domingo, 30 de junho de 2013

Alguns destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS *

Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode dizer tudo e ir um pouco além
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Sinal ou circunstância?
A charge de um jornal suíço enfrenta os elementos conceituais do panis et circensis brasileiro: o futebol e o carnaval.

A expressão do policial parece dizer tudo o que gostaríamos que fosse verdade: – Até isso já não funciona mais (“isso” é simplesmente a bola, símbolo do futebol).

E lá atrás o cartaz na multidão: “Brasileiro chateado”.

Ou seja, quando o brasileiro fica chateado nem futebol (e carnaval) resolve. Sinal de mudança ou circunstância que somente suíço enxerga?

Dois instantes
Da última edição que nos chegou da CartaCapital (n. 754) destacamos duas reflexões de Maurício Dias no Andante Mosso da “Rosa dos Ventos”:

“CAUTELA NÃO É CRIME... – As gravações das manifestações registradas demoradamente por emissoras de televisão podem virar arma perigosa na campanha de 2014. Dilma pode ser o alvo preferencial. O movimento, dizem, é apartidário. Podem dizer, depois, que era mobilização contra o governo. É preciso criar uma regulamentação para o uso dessas imagens nas eleições”.

“...DÚVIDA TAMBÉM NÃO – É preciso conferir se as manifestações de agora não serão encerradas concomitantemente com o final da Copa das Confederações.”

Comentário da coluna: Dilma já foi alcançada. Que o diga o resultado das pesquisas recentes. Quanto a “criar uma regulamentação” nunca sairá, por uma razão simples: se tudo funcionou bem até agora para a oposição – que se encontrava sem rumo – porque não funcionará em 2014? Se alguém tentar será taxado de autoritário e defensor da censura. Por outro lado, cabe à Justiça Eleitoral coibir o possível abuso.

Quanto à coincidência do encerramento das manifestações e a Copa das Confederações, muito lógico. O resultado já foi também alcançado: a mídia internacional que cobria a Copa divulgou a “primavera brasileira”. E novamente o fará às vésperas do processo eleitoral, durante a Copa de 2014.

Outro instante
Também da mesma edição da CartaCapital, no texto “Comer na Jordânia”, de Márcio Alemão, no QI/Refô, nos chamou a atenção o seguinte: “O turismo na Jordânia começa a dar seus primeiros grandes passos... Na Jordânia, ainda não descobriram como explorar o turista. Estão vivendo de apenas explorar o turismo”.

Comentário da coluna: por não conhecerem Ilhéus, que em vez de atrair turistas expulsa-os, tamanha a exploração e o péssimo atendimento aos chegantes.

Risco
O contido na pesquisa Datafolha de que 68% querem o plebiscito mais demonstra o acerto da Presidente Dilma em propô-lo. Como já escrevemos, pelo menos o debate levantado em torno dele alimenta uma mais ampla discussão.

O percentual é uma aprovação direta da atuação da Presidente.

Ensaiam até data provável para realização do plebiscito que a Presidente Dilma espera legitimado pelo Congresso: não poderia passar de 28 de agosto para que encontre tempo de apreciação pelo Poder Legislativo.

Vemos tudo muito precipitado, na ânsia de ver resultados aplicados às eleições de 2014.

Há cheiro de muita fumaça e pouco fogo, quanto à extensão do resultado pretendido.

O bode expiatório
A economia estaria no centro da repercussão. A indagação concreta, à luz dos dados econômicos, postos comparativamente com o quadro que aflige o mundo, reflete uma crise em nível de Brasil? A resposta não confirma a crise: um dos menores índices de desemprego do planeta, inflação sob controle, etc.

Onde a crise? Na mídia que quer ver o Brasil despencar para ver a queda do ciclo sob comando do PT.

Pouco leem
Temos refletido, em conversas com amigos em torno de uma realidade pouco analisada por observadores das manifestações de rua: a geração que clama contra o governo atual estando entre 15/16 a 25/26 anos de idade desconhece na pele o que vivemos de negativo antes da chegada do PT ao poder máximo da nação.

É a geração que encontra dezenas de universidades públicas criadas, algumas instaladas, outras por instalar (Só na Bahia são quatro), beneficiada pelo PROUNI, ENEM, pelas cotas, que encontra mais de duas centenas de Institutos Federais Brasil a fora criados nestes dez anos, que está vendo desaparecer o vestibular como instrumento de acesso à graduação. Isso na área da educação.

Desconhece o que representa o volume de reservas internacionais, independência em relação ao FMI, recuperação da indústria naval, desemprego em nível de primeiro mundo, melhoria da infraestrutura à sua volta (ainda que não seja a perfeição), salário mínimo com ganhos reais, que em 2002 (200 reais) comprava pouco mais de 1,5 cesta básica de São Paulo, hoje dá para pelo menos duas, supera 350 dólares, quando em 2002 equivalia a 86,21 dólares, a ocupação de espaço proeminente na geopolítica internacional.

Parece-nos que a porta para os desdobramentos ocorridos no curso das mobilizações mais ocorrem não pelo domínio das circunstâncias – à exceção do Movimento Passe Livre – e mais pela convocação da televisão.

O que é preocupante: sinal de pouca leitura e compreensão da realidade.

Chama o Lula
A campanha da oposição encontra um instante de euforia: a queda de Dilma em pesquisa para a sucessão de 2014. Cremos que a alegria é de curta duração.

É só chamar o Lula!

Diálogo entre Governo e Oposição
Diante das atuais posições e correspondentes interesses assim podemos definir um diálogo entre Governo e Oposição. Qualquer desequilíbrio no abraço um lança o outro no precipício.

Eis a lista
Registramos em “Davi contra Golias”, neste espaço, na quinta 27, a possibilidade de dispormos os dados que dizem respeito as discussões em torno da tarifa do transporte coletivo em Itabuna, particularmente – no imediato – da publicação da “relação dos integrantes do Conselho Municipal de Transportes” que “aceitaram” sem qualquer discussão a planilha de custos apresentada pelos empresários (o único a se recusar foi o representante do DCE da UESC, o estudante de Direito Robenilson Sena Torres, que botou a boca no trombone).

Eis a lista dos que se encontravam na reunião do CMT e a quem representavam (porque, ao que parece, não serviram ao povo):

JORGE ALBERTO LAURENTINO TELES e ARLENSEN NASCIMENTO ANTERO – Presidente e Vice do CMT;

TARSO OLIVEIRA SOARES, LUCIANA SANTOS SOARES, JORGE ALBERTO LAURENTINO TELES, MAYARI CEZAR DA SILVA e MARCOS ALEXANDRE DOS SANTOS – Titulares do Poder Executivo de Itabuna;

ELVIS SOUZA – Titular da Associação das Empresas de Transporte Urbano de Itabuna-AETU;

EDUARDO CARDOSO DA SILVA – Titular do Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários de Itabuna;

GILSON ARAÚJO COSTA – Titular do Sindicato dos Comerciários de Itabuna;
ARLENSEN NASCIMENTO ANTERO DE SOUZA – Titular do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbano, Intermunicipal, Interestadual e Fretamento de Itabuna-SINDROD;

JOSÉ ANTÔNIO DE OLIVEIRA CAVALCANTI – Titular do Poder Legislativo  Municipal;

CÉSAR OTONIEL LIMA BRANDÃO – Suplente do Poder Legislativo Municipal;

ROBENILSON SENA TORRES – Titular do Diretório Central dos Estudantes-DCE/UESC;

VICENTE JOSÉ DA SILVA SANTOS – Suplente da União das Associações de Bairros de Itabuna-UABI;

GILBERTO SANTANA DE OLIVEIRA – Titular da Central Única dos Trabalhadores-CUT.

O contido na Ata da Reunião demonstra a plena aceitação da planilha, como apresentada pelas empresas sob argumento exposto por João Duarte, Diretor da São Miguel.

Tom Zé
O baiano de Irará, sobrinho de Fernando Santana, aproveitou a oportunidade das manifestações e, juntamente com Marcelo Segreto, compôs “Povo Novo”. Nelas enxerga “um ato um tanto beato, mas...” não deixa de perceber “...que a direita já se azeita, querendo entrar na receita, mas de gororoba nunca mais, já me deu azia, me deu gastura essa política cara dura...”.

Busque-a no YouTube.

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* Coluna publicada em www.otrombone.com.br aos domingos

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