quinta-feira, 3 de outubro de 2013

"O petróleo é nosso"

Mas nem tanto
Um dos símbolos da afirmação da nacionalidade brasileira inegavelmente é a Petrobras. Na contracorrente do relatório Link - geólogo americano que afirmava não dispor o território brasileiro de reservas para atender investimentos de tal porte - a mobilização popular, consciente, desaguou na histórica criação da empresa por Getúlio Vargas, que a confia ao ex-interventor e futuro governador da Bahia Juraci Magalhães. 

Dentre os muitos que defenderam a criação de um órgão para explorar o petróleo no Brasil Monteiro Lobato, tanto que a área baiana que alimenta o primeiro grande ponto de reserva tem o seu nome. Encontrou em Getúlio a determinação de nacionalizar os bens do subsolo, iniciativa já ocorrida no período que vai de 1930 a 1945, que em 1938 cria o Conselho Nacional de Petróleo, voltado para os estudos e pesquisas afirmativas para dotar o país do controle da riqueza. Em 1939 a descoberta de óleo em Lobato afirma a convicção.

A possibilidade da existência de petróleo norteou a luta entre nacionalistas e entreguistas - os que desejavam a exploração da riqueza por estrangeiros, afirmando nossa incapacidade para cumprir com o desiderato. As correntes progressistas e nacionalistas ocuparam as ruas em apoio ao pretendido pelo governo, o que resultou na Lei 2.004, de 3 de outubro de 1953.

De um punhado de poços no Recôncavo baiano hoje a Petrobrás domina a exploração de quase 13 mil (12.895, mais exatamente) avançando sobre águas profundas a sua tecnologia. Não mais os 2.700 mil barris/dia iniciais e sim quase 2 milhões (exatos 1.908, em agosto).

Inicialmente de capital totalmente brasileiro a Petrobras divide a distribuição de seus lucros e da sua riqueza com estrangeiros, fazendo corar os nacionalistas de hoje e se revolverem nas tumbas os de ontem. Milagre da sanha privatista/entreguista de Fernando Henrique Cardoso.

A sexagenária Petróleo Brasileiro S/A está mais viva. Não sabemos se tão bela como antes, ainda que poderosa.



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