DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Opinião I
Quem opina está na berlinda em relação a quem não comungue da opinião. É a maravilha do debate. Oportunidade para expor convicções, leituras etc.
O leitor levanta
indagações diante do que escrevemos. Notamos que em muitos casos há um
pré-julgamento de que o que escrevemos o faríamos em defesa de um status quo como alimentado por ele. Ou seja,
de que escrevemos em defesa de grupos ou partido(s) político(s). Entendemos o comportamento.
É muito difícil entender-se fatos afastados da contradição ou crítica sobre
eles.
Assim, criticar a
postura autoritária e inquisitorial do ministro Joaquim Barbosa ‘dois pesos,
duas medidas’ no tratamento a réus condenados na mesma ação penal sob sua
tutela em nível de execução (por ele mesmo determinada, ou autodeterminada)
leva alguns a imaginar que haveria defesa de atos criminosos praticados por
quem quer que seja.
Nunca escrevemos neste
espaço que A ou B não tenha praticado delito a si atribuído. O que temos
afirmado é que (o que se exige em julgamento judicial) não há provas e se não há provas não pode alguém ser condenado. Para
que tal ocorra – condenação sem provas – o STF aplicou (erroneamente) a teoria
do domínio do fato, que parte da presunção como afirmação de culpa.
Na mesma esteira
violações aos mais comezinhos princípios do direito, como a da presunção da
inocência, do juiz natural, do duplo grau de jurisdição, do ônus da prova para
quem acusa (invertido no julgamento para o acusado) etc.
Outro exemplo: como admitir que o ministro Joaquim Barbosa tenha retirado dos autos da AP 470 documentos (inquérito) que inocentaria alguns dos réus e beneficiaria outros tantos? Naturalmente foi uma postura política. E isso não condiz com o exercício da magistratura.
Particularmente pensamos (e defendemos) que a corrupção e o mau uso do dinheiro público sejam extirpados da face da terra (de todo o planeta!). Daí imaginar que a 'augusta' oposição ao atual governo seja paradigma de moralidade é trilhar por 'sonho em uma noite de verão'.
Opinião II
Muito estranho seria para nós acompanhar a 'verdade da mídia' que preocupação o tem – na seara política – com os interesses de grupos econômicos. Tanto que é difícil admitir (para nós) que o país tenha se tornado um canteiro de obras e tal fato seja relegado a quarto, quinto plano.
Ocorre – e nos
sentimos particularmente como uma vox clamans
in deserto, ao lado de poucos – que não nos sentimos submetido à ‘voz’ de
uma mídia que se aproveita de sua condição para assumir dimensão
político-ideológica-eleitoral sem dizer que o faz (porque não assume) e mantendo
a máscara da isenção quando em evidente lado escolhido.
Uma imprensa que mente e manipula na primeira página e diz que erramos num cantinho de outra, como o fez a Folha de São Paulo depois de distorcer fala de Lula em Portugal, tem sido lugar-comum no país.
Ocorre que o leitor lê a primeira página e quase nunca a sessão “erramos”. Assim, prevalece no leitor a mentira como verdade.
Com isso nunca concordaremos. Discutir tais fatos é imperativo. Em nossa opinião.
Assim caminhamos como civilização
Os interesses privados norteiam as políticas de Estado.
A expressão poderia alimentar a idéia de que tal ‘política’ estaria voltada
para corresponder aos interesses da sociedade, observados sob o prisma da
igualdade ou, quando nada, do equilíbrio na distribuição da riqueza produzida.
Ledo engano. Alguns grupos privados têm o Estado a
reboque para manutenção e ampliação de seus interesses. Ou seja, o que o Estado
faz nada mais é defender a manutenção de privilégios assegurados a um ínfimo
percentual da população mundial.
Bandeiras como democracia, igualdade, liberdade e
solidariedade existem para o discurso e como instrumentos ideológicos que
alimentam e constroem a imagem dos que a defendem. Ainda que na prática a ação
dos seus defensores contrarie o discurso.
A concepção de ‘livre mercado’ é a tradução da forma
mais comezinha de controle. Utilizando-se da liberdade e da democracia como
direitos universais deles se apropriam para escravizar milhões sob a chibata do
não-acesso ao consumo, que divulgam como ‘venerável’ deus.
Para os que não correspondem ao ideário – e enveredam
por distribuir melhor a renda e a riqueza – o massacre em torno de suas
políticas.
Para tanto utilizam-se dos meios de comunicação para
manipular a opinião pública. Isso, porque desenvolveram no curso dos séculos
contemporâneos – já nos primórdios dos movimentos iluministas que hão de se
expressar na Revolução Francesa e na Independência dos Estados Unidos – a
liberdade de expressão e o direito à informação (imprensa) como inalienável
conquista. Só que não falaram do outro lado: o controle e manipulação dos que
detêm esta conquista.
Mas, como o que interessa é o discurso e não a coerência
na prática... la nave va.
A PF e a política
A Polícia Federal
anuncia greve para o período da Copa do Mundo. A mesma PF que vaza para órgãos
da imprensa escolhidos a dedo dados de uma apuração de forma seletiva, para
atingir o governo e o partido. Não é o direito individual – que deve ser
assegurado e respeitado, de ser contra ou a favor – manipulado por agentes de
um órgão do próprio governo escancarando a atuação político-eleitoral.
No caso desses ‘vazamentos
seletivos’, adredemente escolhidos e manipulados até no que diz respeito a
nomes, não são coisa nova. Em 2006, o atual senador Humberto Costa, então
candidato do PT ao governo de Pernambuco, se viu envolvido na Operação
Sanguessuga, que apurava a máfia as ambulâncias na época em que era ministro da
Saúde. Posteriormente foi inocentado de qualquer envolvimento com o esquema,
mas já perdera a eleição pernambucana.
O mesmo ocorreu com
aquele montão de dinheiro arrumadinho para estourar a reeleição de Lula naquele
ano.
Detalhe despercebido
Há quem afirme que a
candidatura de Lula, substituindo a de Dilma, estaria vinculada à oscilação da
avaliação (pessoal e do governo) e das intenções de votos nas próximas
pesquisas.
O fato pode até
envolver nuances de verdade. Caso Lula efetivamente pretenda ser candidato.
No entanto, o detalhe
pouco percebido é o de vincular a permanência da candidatura de Dilma ao “humor”
de alguns institutos de pesquisa.
Ou seja: quem
determinaria o candidato do PT não seria o próprio partido, mas os institutos
de pesquisa.
Que poderiam exercer a
sublime virtude de não manipular questionários e dados. Apenas a margem de erro
aqui ou ali.
A propósito
A propósito de
pesquisas cheira estranho o avanço de Aécio Neves. Não há fato que o
justifique. Estranho porque enquanto reduzidos os números para Dilma em nenhum
instante deles se beneficiaram Aécio Neves ou Eduardo Campos.
Não nos esqueçamos que
dados traduziam o fato de que o desejo de mudança pretendido por entrevistados em
seguidas pesquisas não encontrava em nenhum deles o porto seguro.
A origem – e o 'pai' – da tal 'cláusula Marlim'
A Petrobras continua sendo a caixa de pancadas. Não os possíveis desmandos cometidos por este ou aquele diretor (o que, em sendo confirmado, exige exemplar punição) mas a empresa em si, como se fora um desmando só.
O bombo da fanfarra é a tal 'cláusula Marlim' no contrato de compra da Pasadena, como inovadora fonte de corrupção e de sangria para a empresa. Mas - perceba o leitor - há muita água embaixo desta ponte.
Texto do engenheiro Pedro Celestino Pereira esclarece onde tudo começou: no governo de Fernando Henrique Cardoso
"Claro está que, em empresas do porte da Petrobras, públicas ou privadas, sempre houve e haverá irregularidades e malfeitos. O que cabe discutir hoje é o processo que levou a Petrobras à incômoda situação em que se encontra, de modo que possamos defendê-la, no momento em que se pretende fragilizá-la para permitir o assalto estrangeiro às maiores reservas de petróleo descobertas nos últimos 30 anos, as do Pré-Sal.
"Até 1973 quando, aproveitando-se da guerra Israel-Egito, a Arábia Saudita nacionalizou a exploração e produção de petróleo no seu território, era usual o imperialismo ir à guerra ou derrubar governos que contestassem seu domínio sobre o negócio do petróleo. Diante da impossibilidade de derrubar a monarquia saudita, foi obrigado a conviver com empresas estatais, e a buscar novas formas para assegurar seu domínio. Data de então o início do processo de cooptação e de corrupção de dirigentes de estatais na área de petróleo.
Todos os detalhes expressos pelo engenheiro Pedro Celestino Pereira estão, íntegra, em http://jornalggn.com.br/fora-pauta/a-origem-da-clausula-marlim-ii
O leitor tem como verificar quem é o 'pai da Marlim'. Tudo começou com FHC e seu programa de partilha/entrega da Petrobras. Até a Globo pelo meio! Como o denuncia Fernando Brito no Tijolaço, acessível através de http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/04/28/tijolaco-joga-a-bomba-fhc-e-o-pai-da-clausula-marlin/
Jânio de Freitas levantou a bola e matou a charada: a irritação do Partido Republicano tem 'razão' para existir. E tem nome: DNIT. O manifesto "volta Lula" não tem nada pela volta do ex-presidente, mas pelo "fora Dilma" enquanto o PR não dispuser do órgão que detém o orçamento para a construção de estradas, pontes...
O pessoal não anda muito satisfeito depois que perdeu a boca - muito grande - e presidente Dilma Rousseff deu de colocar à frente do órgão o general Fraxe, que chegado a saborear empreiteiro e político corrupto que circule por seus domínios.
Joaquim confirma...
Certamente a reação –
desequilibrada como sempre – do ministro Joaquim Barbosa em devolver José
Genoíno à prisão em regime fechado está vinculada à declaração de Lula em
Portugal de que o julgamento do mensalão foi 80% político – já o afirmamos no
curso da semana.
A observação centrada
estava no fato de que Roberto Jefferson permanece cumprindo prisão domiciliar
enquanto o 'sadio' Genoíno retornava a Papuda (na antevéspera de seu aniversário) fazia Joaquim Barbosa confirmar o que
disse Lula além-mar.
...O próximo passo
Que ninguém duvide. O
próximo passo do ministro Joaquim Barbosa será negar o direito de José Dirceu a
trabalhar, mantendo-o em regime fechado quando condenado ao semiaberto.
Tampouco alguém ponha
em dúvida que tal atitude viola a legislação. Para Joaquim não há lei. Ele é a
lei.
Como diz dominar o
francês dirá “La loi cett’est moi”. Doidinho para ser Luis XIV. O que afirmava
“L’État c’est moi”.
Exagero, que seja!
Malhães – confesso torturador,
assassino, ‘exumador’ e ocultador de cadáveres de mortos nos porões da ditadura
– teria maior grandeza que o ministro Joaquim Barbosa se tivesse Genoíno sob
seus “cuidados”. Simplesmente o mataria sob tortura, arrancaria sua arcada
dentária e as falangetas e ocultaria o seu corpo. Mas o faria de uma vez.
Joaquim Barbosa
retalha, como feitor espancando negro nos troncos da escravidão.
Centro administrativo
O Jequitibá caminha
para tornar-se um centro administrativo. Brevemente ofertará o centro de decisões
da Caixa Econômica Federal. O Governo da Bahia já anunciou que nele instalará o
SAC.
Há alguns anos iniciativa
semelhante do Governo da Bahia foi tida como elitista. Cabe observar o que
mudou de lá para cá e se os frequentadores do Jequitibá não verão no povão que
vai ao SAC um rolezinho grapiúna.
Para salvar
Nosso código apriorístico anda sob permanente ataque. A música agredida como essência. Melodia e poesia. Não custa salvar por hoje um pouco do passado mais recente. ainda que de algumas décadas. Com Chico Buarque e sua "construção".
https://www.youtube.com/watch?v=P7mHf-UCZp0
Nosso código apriorístico anda sob permanente ataque. A música agredida como essência. Melodia e poesia. Não custa salvar por hoje um pouco do passado mais recente. ainda que de algumas décadas. Com Chico Buarque e sua "construção".
https://www.youtube.com/watch?v=P7mHf-UCZp0
Muito bom, informativo, voltarei a comentar.
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