terça-feira, 17 de setembro de 2013

A dúvida

Que nos assalta
Quando anunciam como possível já está confirmado. É o que podemos deduzir em torno da informação de que a presidente Dilma Rousseff tende a não manter a viagem marcada para os Estados Unidos em outubro, insatisfeita com as "explicações" de Barack Obama sobre as estripulias de sua gente no território onde são bambas: a espionagem.

Não imaginem os mais exaltados nacionalistas - aqueles que ainda veem Tio Sam como o único inimigo de nossas convicções (afinal, aqui dentro mesmo muitos estão ao seu serviço) - que tal atitude, assim que oficialmente anunciada, representará o rompimento de relações diplomáticas entre os dois países.

Barck Obama cancelou viagem a Rússia, por asilar Snowden, mas não dispensou sentar na mesma mesa de Putin, assim como nela estava uma constrangida Dilma ombro a ombro com o "chefe" da espionagem. Assim caminha a diplomacia: os interesses falam mais que as convicções da gente de cada nação.

A dúvida que nos assalta gira justamente em torno dos negócios: o Brasil pretende uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU; os Estados Unidos querem nos vender os aviões que a Rússia queria, que a Suécia queria, que a França queria...

Caso a presidente Dilma Rousseff aceite comprar os aviões estadunidenses - a melhor resposta que tinha para com os EUA era não comprá-los, atacaria no bolso - em troca de apoio à sua pretensão junto a ONU, melhor teria sido que viajasse logo em outubro para fechar o negócio.

Caso nossa dúvida venha a se confirmar, poderia a Presidente dispensar o deixar para o futuro como mis en scène no presente. Melhor que fazer beicinho com a autoestima de muitos de nós.


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