Ao nada
A pretensão de Marina Silva - ninguém pode negar - residia em ser candidata a presidente da república. Tanto que - sustentada em purismo singular (diferentemente dos que conseguiram emplacar partido, com projetos eminentemente pessoais) - pensou em dispor de um partido somente seu no que dissesse respeito à vocação de exemplo à sociedade. O "seu" partido seria diferente, o que bastaria para que lhe estivesse assegurado o comando da redenção da classe no Brasil.
Agiu de forma amadorística e deixou para última hora - somente a partir de fevereiro deste ano - o início de coleta e conferência de assinaturas para corresponder ao projeto. Deu com os burros n'água.
Viu-se paparicada por expressões políticas inteiramente avessas ao seu projeto, como convite (e mesmo especulação) de ingresso no PPS, um partido daquela esquerda que serviu ao regime militar nos áureos tempos do golpe dentro golpe, se tomamos Roberto Freire como paradigma, vez que nomeado procurador do INCRA naquele período (justamente quando Médici 'presidente'), enquanto "camaradas" eram trucidados nos porões da ditadura a que servia.
Pretendo ser candidata a presidente só encontra - pelo menos o que está expresso - a possibilidade de ser vice na chapa de Eduardo Campos. Ingressou no PSB, que parecia salvar sua imagem político-ideológica, justamente quando nele também ingressavam próceres do conservadorismo à direita.
Pensando em ser diferente Marina Silva tornou-se a mesma. Saiu do zero para o nada. Se não entendermos que se torna um zero à esquerda. O que pode demonstrar as próximas pesquisas de opinião.
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