domingo, 31 de agosto de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Imagem desgastada
Anunciado um cessar-fogo, por tempo não definido, entre Israel e o Hamas, que pôs fim (por enquanto) a sete semanas de guerra que mais estava para um massacre, tamanha a desproporcionalidade de forças em conflito. Os resultados a confirmam: 2 mil palestinos mortos ante 70 israelenses.

As 'concessões' para materializar o cessar-fogo bem dimensionam a derrota moral e política. A primeira delas, e mais significativa: negociação com o próprio Hamas.

O vexame de Israel pode bem ser compreendido a partir do apoio interno ao sionismo de Netanyahu: dos 82% no início do conflito para 38% ao perceber o absurdo a que chegaria se insistisse em 'derrotar' o Hamas.

Viu contra si crescer o boicote internacional e deu vezo a uma ofensiva diplomática do Estado Palestino.

Mais que as casas e hospitais destruídos por Israel a imagem do país saiu arrasada.

De uma guerra inútil ao desgaste irreversível. Acentuado pelo mundo na voz dos que podem se expressar. 

Como entre os artistas de diversos países que participarão da 31ª  Bienal de São Paulo, que divulgaram Carta Aberta à Fundação Bienal para que 'recuse o apoio financeiro ofertado pelo estado de Israel' (jornalGGN) como forma de não "legitimar agressões e violação do direito internacional e dos direitos humanos em curso em Israel".


A serviço do mercado I
Estudos provocados pelo Clube de Engenharia junto a Anatel deixaram claro o absurdo a que chegam os custos administrados pela agência, que chegam a 700% acima do valor real (Maurício Dias, na Carta Capital) em alguns casos.

Para que o leitor perceba o que isso representa: a assinatura de telefonia fixa, por exemplo, poderia ser de 10 reais no máximo e não os 45 cobrados.

A serviço do mercado II
As agências reguladoras são como raposa cuidando do galinheiro. Assim como a pretendida independência do Banco Central.

Num e noutro caso quem controla são os interessados.

Entreguismo I
Marina Silva ocupa um espaço no processo eleitoral que lhe dá uma dimensão de furacão. Atropelou a campanha, traz expectativas de resultados inimagináveis há um mês. De coadjuvante a personagem de primeiro escalão. A permanecer o atual quadro de ascensão – ou de permanência – se faz protagonista do processo.

E como tal se torna – até este instante – no destino de esperança como se fora um símbolo esperado, anunciado. Essa dimensão messiânica é a que mais preocupa.

No entanto, o que intriga não é sua ascensão, mas o que a motiva. Não há indagações em torno de suas propostas, tampouco análise de viabilidade delas diante da realidade político-institucional.

O seu discurso de que governará com “os melhores” de todas as vertentes é falacioso, e desvia do centro da discussão os problemas que o país precisa discutir. Sua postura pode ser traduzida como a tornar o eleitor numa criança enganada com caramelos.

Joga para a plateia a ideia de 'melhores' à direita e à esquerda viverão em coexistência pacífica e renunciarão ao que acreditam porque estão sob o manto sagrado de sua figura ungida.

Entreguismo I
Sua posição, por exemplo, diante da atuação e da importância da Petrobrás como referência para o futuro da Nação é deveras preocupante. 

Primeiro, porque demonstra esquecer (ou não considerar) que o período Lula-Dilma desconstruiu o projeto neoliberal capitaneado por FHC (e assumido por Aécio Neves, que tem a grandeza de não negá-lo), pautado na entrega da empresa ao capital estrangeiro como moeda de troca quando em busca de dinheiro junto ao FMI.

Segundo, por negar que foi retomada a redenção de um Brasil soberano sobre parcela de suas riquezas ora concentradas no pré-sal (outras estão perdidas, como os minérios entregues no butim da venda da Vale do Rio Doce).

Não há sinal de que encontrará (a Petrobras) em Marina a defesa necessária, porque a candidata confunde energia com ambientalismo e, como já deixou claro, terá a Petrobrás em seu governo uma função de segunda classe (se classe encontrar).

São trilhões de dólares em jogo (no mínimo 10 trilhões) para custear educação e saúde no futuro. Legar a segundo plano tal importância somente deixa a vislumbrar duas vertentes: abandono do projeto ou – o mais provável – entregar a exploração do pré-sal ao capital estrangeiro, inclusive reduzindo os investimentos da estatal na exploração dos campos que até agora lhe pertencem.

O que sinaliza Marina para a Petrobrás só tem uma tradução: entreguismo.

Em relação à Petrobras Marina Silva e Aécio Neves pensam de forma igual. O que difere um e outro é que Marina não diz claramente, como faz Aécio. 

São, para a estatal, faces idênticas da mesma moeda. Inimigos da Petrobras.

Promessas
Analisando o furacão Marina à luz das políticas públicas implantadas nos últimos 12 anos, difícil entender que beneficiários de ações governamentais – em todos os sentidos – dos menos favorecidos à classe média (essa, sempre difícil, porque pequeno burguesa) não reconheçam o que ocorreu no país nestes últimos 12 anos.

Tal circunstância – se considerarmos como verdade absoluta os resultados de pesquisas – leva à perplexidade. Ou seja, a promessa de duvidoso caviar à mesa supera o filé mignon disponível no dia a dia.

Salário mínimo superando os 300 dólares (o sonho era chegar a 100). A dívida pública federal em 33% do PIB (elevada a 59% quando nela incluída a de estados e municípios) longe está, por exemplo, da situação de países outros do mundo, como os Estados Unidos, onde supera os 100% do PIB. Inflação sobre controle. Reservas internacionais em 380 bilhões de dólares (suficientes para custear 18 meses de importações). Desemprego no menor patamar da história brasileira. Aumento da participação do Brasil na economia mundial, que espelha estarmos entre as cinco maiores nos próximos anos. Um mercado consumidor interno em ascensão, com crédito para quem nunca chegara a tê-lo. Um canteiro de obras em todos os aspectos necessários para a redução do custo Brasil, como refinarias, estaleiros, portos, aeroportos, ferrovias. 

A promessa do “novo”, no entanto, parecendo prevalecer. Ainda que não dito como ocorrerá.

Sob investigação
Um Elba levou Collor ao impeachment. O escândalo dos aviões que servem à campanha do PSB (incluindo o que matou Eduardo Campos) marca a corrupção de forma espantosamente escancarada em uma campanha eleitoral. 

Marina Silva em declarações confessa o uso e ciência dos fatos. O fato é grave. No entanto a mídia silencia em relação ao ocorrido no que diz respeito às violações à legislação eleitoral, que implicam na cassação do registro por uso indevido de recursos.

O Procurador-Geral da República instaurou procedimento investigatória para apurar as responsabilidades sobre o indevido uso dos aviões. A responsabilidade é objetiva. Se há ilícito implica diretamente na responsabilização da chapa. Afinal, o crime eleitoral afeta a lisura do pleito e quem o comete não pode beneficiar-se da incúria, do ilícito.



Para (Não)entender
No instante de euforia, quando as pesquisas vão se ajustando ao pretendido pela direita brasileira, mais interessa a vitória dos interesses privados nacionais e sua dimensão entreguista, repetindo a história. Surfando na possibilidade de vitória a turma está em estado orgástico.

Quando dizemos que “as pesquisas vão se ajustando” é porque as contradições que são exibidas entre umas e outras, em períodos de apuração recente, bem demonstram que algo não bate. 

Como, por exemplo, a brutal queda dos nanicos – que chegaram a dispor de 8% das intenções de votos antes mesmo do horário eleitoral (quando desconhecidos muitos deles) e despencam para 3% assim que começam a ser conhecidos.

Atente-se, ainda, para o estranho fato de Marina estar conquistando votos de um eleitorado de extrema esquerda, altamente radical em suas posições – quando seu discurso é nitidamente de aceno à direita – não fora o fato de estar retirando votos da própria Dilma.

A campanha beira o surrealismo de não serem avaliadas as idéias de Marina postas em prática (pautadas nos compromissos de Aécio, que lhes daria mais credibilidade) e parte para uma dimensão mítica da candidata, como se traduzisse um carisma de atriz universal da beleza.

PSB x Marina
Roberto Amaral diz que o PSB é contra a autonomia do Banco Central. Marina pensa diferente.

Como não tem compromisso com o PSB e sim com seu Rede Sustentabilidade nada poderá ser dela cobrado, quando entregar o controle da política monetária ao sistema financeiro privado.

Espelho
Para nós a reedição de 1960 e 1989 está em andamento. Com força total. Conhecemos os resultados. Basta que se conheça a história.

Jânio, como Collor, se punha acima dos partidos políticos. Ambos se diziam acima dos políticos e criticavam a política em si. Agentes de uma ‘nova política’. Semelhanças são mera coincidência. 

O que não é coincidência é a fonte de tudo. E o resultado que advirá.

Contradições
Não nos causa espécie a vitória de idéias contrárias. Mas a ausência da consciência em torno delas. A vitória de Dilma traduz a continuidade de um projeto político de conteúdo nacionalista (ainda que leniente em relação às poderosas forças que dominam o planeta, dentre elas o sistema financeiro).

Aécio é a tradução do neoliberalismo. Se fracassando mundo a fora é uma concepção à qual o candidato reconhece valor.

Marina pauta-se na contradição entre preservacionismo e agronegócio. Transmuda o discurso conforme a conveniência. Como tal, demonstra que o poder é o poder, e alcançá-lo é o que importa, não basta que a alma seja vendida ao Diabo. Que a santa se transforme no Fausto de Mefistófeles.

Contradições, uma constante
A afirmação de Marina Silva de que governará com os melhores demonstra pura demagogia. Afinal, não foram os melhores que a ajudaram na tarefa de elaborar o programa de sua campanha? No entanto já os desqualificou, revertendo propostas.

Que esperar de uma presidente da República que não aguentará um grito/ameaça de Malafaia!

Decepção
O deputado Jean Wyllys pode estar sendo profético. Deecpcionado com o vai-não-vai da candidata em relação ao que definira no programa presidencial para o grupo LGBT, publicou nota onde conclui:

Marina, você não merece a confiança do povo brasileiro! Você mentiu a todos nós e brincou com a esperança de milhões de pessoas.

O deputado tem razão. Marina não tinha nenhuma obrigação de assumir posturas em que não admite. Mas não poderia virar a casaca só por causa da ameaça de Malafaia.


De Malafaia para Marina
"Pior que um ímpio é um cristão que dissimula. O cristão não feito para estar em cima do muro."

Ouça e veja o vídeo o https://www.youtube.com/watch?v=gCo_0vsVC8E gravado em 2010, mais atual do que nunca!

Onde está a Prefeitura?
A foto de Pedro Augusto exibe mais que a beleza de uma cidade que não se vê como tal. Também mostra claramente a ocupação indevida de área pública (de uso comum do povo) na Avenida Princesa Isabel, no sentido São Caetano-Centro. 

O muro de uma quadra avança sobre onde deveria haver mais oferta de espaço para o povo. Não bastasse, mais adiante, o posto de gasolina ocupa escancaradamente metros preciosos de área pública.

E a prefeitura omissa.
Panorâmica da Avenida Princesa Isabel após recapeamento (Foto Pedro Augusto).

Estranho
A administração Claudevane Leite vem apresentando resultados, como o exibido na foto acima. Pelo menos há corredores bem cuidados o que melhora a autoestima de nossa gente.

No entanto não vemos tais progressos repercutindo na imagem do Prefeito.

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