O Programa Mais Médicos, do Governo Federal, tem por escopo levar às periferias sociais atendimento médico onde não exista. Sejam elas em regiões inóspitas e distantes ou mesmo nos centros urbanos. Mais que explicável a iniciativa diante da falta de pelo menos 15 mil profissionais Brasil a fora.
Na esteira da iniciativa a reação de setores da classe médica, contrários à vinda de estrangeiros para ocupar espaços locais. Para tanto, alegavam que o problema da Saúde no país mais decorre da falta de infraestrutura e de melhor distribuição dos recursos públicos.
Instalada a polêmica assistimos a cenas bizarras, inimagináveis ao bom senso, como médicos "de luto" e vaias aos primeiros estrangeiros chegantes - em que pese tal proceder ter endereço definido: médicos cubanos, o que alimentou o raciocínio de xenófoba e preconceituosa postura.
Dentre os que defendem a importação de médicos ficamos nós, amparado no raciocínio de que o problema mais centrado está no conflito de interesses de cultura profissional: a nossa medicina voltada está para a cura, menos para a prevenção. Dessa forma, o "negócio" é a doença e não a saúde.
Nesse diapasão vemos a necessidade de importação de médicos como uma forma de suprir espaços onde os nossos não querem chegar ou atender. As periferias não são o atrativo natural.
O exemplo
Circulou na região a informação de que o médico e político Roland Lavigne buscara o Mais Médicos para oferecer seus préstimos no município de Vitória da Conquista, ainda que residente em Ilhéus e ocupar uma vereança na praieira.
Declinou o ilustre pelo simples fato - segundo ele mesmo afirmou - porque o local a ele destinado era no interior daquele município, distante da sede.
Deixemos de lado as incompatibilidades entre exercer 40 horas semanais em Vitória da Conquista (na sede, que fosse) e corresponder às sessões da Câmara Municipal.
Fiquemos apenas com o seu exemplo, que é o da maioria dos médicos brasileiros: "Mais Médicos" só se for na cidade, no bem bom, no aconchego...
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