DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Vale-tudo
A campanha eleitoral caminhava para
uma definição já no primeiro turno. Assim ensaiavam os elementos todos que
traduzem o processo eleitoral: pesquisas e mídia (ainda que resistente, já
ultrapassando os limites do ético). Próceres da oposição viam-se no emaranhado
de assistir Aécio Neves – o seu preferido – tendente ao naufrágio imediato, ‘afogado’
nos aeroportos de Cláudio e Montezuma.
Todo o esforço midiático em favor do
candidato não produzia resultados. Sim, o ‘esforço midiático’ se viu órfão.
O leitor poderá indagar – diante de nossa insistência em citar a mídia como peça do processo político-partidário – a razão por que o fazemos. Justificamos: não bastasse aquela famosa declaração de uma ‘jornalista’ executiva do jornal Folha de São Paulo aí está o “manchetômetro”.
O leitor poderá indagar – diante de nossa insistência em citar a mídia como peça do processo político-partidário – a razão por que o fazemos. Justificamos: não bastasse aquela famosa declaração de uma ‘jornalista’ executiva do jornal Folha de São Paulo aí está o “manchetômetro”.
A jornalista, Maria Judith Brito, na
condição de presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), em declaração
publicada em O Globo, de 18.03.2010 – ano eleitoral, como o presente –
expressava a seguinte pérola: “A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser
limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da
responsabilidade dos meios de comunicação e,
obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição
oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada”.
O “manchetômetro”, criação recente
do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro para acompanhar o papel da mídia na eleição, demonstra por A + B, como se
materializa aquela “posição oposicionista”
dos meios de comunicação quando a oposição está fragilizada, utilizando-se apenas da coleta de manchetes no Jornal
Nacional (TV), Folha de São Paulo, Estado de São Paulo e O Globo (jornais), a
partir de janeiro de 2014.
Como orienta o sítio, trabalham os pesquisadores do IESP considerando as denominadas “valências”:
“A valência de uma notícia ou chamada diz respeito a sua orientação positiva ou negativa em relação ao assunto noticiado. Como define Aldé (2003), nos estudos de valência procura-se avaliar "o efeito potencial para cada candidato, procurando esclarecer se (a notícia) beneficia ou prejudica a candidatura em questão".
Não se trata, portanto, de uma medida objetiva da intenção de viés jornalístico ou mesmo de se avaliar se a notícia é verdadeira ou não.”
Não se trata, portanto, de uma medida objetiva da intenção de viés jornalístico ou mesmo de se avaliar se a notícia é verdadeira ou não.”
O bombardeio da mídia pesquisada sobre o governo
Dilma e o PT ultrapassa os limites do tolerável (acesse http://www.manchetometro.com.br).
VALÊNCIA DAS CHAMADAS EM RELAÇÃO AOS PRESIDENCIÁVEIS
Este gráfico mostra a quantidade de matérias de capa nos três jornais analisados de acordo com a valência para cada um dos três candidatos principais.
Última atualização: 16/08/2014 às 23:00
O Viomundo destacou, a partir apenas do Jornal Nacional, a dimensão posta pela campanha da "oposição fragilizada" substituída pela "posição oposicionista" dos meios de comunicação.
Por responder
A primeira indagação dentre os que
acompanham o processo eleitoral, despertos pelo impacto do acidente
que vitimou o presidenciável Eduardo Campos, centrada estava na perplexidade em
torno de como ficaria o quadro que caminhava polarizado entre Dilma e Aécio,
vislumbrando vantagem para a petista. E a resposta imediata – praticamente unânime
– era uma: muda tudo.
Pode até não mudar o resultado final
quanto à reeleição de Dilma Rousseff, ainda que tal não possa ser assegurado
com a tranquilidade que já norteava a candidatura governista.
Mas – à espera da decisão que deve
ocorrer até a próxima quarta-feira, no máximo – é quase certa a existência de
um segundo turno, caso Marina Silva assuma suceder Eduardo Campos como
pretendente ao Palácio do Planalto.
Por responder se será tranquilo tal transitar, em nível de situação e de oposição.
Afinal, como observa Maurício Dias na Carta Capital desta semana, Aécio Neves – que precisa da candidatura de Marina para sonhar com um segundo turno – passa a correr como piloto de F1 que precisa ultrapassar quem lhe está à frente mas não tira o olho do retrovisor para impedir que seja ultrapassado.
Por responder se será tranquilo tal transitar, em nível de situação e de oposição.
Afinal, como observa Maurício Dias na Carta Capital desta semana, Aécio Neves – que precisa da candidatura de Marina para sonhar com um segundo turno – passa a correr como piloto de F1 que precisa ultrapassar quem lhe está à frente mas não tira o olho do retrovisor para impedir que seja ultrapassado.
Fundamental
A morte traz consigo o mistério de
transformar a verdade e a realidade em ficção. Tudo porque nela está embutido
esquecimento do imediato diluído no fenômeno do que lhe sucede. Há – amparado
na formação judaico cristã – o palimpsesto, o substituir o existente, o novo
texto sobre o antigo ainda que a fonte seja a mesma, como forma de lembrar
somente o que de bom e de virtuoso o falecido foi.
No caso específico de Eduardo Campos
os alfarrábios da conveniência inscrita nos termos da “posição oposicionista” assumida pelos meios de comunicação que
assistem à “oposição fragilizada” já
alimentam tratados em torno da sua liderança, guindada a nacional quando apenas
estadual a caminho de ocupar espaço para o futuro.
Os números do líder do PSB nas
pesquisas demonstram, à saciedade, que não ultrapassava os limites de
Pernambuco a sua consistência eleitoral. E não é tripudiar no velório
afirmar-se a possibilidade que tinha de chegar em quarto lugar, perdendo para o
Pastor Everaldo, já que suas intenções de voto minguavam.
O necrológio de Eduardo Campos neste
instante não o apresenta como um líder jovem – como também o é Aécio Neves –
experimentando caminhos para alçar o topo da pirâmide.
Mas mostrá-lo como uma
perda irrecuperável dentre lideranças futuras. Afirma-o disputando o topo,
palmo a palmo, como se estivesse em igualdade de condições. Uma vida ceifada em
tais circunstância ‘toca’ o coração do eleitor. Esse o mote: capitalizar o
emocional torna-se o fundamental para o instante.
Reações
Não podemos afirmar o impacto da
morte de Eduardo Campos, como político, no imaginário do eleitorado brasileiro.
No entanto nos permitimos fazê-lo comparando com outros dois instantes, um mais
pretérito, outro mais recente: a morte de Getúlio Vargas, em 1954, e a de
Tancredo Neves, em 1985.
Ao leitor a análise.
Decifra-me ou te devoro
A Esfinge de Tebas desafiava os
passantes, ameaçando-os de serem devorados se não respondessem ao enigma “Que
criatura tem quatro pés de manhã, dois ao meio-dia e três à tarde”. O instante
político no Brasil cobra resposta a um típico enigma quando situamos Marina
Silva e o PSB, ideias e programas de cada um.
Sabido e consabido que conflitos
internos encontram-se instalados na coligação “Unidos Pelo Brasil” (PHS, PRP,
PPS, PPL, PSB e PSL) em razão do que pensam Marina e seus ambientalistas. Não
bastasse a posição que tem em relação a partidos como o PSDB. Em São Paulo, por
exemplo, a aliança do PSB com o PSDB de Geraldo Alckmin não pode ser tratada com
flores e foi solução definida por Eduardo Campos.
Não se diga que Marina Silva não
substitua Eduardo Campos como candidata. Pega de surpresa não resta outra saída
à coligação encabeçada pelo PSB a não ser ‘acolher’ outra vez Marina. Desta vez
dando-lhe o cetro e a coroa de liderança política do partido do qual tinha data
marcada para sair, assim que aceito o seu REDE pela Justiça Eleitoral.
Eduardo conciliava os conflitos
existentes. E os tinha sob controle em benefício de sua candidatura.
Resta saber se Marina Silva herdará
o espírito da conciliação. E se manterá aqueles compromissos de Eduardo Campos com
os quais não concordava.
Não haverá preocupação tão somente
com a auréola da Esfinge, representada pela Globo. Que tem resposta pronta para
o enigma, que se alimenta na disponibilidade de qualquer um(a) que se proponha
a derrotar Dilma-Lula-PT.
Incógnita
Observadores técnicos e analistas de
processos eleitorais registram significativo desinteresses/desconhecimento de
parcela considerável do eleitorado em relação às eleições de 2014. O TSE já
estampou redução percentual na participação de jovens entre 16 e 18 anos no
alistamento para 2014 em relação a eleições anteriores.
Na Bahia os números dos que nada
expressam sobre a sucessão superam 60%. Este contingente – como no restante do
Brasil – é terra por descobrir pelos timoneiros candidatos. Uns para consolidar
resultados; outros para viabilizar suas participações na disputa.
Uma conclusão se impõe na forma
interrogativa: ainda que bombardeado pela mídia o eleitor está alheio ao que
dizem e falam jornais, revistas, rádio e televisão?
Uma leitura que fazemos: eleitores
estão com votos definidos, apenas aguardando a campanha no rádio e na televisão
em torno do nome para confirmação do que já previamente decidido: voto no
candidato do partido pré-escolhido (não-anunciado) ou no candidato
indicado/recomendado em quem ele confia ou fez por ele.
Afirmação
Para quem afirma que a "Providência Divina" salvou Marina Silva de estar no avião que levava Eduardo Campos para evento em São Paulo também afirma que a "Providência Divina" abateu Campos em pleno voo.
Afirmação
Para quem afirma que a "Providência Divina" salvou Marina Silva de estar no avião que levava Eduardo Campos para evento em São Paulo também afirma que a "Providência Divina" abateu Campos em pleno voo.
Carta marcada
Coincidência que o seja. Mas estranho não deixa de ser.
Espaço onde guardados documentos e
arquivos da prefeitura de Cláudio foram alcançados por incêndio. Cláudio é aquele município onde Aécio Neves construiu um aeroporto. O outro, em Montezuma.
Próximo incêndio: prefeitura de
Montezuma.
Festa à fantasia
A montagem abaixo (que circula na rede) se tivesse que representar a filosofia da administração Claudevane Leite demonstraria o desapego às coisas vinculadas a Itabuna.
Quando se trata de Cultura, em todos os lugares, as fundações existem para pesquisar e desenvolver em torno da identidade cultural local.
Felizmente não pode ser atribuída à Sua Excelência tamanho disparate.
Especialmente porque é uma pobreza no quesito cultura brasileira e trágico no que diz respeito à identidade grapiúna.
Finalmente, como festa à fantasia merece zero nos quesitos originalidade e criatividade.
Antecipado perdão para a instituição.
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