Começou a chiadeira. Reage a
oposição a uma inserção do Partido dos Trabalhadores na TV que recomenda a não
volta ao passado. É o que se depreende das manifestações de Aécio Neves (que precisa melhorar a
imagem reproduzida pela telinha, para não alimentar especulações sobre o que consome)
e Eduardo Campos.
Em boxe o direto no fígado leva a curvar-se o adversário, tentendo-o abrir-se para um golpe no queixo que pode nocauteá-lo. Não se pode comparar a inserção petista com um golpe de boxe, porque política tem nuances imprevisíveis, mas – pelas reações dos candidatos de mais expressão (Aécio Neves e Eduardo Campos) – parece que algo efetivamente incomodou.
Ambos sentiram o peso da
propaganda do partido do governo, pela abordagem proposta: comparar
administrações e políticas de governo. Abalados ficaram com o mostrado em 30 segundos. Arrepiaram-se os candidatos. Imagine-se mais tempo disponível para tal propaganda
mostrando o que a imprensa não mostra.
A desarrumada reação centrou-se
em argumento pífio: como se a concepção de “medo” posto por Regina Duarte – como ‘musa’
do PSDB – na campanha de 2002, visando jogar o mercado e tudo o mais contra
Lula, estivesse ora utilizada. Naquela oportunidade sucumbido o ‘medo’ diante da ‘esperança’ de novos
tempos.
Na falta de argumento Aécio e
Eduardo – em discurso orquestrado – puseram ‘medo’ onde não há.
Na propaganda
do PT o eleitor apenas é chamado a ‘preferir’ entre os feitos da experiência de
FHC e de Lula/Dilma.
O mote da campanha do
Governo/PT limitou-se tão somente a disparar a tomada de consciência do
eleitor/ouvinte para comparar o período do PSDB-PFL/DEM-PPS com o atual.
Cabe saber
se a oposição terá bala na agulha para enfrentar a proposta de marketing posta.
Isso, porque o discurso comparativo entre dois períodos é desastroso para o
PSDB quanto aos números.
Quanto ao PSB, pela posição assumida (negando,
inclusive, o programa partidário) deixou-se levar pelo mesmo discurso do PSDB, passando a disputar o mesmo espaço entre ‘quem fará melhor’, se ele ou Aécio (que saiu na
frente).
Por mais apoio que tenha a
oposição da mídia – típico aliado político-partidário – não há como negar a
realidade, que é palpável. Depende apenas de ser lembrada. Nisso a inserção do
PT se torna perfeita.
Restará à oposição a(s) CPI(s)
da Petrobras, o ‘não vai ter Copa’. A Copa acaba em julho, antes da campanha;
CPIs podem trazer surpresas. Para todos. Inclusive a oposição. Não à toa se nega
a aceitar o que ela mesmo ‘exigia: CPI exclusiva, no Senado, para apurar
desmandos na Petrobras. Sabe o que pode acontecer.
Na campanha (com propaganda
eleitoral e quejandos) as comparações serão aprofundadas: diferença (em
dólares) no salário mínimo; no risco brasil; nas reservas internacionais; no
canteiro de obras; no desemprego; na inflação; na capacidade energética
instalada; nos novos programas como o Minha Casa, Minha Vida, o Luz Para Todos,
o Universidade Para Todos, o PROUNI, o FIES, o ENEM/SISU e a criação e o acesso à
universidade, o Mais Médicos etc.
Resta saber – o tempo dirá –
quem tende a vencer o embate: se as anteriores propostas (PSDB) ou as recentes
(PT). Ou se nenhuma delas.
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