De fadas
Não pode ser negado - como registramos neste espaço ("Vitória de Dilma") - que a Presidente capitalizou a iniciativa, em sede das instituições da República, dos anseios populares defendidos recentemente nas ruas. Propôs um pacto e para ele convocou diretamente o povo como participante efetivo.
Sua proposta encontrou a solidariedade do ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, expressão máxima do Poder Judiciário brasileiro. Aquele que nas ruas se torna paladino de esperanças dentro do modelo sebastianista. A adesão do ministro, pela circunstância do que representa, mais legitima a iniciativa de Dilma Rousseff.
A reboque da provocação presidencial o Poder Legislativo iniciou uma agenda "propositiva" (como o diz o presidente do Senado Renan Calheiros) e as duas Casas do Congresso desengavetaram propostas que dormitavam no aconchego do desinteresse de Suas Excelências e começaram a responder aos gritos que o país levou às ruas.
De uma hora para outra o "pedido de urgência" passou a integrar a tramitação do Senado, como ocorreu nesta terça 26 com o projeto que transforma em crime hediondo a prática delituosa que envolva a administração, como a corrupção ativa e passiva, imediatamente aprovado, com parecer do relator designado (senador Álvaro Dias) emitido da tribuna, recebendo e rejeitando emendas acabadas de entregar e mesmo quebrando o procedimento formal quando permitiu que os pares propositores de ditas emendas as justificassem ao microfone "porque não tivera tempo de lê-las".
Já vislumbramos, do pré-sal, 75% para a Educação e outros 25% para a Saúde. Até anunciada próxima iniciativa congressual para a instituição do passe livre (coisa que vemos com cautela, por envolver criação de despesa, o que é vedado à iniciativa parlamentar, já que privativa do Executivo).
Até há ensaio de suspender o recesso parlamentar. Alvíssaras!
Novos tempos! E, pelo andar da carruagem, seremos atropelados por novidades não tão novas, porquanto adormecidas. Mas nos sentimos como vivendo um conto de fadas. De verdade.
Coisa assim como o beijo do Príncipe para acordar Cinderela. Que não será reconhecida como o Congresso no imaginário popular, que o tem muito mais para Bruxa.
Tudo para gáudio dos anõezinhos. Que vão se descobrindo não tão anões assim!
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