domingo, 17 de agosto de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Vale-tudo
A campanha eleitoral caminhava para uma definição já no primeiro turno. Assim ensaiavam os elementos todos que traduzem o processo eleitoral: pesquisas e mídia (ainda que resistente, já ultrapassando os limites do ético). Próceres da oposição viam-se no emaranhado de assistir Aécio Neves – o seu preferido – tendente ao naufrágio imediato, ‘afogado’ nos aeroportos de Cláudio e Montezuma.

Todo o esforço midiático em favor do candidato não produzia resultados. Sim, o ‘esforço midiático’ se viu órfão. 

O leitor poderá indagar – diante de nossa insistência em citar a mídia como peça do processo político-partidário – a razão por que o fazemos. Justificamos: não bastasse aquela famosa declaração de uma ‘jornalista’ executiva do jornal Folha de São Paulo aí está o “manchetômetro”.

A jornalista, Maria Judith Brito, na condição de presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), em declaração publicada em O Globo, de 18.03.2010 – ano eleitoral, como o presente – expressava a seguinte pérola: “A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação e, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada”.

O “manchetômetro”, criação recente do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro para acompanhar o papel da mídia na eleição, demonstra por A + B, como se materializa aquela “posição oposicionista” dos meios de comunicação quando a oposição está fragilizada, utilizando-se apenas da coleta de manchetes no Jornal Nacional (TV), Folha de São Paulo, Estado de São Paulo e O Globo (jornais), a partir de janeiro de 2014. 

Como orienta o sítio, trabalham os pesquisadores do IESP considerando as denominadas “valências”:

“A valência de uma notícia ou chamada diz respeito a sua orientação positiva ou negativa em relação ao assunto noticiado. Como define Aldé (2003), nos estudos de valência procura-se avaliar "o efeito potencial para cada candidato, procurando esclarecer se (a notícia) beneficia ou prejudica a candidatura em questão".
Não se trata, portanto, de uma medida objetiva da intenção de viés jornalístico ou mesmo de se avaliar se a notícia é verdadeira ou não.”

O bombardeio da mídia pesquisada sobre o governo Dilma e o PT ultrapassa os limites do tolerável (acesse http://www.manchetometro.com.br).

Com dados atualizados até 16 de agosto, o IESP traduz o seguinte tratamento em relação aos candidatos (incluído, Eduardo Campos).

VALÊNCIA DAS CHAMADAS EM RELAÇÃO AOS PRESIDENCIÁVEIS

Este gráfico mostra a quantidade de matérias de capa nos três jornais analisados de acordo com a valência para cada um dos três candidatos principais.
FavorávelContrário060120180240AécioDilmaEduardo Campos
Última atualização: 16/08/2014 às 23:00

O Viomundo destacou, a partir apenas do Jornal Nacional, a dimensão posta pela campanha da "oposição fragilizada" substituída pela "posição oposicionista" dos meios de comunicação.


Por responder
A primeira indagação dentre os que acompanham o processo eleitoral, despertos pelo impacto do acidente que vitimou o presidenciável Eduardo Campos, centrada estava na perplexidade em torno de como ficaria o quadro que caminhava polarizado entre Dilma e Aécio, vislumbrando vantagem para a petista. E a resposta imediata – praticamente unânime – era uma: muda tudo.

Pode até não mudar o resultado final quanto à reeleição de Dilma Rousseff, ainda que tal não possa ser assegurado com a tranquilidade que já norteava a candidatura governista.
Mas – à espera da decisão que deve ocorrer até a próxima quarta-feira, no máximo – é quase certa a existência de um segundo turno, caso Marina Silva assuma suceder Eduardo Campos como pretendente ao Palácio do Planalto. 

Por responder se será tranquilo tal transitar, em nível de situação e de oposição. 

Afinal, como observa Maurício Dias na Carta Capital desta semana, Aécio Neves – que precisa da candidatura de Marina para sonhar com um segundo turno – passa a correr como piloto de F1 que precisa ultrapassar quem lhe está à frente mas não tira o olho do retrovisor para impedir que seja ultrapassado. 

Fundamental
A morte traz consigo o mistério de transformar a verdade e a realidade em ficção. Tudo porque nela está embutido esquecimento do imediato diluído no fenômeno do que lhe sucede. Há – amparado na formação judaico cristã – o palimpsesto, o substituir o existente, o novo texto sobre o antigo ainda que a fonte seja a mesma, como forma de lembrar somente o que de bom e de virtuoso o falecido foi.

No caso específico de Eduardo Campos os alfarrábios da conveniência inscrita nos termos da “posição oposicionista” assumida pelos meios de comunicação que assistem à “oposição fragilizada” já alimentam tratados em torno da sua liderança, guindada a nacional quando apenas estadual a caminho de ocupar espaço para o futuro.

Os números do líder do PSB nas pesquisas demonstram, à saciedade, que não ultrapassava os limites de Pernambuco a sua consistência eleitoral. E não é tripudiar no velório afirmar-se a possibilidade que tinha de chegar em quarto lugar, perdendo para o Pastor Everaldo, já que suas intenções de voto minguavam.

O necrológio de Eduardo Campos neste instante não o apresenta como um líder jovem – como também o é Aécio Neves – experimentando caminhos para alçar o topo da pirâmide.

Mas mostrá-lo como uma perda irrecuperável dentre lideranças futuras. Afirma-o disputando o topo, palmo a palmo, como se estivesse em igualdade de condições. Uma vida ceifada em tais circunstância ‘toca’ o coração do eleitor. Esse o mote: capitalizar o emocional torna-se o fundamental para o instante.

Reações
Não podemos afirmar o impacto da morte de Eduardo Campos, como político, no imaginário do eleitorado brasileiro. 

No entanto nos permitimos fazê-lo comparando com outros dois instantes, um mais pretérito, outro mais recente: a morte de Getúlio Vargas, em 1954, e a de Tancredo Neves, em 1985.

Ao leitor a análise.


Decifra-me ou te devoro
A Esfinge de Tebas desafiava os passantes, ameaçando-os de serem devorados se não respondessem ao enigma “Que criatura tem quatro pés de manhã, dois ao meio-dia e três à tarde”. O instante político no Brasil cobra resposta a um típico enigma quando situamos Marina Silva e o PSB, ideias e programas de cada um.

Sabido e consabido que conflitos internos encontram-se instalados na coligação “Unidos Pelo Brasil” (PHS, PRP, PPS, PPL, PSB e PSL) em razão do que pensam Marina e seus ambientalistas. Não bastasse a posição que tem em relação a partidos como o PSDB. Em São Paulo, por exemplo, a aliança do PSB com o PSDB de Geraldo Alckmin não pode ser tratada com flores e foi solução definida por Eduardo Campos.

Não se diga que Marina Silva não substitua Eduardo Campos como candidata. Pega de surpresa não resta outra saída à coligação encabeçada pelo PSB a não ser ‘acolher’ outra vez Marina. Desta vez dando-lhe o cetro e a coroa de liderança política do partido do qual tinha data marcada para sair, assim que aceito o seu REDE pela Justiça Eleitoral.

Eduardo conciliava os conflitos existentes. E os tinha sob controle em benefício de sua candidatura.

Resta saber se Marina Silva herdará o espírito da conciliação. E se manterá aqueles compromissos de Eduardo Campos com os quais não concordava.

Não haverá preocupação tão somente com a auréola da Esfinge, representada pela Globo. Que tem resposta pronta para o enigma, que se alimenta na disponibilidade de qualquer um(a) que se proponha a derrotar Dilma-Lula-PT.

Incógnita
Observadores técnicos e analistas de processos eleitorais registram significativo desinteresses/desconhecimento de parcela considerável do eleitorado em relação às eleições de 2014. O TSE já estampou redução percentual na participação de jovens entre 16 e 18 anos no alistamento para 2014 em relação a eleições anteriores.

Na Bahia os números dos que nada expressam sobre a sucessão superam 60%. Este contingente – como no restante do Brasil – é terra por descobrir pelos timoneiros candidatos. Uns para consolidar resultados; outros para viabilizar suas participações na disputa.

Uma conclusão se impõe na forma interrogativa: ainda que bombardeado pela mídia o eleitor está alheio ao que dizem e falam jornais, revistas, rádio e televisão?


Uma leitura que fazemos: eleitores estão com votos definidos, apenas aguardando a campanha no rádio e na televisão em torno do nome para confirmação do que já previamente decidido: voto no candidato do partido pré-escolhido (não-anunciado) ou no candidato indicado/recomendado em quem ele confia ou fez por ele. 

Afirmação
Para quem afirma que a "Providência Divina" salvou Marina Silva de estar no avião que levava Eduardo Campos para evento em São Paulo também afirma que a "Providência Divina" abateu Campos em pleno voo.









Carta marcada
Coincidência que o seja. Mas estranho não deixa de ser.

Espaço onde guardados documentos e arquivos da prefeitura de Cláudio foram alcançados por incêndio. Cláudio é aquele município onde Aécio Neves construiu um aeroporto. O outro, em Montezuma.


Próximo incêndio: prefeitura de Montezuma.

Festa à fantasia
A montagem abaixo (que circula na rede) se tivesse que representar a filosofia da administração Claudevane Leite demonstraria o desapego às coisas vinculadas a Itabuna.

Quando se trata de Cultura, em todos os lugares, as fundações existem para pesquisar e desenvolver em torno da identidade cultural local.

Felizmente não pode ser atribuída à Sua Excelência tamanho disparate. 

Especialmente porque é uma pobreza no quesito cultura brasileira e trágico no que diz respeito à identidade grapiúna.

Finalmente, como festa à fantasia merece zero nos quesitos originalidade e criatividade.

Antecipado perdão para a instituição. 

Exiba cartaz superh fic.jpg na apresentação de slides ____________

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