizar o primeiro no imaginário de parcela do eleitorado.
Nem sepultado foi Eduardo Campos e
já se encontra escancarada a campanha da turma para assegurar o segundo turno
(conseguido em 2010) transformando aritmética eleitoral em idealismo. Para
tanto, Marina Silva é a solução.
Marina Silva foi o sonho de consumo do conservadorismo brasileiro (capitaneado politicamente por PSDB, PFL/DEM, PPS) para garantia de um segundo turno em 2014, como já ocorrera em 2010, quando repetiu a Heloísa Helena em 2006. Falhou, quando o partido REDE (que criou) não obteve registro no TSE para viabilizar sua candidatura, o que a levou a filiar-se ao PSB.
Morre Eduardo Campos, de quem Marina era vice. A fatalidade reacende a euforia da direita em ter Marina Silva como candidata que venha a assegurar a realização de um segundo turno (que estava praticamente descartado) em 2014. Que não perde tempo e põe em campo sua máquina para garantir o projeto.
Perceba o leitor a dimensão do que acontece quando os mais comezinhos valores são postos à margem.
Pesquisa a serviço do Datafolha já entrou em campo, com objetivo definido: favorecer Aécio Neves, seja-o pela transferência de votos de Eduardo para o tucano, seja-o pela viabilização de um segundo turno (provável) arrastado por Marina.
Mal começou o velório e a viúva já namora. Não carece esperar nem pelo enterro.
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