Ao rumo
A centenária revista inglesa The Economist (fundada em 1843) anda com os olhos muito fixados no Brasil. Sua história - a da revista - passa pela Revolução Industrial, tempos em que até crianças trabalhavam entre 12 e 16 horas diárias e não sabemos de qualquer posição sua contrária a tal exploração. Dizemos isso para mostrar o grau de conservadorismo que pode sustentar a linha editorial da revista. Respeitada no mundo inteiro, nem sempre leva à comunhão com o seu pensamento.
Deu de bater no ministro Guido Mantega há meses e nem a Presidente Dilma escapou de sua deselegância. De forma nada sutil já chegou a recomendar a saída de Guido. Afaga a oposição, como fez em março com Aécio Neves. Ninguém descura de que sua proposta está na defesa do liberalismo em sua fase de encantamento com o sistema financeiro, o mais recente.
No caso particular do Brasil talvez sonhe com o retorno do controle do país pela Inglaterra. Interviu até na independência, depois de haver conseguido o domínio e monopólio das exportações quando da abertura dos portos "às nações amigas", assinada em janeiro de 1808 por D. João VI assim que aportou no Brasil, ainda em Salvador.
Rirá o leitor em saber que a diplomacia inglesa convenceu D. Pedro I a indenizar Portugal pelos prejuízos causados pela independência do Brasil, emprestando 25 mil libras esterlinas nos idos de 1825. Inegavelmente, a raiz da dívida externa brasileira não é tão recente.
Tanto que, bater em Mantega pode dar a entender que o ministro não anda conivente com os interesses da Inglaterra. O que não deixa de ser positivo em sendo verdade confirmada.
No entanto, pode voltar a elogiar o Brasil, pelo rumo das coisas. Como defende a sistema financeiro - e a especulação - a expectativa de alta da SELIC, começada a contecer, pode levar a revista à candura para com o futuro do país.
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