E província
Poderia ser província e
política o título. Qualquer que seja a escolha do leitor sustenta-se um ou
outro (título) no que expressa a terrinha de cada um de nós em qualquer lugar
deste 'país de São Saruê'. Dizemo-lo porque não vemos muita coisa diversa de
Itabuna – foco imediato – da Bahia – foco
mediato.
Assistimos trechos da entrevista do ex-prefeito Fernando Gomes ao
programa Alô Cidade Debate, da TVI, edição do último sábado 10. O matreiro
político desfraldou sua experiência e observação. Afastada a intervenção do
entrevistador Rui que o questionou sobre possível incoerência entre FG criticar
Wagner por não concluir o Teatro/Centro de Convenções enquanto tal equipamento
fora promessa não cumprida do então governador Paulo Souto, hoje ‘solução’
fernandista para a Bahia, tudo transcorreu como sói transcorrer quando FG é o
centro de atenção.
Sabe disfarçar a resposta, fugindo do objetivo se lhe é
inconveniente, e se manter centro respeitoso de atenção.
De sua entrevista uma coisa ficou afirmada: não pretende ser
candidato a prefeito em 2016 (afirmativa de que o é, desde que problemas
jurídicos não o impeçam), bem como continua a defender a privatização do
serviço de água e esgoto do município (EMASA).
Defendeu veementemente a candidatura de Paulo Souto para governador, Geddel para senador, Fábio Souto para a Assembleia Legislativa e José Carlos Aleluia para a Câmara Federal. Naturalmente – ainda que tenha dito que não prejudicará candidato locais – não vê nos conterrâneos nomes para a grandeza de seu apoio.
E desancou, naturalmente, as candidaturas da situação.
Nada de novo no front. O que saiu da boca de Fernando Gomes é
natural, a ele coerente. Político ultrapassando 40 anos de carreira (somado aí
o período de ‘ensaio’ no governo de Oduque Teixeira, como secretário de
administração), ainda que ausente deste ou daquele período em termos de
mandato, não lhe pode ser negado o epíteto de liderança suficientemente
construída, com público cativo e fiel, capaz de influenciar até parcela do
eleitorado mais jovem na esteira do conjunto de obras que põe em seu currículo
e que a memória pode trair, se não cobrada.
E muitos que gastam precioso tempo para nos ler indagarão em torno
das razões deste debruçamento em torno de Fernando, suas idéias, seu jeito de
fazer política neste espaço.
É que Fernando é a província falando. Não como o “Cuma” – a sátira
que lhe fazem – mas como expressão desta terra.
Que se ‘prepara’ para o futuro com os de ontem, porque os de hoje
não andam a demonstrar competência para permanecerem 40 anos em evidência. Não
que os de antanho sejam melhores e perfeitos. Mas são a única resposta à
indignação imediata.
Itabuna província. Como a Bahia. Que ‘inova’ ensaiando o retorno
dos que a governaram por outros 40 anos e dela afastados porque não mais a
serviam.Itabuna e Bahia. Esqueceram-se nos grotões.
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