Contra o povo
O pregão nos tribunais estadunidenses - como se percebe no curso de julgamentos que se transformaram em filmes - convoca sempre com "O estado CONTRA...". Ou seja, ali se faz presente a sociedade defendida pelas instituições contra aquele que a atinge.
A força coercitiva deste mesmo Estado em defesa desta mesma sociedade. Deve fazê-lo, no entanto, nos limites da lei e utilizando-se moderamente dos meios de que disponha conforme a exigência do instante.
Ainda que a linha editorial dos diferentes noticiários televisivos que assistimos tratem de forma diferenciada os protestos contra aumento de passagens de ônibus em São Paulo e Rio, no momento, a imagens falam mais que as convicções expressadas.
Como dizem, as imagens não mentem. Há exagero na atuação da polícia no enfrentamento. Simbólicas as cenas em que um manifestante é cercado por um, dois policiais e logo outros três, quatro, cinco avançam como se fosse para trucidar o desgraçado. A ação parece não contra alguém desarmado, mas como se estivesse armado até os dentes a la exterminador do futuro.
E nem busquemos a cena do espancamento do jornalista.
Caso tivéssemos um pregão diríamos: o Estado CONTRA o povo.
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