Como solução
Em ano de eleições é assim
mesmo. Tudo pode ser usado – contra ou a favor – para assegurar uns votinhos. Ponto e contraponto.
A
crise no abastecimento de água em São Paulo e nos municípios do entorno, que
integram a Região Metropolitana, evidentemente é uma dor de cabeça, em nível de
enxaqueca daquelas, para o governador Geraldo Alckmin, que pretende a reeleição.
A compra de Pasadena, pela Petrobras, torna-se o olho de furacão para o Governo
Federal e, naturalmente, para a reeleição de Dilma Roussef, ainda que a mesma
Petrobras esteja produzindo recorde no pré-sal (já 470 mil barris/dia, no
último 11 de maio).
Pernambuco estoura os limites da violência e torna-se
preocupação para Eduardo Campos, visto que não pode fugir das ações dos
policiais grevistas pelo fato de haver deixado a governança para pretender a
Presidência da República.
Aécio vê reações a sua política salarial, ações
administrativas e – como se não bastasse – ilações na internet em torno de
comportamentos privados incompatíveis com a imagem pública.
Cada um, no entanto, busca
reverter o que lhe é contrário e transformar o negativo em positivo.
O caso de
Geraldo Alckmin, em São Paulo, no entanto, beira o surrealismo.
A crise no fornecimento de
água – responsabilidade de uma empresa estadual, a SABESP – levada o foi ao racionamento
(doce e ternamente chamado de “rodízio”) por absoluta ausência de investimentos
no curso das últimas décadas.
Não tem Alckmin e seu PSDB como transferir
responsabilidades para antecessores, porque são eles, tucanos, que se sucedem
há décadas (Mário Covas, Alckmin, José Serra, Alckmin) na administração da ‘locomotiva
do Brasil’, como se alcunhavam os paulistas diante do restante do país.
Não bastasse – para ser
coerente com o neoliberalismo – o capital da SABESP foi aberto à iniciativa
privada e leiloado sob loas até na bolsa de Nova York. Hoje, dos cerca de 2 bilhões
de reais anuais de lucro, 500 milhões são ‘reservados’ para distribuição – e aplausos –à especulação financeira.
Essa uma das razões da falta de recursos para os
investimentos necessários na captação e distribuição de água, que resulta na atual crise. Mantida está uma estrutura concluída há
trinta/quarenta anos, para atender à população de então, de 5 a 6 milhões de
habitantes, e que se encontra hoje entre 12 e 13 milhões.
Mas, Geraldo Alckmin, no
esforço para transferir água para o reservatório da Cantareira anuncia com
pompa e circunstância a captação do denominado ‘volume morto’ como forma de amenizar
a imagem perante o consumidor, que em mais de 50% o vê como responsável.
No vale tudo da campanha
chegamos ao surrealismo de ‘inaugurar’ captação de ‘volume morto’ na falta de
inaugurar obras. A imagem produzida pode evitar que Alckmin seja ‘morto’
eleitoralmente. Essa a desesperada saída.
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