O primeiro deles: a inauguração/conclusão da Ferrovia Norte-Sul, projeto da época de Sarney à frente do Governo. O segundo: Dilma Rousseff recupera pontos na pesquisa Ibope.
A Ferrovia Norte-Sul é um passo significativo na integração do país por trilhos. Lembremo-nos de que a ela se vincula a Oeste-Leste, que aportará em Ilhéus, ponto inicial para a interligação Atlântico-Pacífico. Sua conclusão, tantos anos depois de iniciada, bem demonstra a preocupação do Governo Federal, em dimensão petista, nos compromissos com a infraestrutura de transportes.
Desde que reduziu a malha ferroviária o Brasil sofre sob o cutelo do transporte rodoviário, elevando seus custos a valores nada civilizados. A inversão, portanto, é caminho para redução do chamado 'custo Brasil', o que tem sido cobrado há anos. Que não encontrou, em nível de noticiário, o reconhecimento merecido quando materializada a conclusão da Norte-Sul. Ainda que com a presença da Presidente da República.
No que diz respeito ao levantamento do Ibope, realizado entre 15 e 19 de maio, um detalhe se destaca: expressiva queda na amostragem de votos brancos e nulos,
que passaram de 24% para 14%, assim como o número de eleitores que dizem não saber em
quem votar, que caiu de 13% para 10%.
Nesse aspecto, o que parecia profunda indecisão e indignação passa a ocupar um patamar compatível com eleições anteriores. Assim que postos na rua os programas políticos do PSB, PSDB e PT.
Significa, ainda, que o eleitor está acompanhando o que ocorre no país (mesmo que não lhe seja cobrado conhecimento da conclusão da Norte-Sul para repercussão na pesquisa divulgada).
Sob esse viés, comparados os dois fatos, o eleitor está mais próximo de reconhecer a ação do Governo (incluindo na inauguração de obras anteriores) que a imprensa, que pouca valia deu à Norte-Sul.
Para uma parcela considerável da imprensa - aquela que age como partido político - os 40% das
intenções de voto para Dilma Rousseff representam pequena subida diante dos avanços de Aécio e Eduardo Campos.
A mesma imprensa que não observa que os índices refletem uma acomodação à realidade. Dilma volta ao patamar que lhe é natural (que pode chegar a 43% ou 45%). Os adversários ocupam espaços antes controlados por indecisos.
À luz (opaca) do noticiário os dois fatos são observados de forma própria e específica pelo cidadão/eleitor. Que tende a distinguir a diferença e entre ambos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário